A Galp Energia admitiu hoje que está a avaliar a possibilidade de abrir capital da subsidiária brasileira, no mesmo dia em que anunciou uma operação de aumento de capital de 2 mil milhões de euros da Petrogal.
«Em princípio, seria mais para investidores grandes do que aberto ao público, mas não descartamos esta possibilidade», afirmou o presidente executivo da Galp Energia, Manuel Ferreira de Oliveira, no Rio de Janeiro, Brasil, no Capital Markets Day 2011.
A petrolífera, que detém 10 por cento de participação no campo Lula, maior bloco de petróleo do pré-sal brasileiro, explicou que a forma como o aumento de capital será feito ainda não está decidida.
O presidente da Galp garantiu, no entanto, que a companhia não cederá a terceiros as responsabilidades operacionais dos blocos que detém no Brasil e acrescentou que não fecharão qualquer operação que seja vista pela Petrobras como «não amiga».
«A nossa preferência é de que sejam investidores ou fundos de investimentos, que sejam parceiros no projecto, mas isso vai depender da operação. O que nós já decidimos é que queremos assegurar o controlo das operações», adiantou Ferreira de Oliveira.
O executivo acrescentou ainda que o valor de 2 mil milhões de euros de aumento de capital foi calculado de modo a garantir a sustentabilidade da Petrogal no longo prazo.
«Esse é um aumento de capital que é capaz de sustentar o crescimento da empresa que nós esperamos no Brasil», disse.
«O primeiro passo foi tomar a decisão de o que é que pretendíamos fazer. Decidimos que precisamos expandir o capital. Decidimos não partilhar o controlo das operações e decidimos que será amigável com a Petrobras», concluiu o executivo.
Ainda de acordo com a Galp, a decisão de aumentar em 2 mil milhões de euros o capital social de sua subsidiária brasileira permitirá à companhia atingir um nível de 50 por cento na relação dívida/capital próprio, que actualmente está em 100 por cento.
Actualmente, «estamos a fazer grandes investimentos no Brasil, ao injectar capital na empresa reduz nosso esforço de investimento e, portanto, ajuda que a dívida seja menor».
Em relação às negociações que correm em paralelo para a venda dos 33,34 por cento que a italiana ENI possui na Galp, Ferreira de Oliveira disse que os planos e previsões para a empresa não são alterados.
«Mantemos o plano como se fôssemos estar (no controlo) por muitos anos. Trabalhamos com a estrutura accionista que temos e nossa apresentação de hoje foram aprovados por unanimidade no conselho de administração», sentenciou.
A Galp Energia anunciou hoje no Rio seu plano de negócios para o quadriénio 2012-2015, que prevê um volume de 3,5 mil milhões de euros, dos quais cerca de 1,5 mil milhões de euros para este ano.
Fonte: http://sol.sapo.pt/