Brasília - As novas tecnologias têm contribuído para que as pessoas possam se conectar ao mundo em segundos. No ensino educacional, essa evolução tem propiciado um maior contato entre alunos e professores.
Uma escola localizada no setor Sudoeste, bairro nobre do Distrito Federal, adota um sistema educacional que une conectividade e interdisciplinaridade.
No método interativo, é usado uma lousa onde a matéria é exposta por meio de um retroprojetor multimídia. O professor dá aula por meio do equipamento informatizado e pode fazer observações no material digital durante a exposição, a partir de uma caneta adaptada ao aplicativo. Se houver interesse do aluno, ele pode salvar o arquivo com as observações num CD ou pen drive.
A interdisciplinaridade é outra forma de conseguir despertar o aprendizado das crianças. Os professores organizam os conteúdos afins e programam aulas em que é possível falar de história e geografia, por exemplo, a partir da contextualização.
Na visita à escola, os alunos do 6º ano assistiam a uma aula no laboratório de ciências, com o tema células vegetais e animais. A partir do sistema interativo, o retroprojetor fica ligado ao microscópio que transmite a imagem na lousa, facilitando a explicação e a compreensão dos estudantes. Nesse processo, os alunos são escolhidos aleatoriamente pelo professor para ajudar nos experimentos.
Há 26 anos no magistério, o professor de biologia, Elder Batista Souza, explica que a nova forma de ensino consegue atender bem os estudantes, pois ativa todos os sentidos da criança, o que estimula a memorização da matéria.
“No sistema interativo não trabalhamos apenas com os sentidos visual e auditivo, mas também o tátil, o olfativo e nas aulas de nutrição, o gustativo. Assim, atingimos vários bancos de memórias diferentes. Eles interiorizam e aprendem mais fácil ao recorrer a um ou mais desses recursos.”
A estudante Thaísa Weisheimer Elias, do 6º ano, afirma que ao colaborar nas aulas, a partir da interação entre professor e aluno, o aprendizado é mais proveitoso comparado ao ensino em há apenas a exposição do conteúdo pelo professor.
“Quando só ouvimos ou vemos o professor fazer os experimentos [no laboratório] a aula fica cansativa, chata. Agora ao praticarmos, além de aprender mais, a aula fica mais interessante, usando materiais próprios, adquirindo experiências necessárias.”
As turmas são compostas por números reduzidos de alunos para que o professor consiga atender os alunos e dar ritmo ao conteúdo abordado. A interação também se estende aos pais. Dependendo do conteúdo abordado em sala de aula, eles participam dos encontros e ajudam o corpo docente a tratar de um tema a partir das experiências profissionais.
Distantes dessa realidade, as escolas públicas ainda começam a dar os primeiros passos rumo à era da internet. A partir da fase de experimentação, o projeto Um Computador por Aluno (UCA) atendeu escolas de cinco estados, no ano de 2009, com doações de laptops.
Eles foram usados pelos estudantes em sala de aula, como material de apoio. Este ano, o projeto atenderá a 300 escolas do país, sendo dez em cada estado. Os professores serão capacitados para manusear os equipamentos e utilizar no ensino diário programas educacionais.
De acordo com o professor da Universidade de Brasília (UnB), especialista em Informática na Educação, Lúcio Teles, o projeto UCA tem um longo desafio no ensino, pois será preciso avaliar a metodologia aplicada a partir do uso do computador em sala de aula e pensar em políticas de extensão ao uso dessas novas tecnologias.
“Com a interatividade esperamos que o aluno tenha um aprendizado mais amplo e que tenhamos perspectivas para converter o ensino à forma dinâmica. Vale lembrar que a extensão da conectividade em casa será fundamental para continuar com essa proposta pedagógica.”
Fonte:
http://info.abril.com.br/