terça-feira, novembro 02, 2010

Desafios do novo governo e as vantagens do pré-sal


Várias transformações que se operaram aqui e no mundo tornaram o Brasil o “queridinho” do momento dos mercados internacionais. Internamente, o fator mais relevante foi termos pago totalmente a dívida externa pública e ido além disso: na verdade, viramos credores líquidos perante o exterior. (É óbvio que se o governo de um país tradicionalmente devedor se torna credor, sua avaliação diante dos financiadores muda completamente para melhor; aliás, é o mesmo que acontece com qualquer indíviduo devedor contumaz em bancos que de repente passa a aplicador líquido, em vez de frequente tomador de empréstimos).

Com efeito, em setembro de 2006 se materializava a virada. De uma dívida externa pública líquida de reservas internacionais máxima ao redor de R$ 240,7 bilhões (ou US$ 67,1 bilhões à taxa de câmbio da época) em fevereiro de 2003, passamos a credores líquidos a partir de setembro de 2006, o que se deu gradualmente, até chegarmos ao crédito máximo de R$ 328,6 em dezembro de 2008 ou US$ 137,3 bilhões, valor esse que se mantém ao redor dessa marca desde então. Por se tratar de uma virada de posição de nada menos do que R$ 569,3 bilhões em período tão curto, isso representa um feito espantoso e inédito para os padrões históricos brasileiros.

Em segundo lugar, vimos mantendo superávits fiscais elevados há muito tempo, saldos esses capazes de controlar e, em algumas fases, reduzir fortemente a razão entre a dívida pública líquida de ativos financeiros e o PIB. Mais recentemente, há controvérsias sobre a real capacidade de continuar gerando tais superávits elevados, mas isso foge ao escopo desta nota.

Por último, temos conseguido manter a inflação dentro do intervalo de metas, demonstrando a eficácia da atual política de combate à inflação, outro feito altamente relevante para um País que há pouco se situava à beira da hiperinflação.

Fonte: http://oglobo.globo.com/

Petrobras aumenta oferta de gás nacional


Início da operação de três empreendimentos no Espírito Santo elevará a capacidade de produção e processamento de gás no Estado.

A Petrobras coloca em operação no Espírito Santo, esta semana, três novos empreendimentos industriais que contribuirão para aumentar a oferta de gás ao mercado consumidor: o segundo módulo da Unidade de Tratamento de Gás de Cacimbas (UTGC), a pré-operação da Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba (UTG Sul) e o campo de gás de Canapu, localizado no litoral Norte do Estado. Esses projetos integram o Plano Nacional de Antecipação da Produção de Gás (Plangas).

Com o início de operação das duas novas unidades de tratamento, a capacidade nominal de processamento de gás no Espírito Santo atingirá cerca de 12 milhões de metros cúbicos por dia. Com a entrada do Campo de Canapu, que tem potencial para produzir dois milhões de metros cúbicos por dia, a produção total de gás do Estado, que hoje é de aproximadamente 10 milhões de metros cúbicos por dia, chegará a 12 milhões de metros cúbicos por dia, igualando-se à capacidade de processamento.

UTGC- O segundo módulo da UTGC, em Linhares, é integrado por uma Unidade de Processamento de Gás Natural (UPGN) e uma Unidade de Processamento de Condensado de Gás Natural (UPCGN). Após ajustes operacionais e estabilização do processo, previsto para ocorrer nos próximos dias, esse módulo elevará a capacidade nominal de processamento da UTGC para 9 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, consolidando a importância do Espírito Santo no abastecimento desse insumo para o mercado brasileiro.

Inaugurada em fevereiro de 2006, a UTGC foi projetada, inicialmente, para tratar e disponibilizar ao mercado o gás produzido no Campo de Peroá, localizado no Litoral Norte do Estado. Com a operação do Módulo 2, a capacidade de produção de gás de cozinha (GLP) da UTGC passará para 1.800 toneladas por dia, que serão escoadas por duto para o Terminal Aquaviário de Barra do Riacho, em Aracruz, onde será embarcado em navios gaseiros para abastecer o mercado nacional.

Com a conclusão das obras do Módulo 3, até o início de 2011, a UTGC terá capacidade para processar diariamente até 16 milhões de metros cúbicos de gás natural, 2.700 toneladas de GLP e 5.300 metros cúbicos de condensado.

UTG Sul - A Unidade de Tratamento de Gás Sul Capixaba está localizada próximo à região de Ubu, no município de Anchieta, a cerca de 100 km de Vitória. A unidade tem capacidade inicial para processar 2,5 milhões de metros cúbicos de gás por dia, produzidos nos campos localizados no Parque das Baleias, na área marítima Sul do Espírito Santo.

O sistema de escoamento e tratamento de gás sul capixaba é integrado pela UTG Sul e por um gasoduto marítimo de 83 quilômetros de extensão. Esse sistema garante o escoamento e tratamento de todo o gás produzido na área.

Essas novas unidades de tratamento de gás estão estrategicamente interligadas ao Gasoduto Sudeste-Nordeste (Gasene), o que torna possível o abastecimento das regiões Sudeste e Nordeste, de acordo com as especificações definidas pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).

Campo de Canapu - O desenvolvimento do Campo de Canapu é o primeiro projeto de produção de gás em águas profundas a operar no Brasil, em lâmina d’água de aproximadamente 1.600 metros. Canapu é um campo de gás não-associado e tem potencial para produzir 2 milhões de metros cúbicos por dia, por meio de um único poço (ESS-138),interligado ao navio-plataforma FPSO Cidade de Vitória. Esse FPSO produz, também, gás do Campo de Golfinho, que é enviado para processamento na UTGC.

Como o poço de Canapu está a uma distância de 22 quilômetros da plataforma, a Petrobras inaugurou, ali, uma tecnologia inovadora para viabilizar a produção: o "pipe-in-pipe", que consiste em um duto de 6 polegadas de diâmetro inserido em outro duto, de 12 polegadas, separados entre si por revestimentos especiais. Essa tecnologia elimina um problema comum na indústria do petróleo, que é a formação de hidratos no gasoduto.

Fonte: http://www.revistafator.com.br/

Seis áreas do pré-sal podem levar reservas a 51 bilhões de barris


O anúncio da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de que a área de Libra pode conter até 15 bilhões de barris de petróleo reforça a perspectiva de que somente o pré-sal possa conter 100 bilhões de barris. Até o momento, em apenas seis áreas avaliadas a megarreserva já indicou a perspectiva de que exista no mínimo mais que o dobro das reservas comprovadas até o momento, que são de 14 bilhões de barris. No cenário mais otimista, o volume encontrado em águas ultraprofundas já pode chegar a 37,5 bilhões de barris, elevando as reservas nacionais a 51,5 bilhões de barris.

Nas mãos da Petrobras e de suas sócias estão quatro áreas com volume já estimado: Tupi, que possui de 4 a 8 bilhões de barris, cujo primeiro sistema definitivo de extração de petróleo começou a operara na semana passada; Guará, onde se estima um volume de 1,1 bilhão a 2 bilhões de barris e cujo teste de longa duração (TLD) para avaliar melhor a área está previsto para ser iniciado no final de novembro; Iara, que pode conter entre 3 e 4 bilhões de barris; e Parque das Baleias, com um volume a partir de 1,5 a até 2,5 bilhões de barris de petróleo.

Duas outras áreas cuja estimativa de óleo recuperável já foi calculada são a de Franco, que pode conter entre 4,5 e 6 bilhões, área que foi cedida pelo governo federal à estatal no processo de capitalização; e a outra é justamente a de Libra, que, conforme esclareceu a ANP, pertence integralmente à União.

Segundo o planejamento do governo essa deverá ser a primeira área a ser licitada a partir do modelo de partilha do pré-sal, cuja nova legislação coloca a Petrobras como a operadora do bloco. Segundo o secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Marco Antônio Almeida, afirmou na feira Rio Oil & Gas que esse leilão deverá ser realizado ainda no primeiro semestre de 2011.

A perspectiva para os próximos meses continua sendo positiva. De acordo com a Petrobras, a estatal ainda trabalha em diversas outras áreas como Corcovado, Júpiter, Bem-te-vi, Carioca, Caramba, Corcovado e Parati, além dos blocos BS-M-42, BS-M-45 e BS-M-17, o que pode elevar ainda mais as reservas estimadas.

Segundo a ANP, apenas 28% de toda a área do pré-sal foi licitada até o momento. Apesar do cenário mais otimista, a agência informou que o volume recuperável de óleo mais provável em Libra é de 7,9 bilhões de barris, conforme avaliação da certificadora Gaffney, Cline & Associates. O poço situa-se a 183 km da costa do Rio de Janeiro, em lâmina de água de 1.964 metros.

Fonte: http://www.dci.com.br/