SÃO PAULO - Incorporar de forma prática vídeos, áudio e vetores sem que eles percam padrão de um navegador para o outro. Isso é o que se espera do HTML 5, nova versão da linguagem base da web que deve ser vir a tona até o final do ano.
No futuro, o HTML 5 poderá diminuir as diferenças que acontecem nas páginas entre um navegador e outro. Além disso, o novo HTML pretende reduzir a dependência da web em relação às tecnologias RIA (Rich Internet Application), como o Adobe Flash e o Microsoft Silverlight.
Diretor de normatização da Opera, Charles McCathieNevile, ou apenas Chaals como costuma ser chamado, é um conhecedor dos debates em torno dos avanços do HTML. Segundo ele, a linguagem sofreu diversas distorções que prejudicaram o padrão ao longo dos anos.
“No início, o HTML era um padrão uniforme, mas que começou a ser modificado pelos desenvolvedores em beneficio do Internet Explorer por uma questão de mercado. Porém, o navegador da Microsoft não estava 100% alinhado ao modelo original”, diz Chaals.
Como o IE dominava o mercado, os webmasters desenvolveram seus projetos com base nele. Para não perder usuários, só sobrou aos navegadores concorrentes copiarem o modelo já difundidos pelo navegador da Microsoft. Os padrões do HTML são definidos pela Web Hypertext Application Technology Working Group (WHATWG).
Segundo Chaals, o HTML 5 se propõe a restaurar novamente esses HTML virgem e a incorporar novos recursos.
“Não é fácil criar uma nova arquitetura. Porém, pouco a pouco, vai-se melhorando o que temos hoje. Podemos sim desenvolver coisas novas, como a tag canvas [usada para a alocação de tabelas e de fotos, entre outros], a incorporação de SVG [gráficos vetoriais escaláveis], e a incorporação de vídeos”, diz ele.
Com o novo HTML, em vez de copiar todo o código oferecido pelo YouTube para incorporar um vídeo, bastará o usuário digitar o código
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Segundo Chaals, o objetivo do HTML 5 será facilitar a vida do desenvolvedor em vez de aglomerar um conjunto de linguagens, como Javascript, CSS, entre outras.
Atualmente, a tag Canvas já funciona em todos os navegadores, com exceção do Internet Explorer. Muito provável, ela deve ser incorporada na versão 9.0 do produto.
E o Flash vai desaparecer?
Segundo Chaals, para o usuário final, não faz muita diferença se o YouTube funciona por meio de uma tecnologia da Adobe ou do Google. Porém ele ressalta que o Flash não deve desaparecer da web tão logo.
“O Flash é uma realidade hoje e vai continuar a sendo importante nos próximos anos. O que eu espero é uma mudança da tecnologia de vídeo para segurança do futuro, a fim de evitarmos que fiquemos na mão dessa ou daquela empresa”, diz ele.
A resposta de Chaals faz referencia ao WebM, formato de vídeo aberto divulgado pelo Google durante o último Google I/O, conferencia anual da empresa para desenvolvedores.
Segundo o Google, o WebM será uma eficiente tecnologia para reproduzir conteúdos em dispositivos pouco potentes como tablet, netbooks e celulares.
Segundo o gerente geral do Internet Explorer, Dean Hachamovitch, a versão 9.0 deve suportar o WebM, porém será necessário fazer o download de um plug-in.
Fonte:
http://info.abril.com.br/