segunda-feira, novembro 21, 2011

Diretor da Petrobras estima crescimento na produção de petróleo


Número de sondas em operação da região do pré-sal deverá dobrar até o fim de 2012

A produção das unidades inauguradas pela Petrobras desde o final do ano passado ainda tende a crescer, afirmou nesta quarta-feira (dia 16/11) o diretor Financeiro e de Relações com Investidores da estatal, Almir Barbassa. A afirmação foi feita durante teleconferência com analistas e investidores realizada na manhã de hoje. Na lista de projetos analisados pela Petrobras está a produção em locais como os campos de Marlim Leste, Cachalote/Baleia, entre outras.

A estatal deseja encerrar o ano com produção de 2,1 milhões de barris de petróleo no Brasil. O resultado ainda aquém da meta é explicado pelas paradas para manutenção realizadas desde o início do ano. Apenas no terceiro trimestre, três plataformas tiveram as operações interrompidas, o que resultou em perda de capacidade em um total de 79 mil barris diários. "Esse resultado foi compensado por melhoria em poços de outras plataformas", destacou, citando como ganho proveniente nessa lista em um total de 27 mil barris por dia. Com isso, a perda líquida de produção no terceiro trimestre ficou em 52 mil barris por dia.

A Petrobras tem planos de adicionar 20 poços ao seu sistema ao longo do quarto trimestre. Desse total, quatro foram conectados em outubro e outros 16 poços têm entrada prevista entre novembro e dezembro. Os poços com início em outubro têm 38 mil barris por dia (bpd) de potencial. Já os poços previstos para o último bimestre têm potencial de 175 mil bpd.

Com isso, a companhia tem potencial para elevar sua atual média de produção, de 2,013 milhões de bpd no acumulado dos nove primeiros meses do ano. Assim, a direção da estatal mantém a meta para o ano de produzir 2,1 milhões de bpd de petróleo no Brasil, com variação de 2,5% para cima ou para baixo, o que significa uma meta entre 2,050 milhões e 2,150 milhões de bpd.

Para o próximo ano, a companhia trabalha com a perspectiva de adição de 414 mil bpd de petróleo, proveniente em grande parte da produção do piloto de Guará e de Roncador, conforme apresentação de Almir Barbassa.

O diretor de Relações com Investidores também afirmou que o número de sondas em operação da região do pré-sal deverá dobrar até o fim do próximo ano. Hoje, segundo o executivo, há dez sinas em operação na área. "A produtividade está se mostrando elevada na região", disse. O executivo destacou a produção do primeiro poço do Piloto de Lula, que adicionou uma produção de 28 mil de barris de petróleo dia (bpd); o segundo em 25 mil bpd e o terceiro estará pronto para início de produção no fim de novembro.

Além disso, a companhia destacou que a produção média de todos os poços do pré-sal está em 20.000 bpd e não há, segundo a empresa, indícios de declínio.

Fonte: Estadão

Chevron pode ter de pagar R$ 100 mi entre multas e reparação ambiental


RIO - A Agência Nacional do Petróleo (ANP), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e o governo do Rio começam hoje a avaliar os valores das multas que serão aplicadas à companhia americana Chevron, responsável pelo vazamento de milhares de litros de petróleo na Bacia de Campos. Somados, os pedidos de reparação e as multas podem atingir R$ 100 milhões.

Executivos e engenheiros da companhia podem virar réus na Justiça com base no inquérito aberto na Polícia Federal do Rio.

Responsável pelo licenciamento ambiental do empreendimento - a exploração de petróleo no campo de Frade, a 120 km do litoral fluminense -, o Ibama estuda se o caso é de aplicação da multa máxima, de R$ 50 milhões. O vazamento começou no dia 8. Há divergências sobre a quantidade de óleo que escapou e poluiu o mar. De acordo com o Ministério do Meio Ambiente, o derramamento não é de grande porte, mas a companhia teria tentado enganar as autoridades e a opinião pública ao divulgar versões que as vistorias indicam ser mentirosas.

Um exemplo é a primeira versão da Chevron, de que o petróleo vazou por falha geológica, sem influência da atuação da petroleira. Já está comprovado pelo Ibama e pela ANP que problemas no poço originaram o derramamento do óleo no oceano.

A multa do Ibama, se estipulada em seu patamar mais elevado, serviria de alerta às outras companhias que atuam no Brasil, analisa a cúpula da instituição.

Da mesma forma, a ANP, responsável pela apuração das causas do vazamento, prepara-se para aplicar 'multas pesadas' na companhia dos Estados Unidos, conforme já disseram o presidente Haroldo Lima e a diretora Magda Chambriard. Eles não informaram o possível valor das punições, mas especialistas do mercado de óleo e gás têm especulado que as multas da ANP não ficarão em menos de R$ 30 milhões.

Ontem, a agência limitou-se a informar que a mancha de óleo diminuiu e continua se afastando da costa.

Embora as multas sejam de responsabilidade da União, o governo do Estado do Rio estuda se poderá aplicar punições suplementares na Chevron. O secretário estadual do Ambiente, Carlos Minc, disse ontem que será exigido da companhia uma reparação financeira pelos danos causados ao meio ambiente e aos pescadores, entre outros afetados. Ele estimou a reparação, 'como base inicial' em R$ 10 milhões, 'podendo ser mais ou menos que isso'. 'Reparação não é multa. Qualquer vazamento causa danos à biodiversidade. Eu vi baleias perto da mancha de óleo durante sobrevoo na sexta-feira passada', disse Minc.

O delegado Fábio Scliar, que abriu inquérito na PF sobre o vazamento, ouve na quarta-feira sete representantes da Chevron, entre eles dirigentes da companhia e engenheiros responsáveis pelo trabalho na Bacia de Campos. Ele não quis dizer quem são os interrogados. Hoje o delegado se reúne com o secretário.

O presidente do Ibama, Curt Trennepohl, estará hoje no Rio, onde se encontrará com Minc.

Procurada, a Chevron afirmou em nota que respeita as leis dos países onde opera e está trabalhando com todas as agências do governo para 'avaliar o problema, mitigar os impactos e identificar a causa raiz'.

Fonte: http://www.policlinicamacae.com.br/