Demanda crescente de profissionais qualificados aumenta as chances de empregabilidade
Mais segurança e responsabilidade. Essas são duas das qualidades citadas pelos gestores da área de petróleo que justifica o aumento delas no setor petrolífero. O diretor operacional da Alphatec, Ronaldo Silva, acredita que a contratação de mulheres é uma tendência do mercado. Sua empresa tem nove profissionais do sexo feminino em cargos como caldeireiras, eletricistas, mecânicas e soldadoras. “Tenho observado que elas têm mais cuidado com a qualidade do trabalho, com as ferramentas, e nós ganhamos com isso”, explica Silva.
Segundo a caldeireira Michelle da Silva, o sexo feminino está sendo mais valorizado por esses diferenciais. “Quem contrata acredita, por exemplo, que as mulheres têm mais cuidados com o Equipamento de Proteção Individual (EPIs) do que os homens”, disse Michelle.
A caldeireira, formada recentemente por um curso ministrado pela RioPetro em parceria com a Prefeitura de Rio das Ostras, acredita que não terá dificuldades para conseguir um trabalho. “Percebo que o mercado está aberto e há até uma procura maior por profissionais do sexo feminino. Por isso, espero conseguir logo uma colocação”, destaca. Embora atuasse na área de telemarketing, Michelle sempre teve interesse por peças e ferramentas, e por isso, aproveitou a oportunidade para se qualificar.
Outra aluna do curso, Zuleika Andrade, 49 anos, que lecionou durante muitos anos e atuou como técnica de enfermagem também acredita que será fácil conseguir um trabalho na área, devido ao espaço que as mulheres vêm tomando em setores que, antes, eram ocupados, exclusivamente, por homens. “Estou pronta para o desafio, porque acredito que podemos fazer tudo. Um exemplo disso é que a mestre de obras do estádio do Maracanã é uma mulher”, contou Zuleika, ressaltando que no início se sentiu deslocada, mas com o tempo foi se acostumando com a ideia.
DEMANDA - A falta de profissionais qualificados é um dos motivos, segundo o diretor do Centro de Qualificação da RioPetro, Almir Galvão, para o mercado offshore não fazer distinção de sexo. “A demanda crescente está abrindo o campo para as mulheres que estão preparadas e a cada ano a participação delas na área de petróleo aumenta”, disse Galvão.
O diretor explicou que nos anos 80, as áreas de saúde e engenharia eram as que mais admitiam o sexo feminino nas plataformas. “Hoje as áreas de segurança do trabalho, meio ambiente e logística são as que têm mais mulheres. As oportunidades estão cada vez maiores”, concluiu.
CURSO – Junto a demanda do mercado, a procura das mulheres por cursos como caldeiraria e soldagem, de acordo com Galvão, também cresceu. No último curso de Caldeiraria ministrado pela Rio Petro, 16 mulheres se formaram, numa turma de 80 alunos. Foram três meses e 180 horas de aulas. Com a qualificação em caldeiraria, além de atuar no setor offshore, é possível trabalhar ainda em indústrias voltadas para metal mecânica, refinarias e indústria naval.
Fonte: Da Redação