segunda-feira, setembro 10, 2012

Chevron diz que não abandonará o Brasil

De acordo com o presidente da empresa para a América Latina, Chevron não deve mudar sua estratégia e que continuará com ela, ao mesmo tempo em que confirmou que trabalharão para reativar

Rio de Janeiro (RJ) - A companhia petrolífera americana Chevron não abandonará o Brasil e trabalhará para reativar seus projetos no país, onde a Justiça determinou a suspensão de suas atividades após um vazamento de petróleo, revelou nesta quarta-feira Don Stelling, presidente para a América Latina do grupo.
 
O executivo, que participou do II Congresso Integral de Hidrocarbonetos que acontece na cidade venezuelana de Leiteria, assegurou que a empresa tem três projetos no Brasil.
 
Ele assinalou que a Chevron não deve mudar sua estratégia e que continuará com ela, ao mesmo tempo em que confirmou que trabalharão para reativar "projeto a projeto".
 
No último dia 1º de agosto, o Tribunal Federal do Rio de Janeiro deu um prazo de 30 dias para que a Chevron e a perfuradora Transocean suspendam suas atividades de extração e transporte de petróleo no Brasil por causa de um vazamento ocorrido em novembro do ano passado em uma concessão explorada por ambas no litoral do estado.
 
A Chevron selou e abandonou o poço acidentado em novembro, mas continuou operando até março, data na qual anunciou a suspensão "voluntária" de todas suas atividades na região depois que ocorresse um novo vazamento de pequenas dimensões no mesmo local.
 
O acidente da Chevron foi o responsável por 96% do petróleo vertido ao mar no país em 2011, segundo a Agência Nacional do Petróleo (ANP).
 
Com a nova decisão da Justiça, a Chevron e a Transocean terão que pagar uma multa diária de R$ 500 milhões no caso de descumprirem a decisão.
 
Após conhecer a sentença, a Chevron anunciou que apelará, enquanto a Transocean evitou comentar o assunto.
 
Em meados de agosto, o diretor de Prospecção e Produção da Petrobras, José Formigli, anunciou que a estatal usará seu departamento jurídico para ajudar a Chevron e a Transocean. 
 
Fonte: EFE

Empresa no RJ cria equipamentos para cadeia do petróleo e gás

Produtos meteorológicos e oceanográficos são bola da vez no país.

Empresária fez parceria com Sebrae para fornecer consultoria.
No Rio de Janeiro, uma empresa de consultoria e monitoramento ambiental desenvolve equipamentos meteorológicos e oceanográficos para a cadeia produtiva de petróleo e gás.
As boias produzidas medem ondas, correntes e marés. Tudo de acordo com as necessidades das grandes empresas do mercado de petróleo e gás.
A empresária Wilsa Atella investiu em um segmento que é a bola da vez no Brasil: a oceanografia. Ela produz instrumentos para medir as condições do ambiente em portos e no alto-mar e são usados por grandes empresas de energia.
“Esses equipamentos são importantes para poder o engenheiro, por exemplo, conseguir tomar uma decisão operacional, para evitar riscos de acidentes, para monitoramento ambiental também”, diz a empresária Wilsa Atella.
A empresária começou o negócio com R$ 16 mil. Comprou computadores e montou um escritório em casa. Em 2007, ela foi para uma incubadora na Universidade Federal do Rio de Janeiro. A incubadora cobra uma taxa de R$ 750 por mês para usar o espaço, e fez parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) para fornecer todo o tipo de consultoria.
“A incubadora é um ambiente protegido que vai ajudar empresas que têm muito mais dificuldade em entrar no mercado, justamente porque são inovadoras, a superar os gargalos que eles têm”, explica Regina Fátima Faria, da incubadora de empresa COPPE/UFRJ.
Atella é uma pequena empresária em um mercado de gente grande. Ela sabe que o nível de exigência dos grandes clientes é altíssimo. E é aí que entra o programa da cadeia produtiva de petróleo e gás do Sebrae.
“As capacitações estão voltadas para o gestor da empresa. Então são capacitações em um nível de gestão de pessoas, gestão de processos, gestão financeira, para organizara empresa como um todo”, afirma Maíra Campos, do Sebrae do Rio de Janeiro.
Wilsa fez cursos e consultorias. Aprendeu sobre gestão, planejamento e controle de qualidade. E mais: participou de missões de negócios nos Estados Unidos e Europa com subsídio de até 70% nos custos pelo Sebrae.
Os aparelhos de monitoramento são instalados e um meio altamente corrosivo: água salgada do mar. E a empresária descobriu um filão de negócio: a manutenção desses equipamentos.
Um deles, por exemplo, é um coletor de sedimentos do fundo do mar. Wilsa cobrou R$ 50 mil para consertar o aparelho. “A salinidade corrói o equipamento”, diz
Em 2009, com uma equipe de especialistas, a empresária fez o seu primeiro produto: uma ondaleta. É um aparelho que mede a altura e direção das ondas e marés.
“Tem um tubo acoplado num censor que ele vê o nível do mar e através dessa variação de nível ele consegue dar a valor de ondas e maré”, explica Eduardo Almeida de Azevedo, engenheiro eletrônico.
O equipamento é altamente competitivo. Ele custa R$ 75 mil, quase um terço do similar importado.
Outro equipamento produzido pela empresa de Wilsa são essas boias. Elas fornecem dados importantes para a navegação, como altura das ondas, força das correntes e salinidade do mar.
O segmento de petróleo e gás é a grande aposta do Brasil neste século. Nos próximos quatro anos, a Petrobras deve investir quase R$ 240 bilhões em prospecção e exploração de poços.
“Existem pequenos serviços que têm um valor de mercado menor que não são de interesse das grandes empresas e é nesse nicho que nós entramos”, afirma.
A empresária produz em média três equipamentos por mês. Com os programas de capacitação do Sebrae, a empresa se graduou, e saiu da incubadora. Hoje tem 30 funcionários e fatura R$ 3,5 milhões por ano.
“A gente pretende ampliar o programa, assim como a ampliação da produção de óleo e gás. Com isso, a gente tem que preparar as empresas nacionais para que a gente consiga, então, barrar as empresas internacionais que estão querendo se instalar no Brasil”, diz Maíra Campos, do Sebrae.

Fonte: G1 (Do PEGN TV)