domingo, novembro 27, 2011

FPSO Pazflor inova com separação submarina de petróleo e gás


Luanda - A unidade de processamento e armazenamento de petróleo e gás natural (FPSO) “Pazflor”, inaugurada terça-feira pelo ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, no Bloco 17 do offshore angolano, inovou a indústria internacional do crude ao ser a primeira a realizar a separação submarina de petróleo e gás com sucesso.

Trata-se de um processo que resulta da existência de duas qualidades diferentes de petróleo bruto tratado simultaneamente, sendo um leve, situado numa camada sedimentar profunda, e outro pesado, cuja localização está numa camada sedimentar menos profunda.

Ao falar no acto de inauguração oficial do FPSO, o governante angolano considerou a separação bi-fásica (gás/líquido) como sendo uma vitória tecnológica.

“O grupo Total e os seus parceiros estão de parabéns e Angola reconhece o projecto como mais uma grande realização no desenvolvimento na indústria petrolífera no país”, frisou.

O presidente do grupo Total, Christophe de Margerie, disse, na ocasião, ser um dia especial para Angola e para as inovações tecnológicas, ao mesmo tempo que manifestou a disponibilidade do grupo em continuar a contribuir no crescimento da economia do país.

Realçou o facto da Total se tornar cada vez mais uma companhia inserida no mercado angolana e com grande ênfase no processo de angolanização em curso.

A Sociedade Nacional de Combustível de Angola (Sonangol EP), a Total E&P Angola e suas associadas do Bloco 17 deram início, em Agosto deste ano, a produção do Projecto de desenvolvimento Pazflor, um conjunto de campos situados no offshore angolano, a 150 quilómetros de Luanda.

A profundidade desses campos do Pazflor oscila entre os 600 e mil e 1200 metros, e possui reservas provadas e prováveis estimadas em 590 milhões de barris. A capacidade de produção é de 220 mil barris de petróleo/dia, a ser atingida progressivamente.

O Pazflor é constituído por uma imensa rede de instalações submarinas, a mais complexa jamais realizada em Angola, para responder aos desafios do projecto, que contém 180 quilómetros de linha de produção, ligando 49 poços submarinos de grande dimensão.

A unidade de produção, com 325 metros de cumprimento, 62 de largura e 120 mil toneladas de peso, pode armazenar até 1,9 milhões de barris no seu casco, onde o gás associado explorado é inteiramente reinjectado nos reservatórios.

O conjunto de equipamentos a bordo inclui turbinas a gás de 120 megawatts, suficientes para fornecer energia para uma cidade de aproximadamente 100 mil habitantes.

A Total E&P Angola é a operadora do Bloco 17 com uma participação de 40%, tendo como associadas a Statoil com 23,33 %, a Esso Exploration Angola, com 20% e a BP Exploration (Angola) Ltd, com 16, 67%.

Fonte: http://www.portalangop.co.ao/

A suspeita: Chevron tentava atingir o pré-sal sem autorização


Os bastidores da reação do governo ao vazamento de óleo na Bacia de Campos, e as razões que levaram a presidenta Dilma a acreditar que a segunda maior empresa petrolífera dos EUA buscava as camadas ultraprofundas do oceano.

No início, parecia uma gota de óleo no oceano. Com curtíssimas notas oficiais, a petroleira americana Chevron anunciou um vazamento de proporção ínfima em sua plataforma no Campo de Frade, na Bacia de Campos. Mas não foi o suficiente para convencer uma pessoa que vive em Brasília e conhece todos os meandros da indústria do petróleo. Ex-ministra de Minas e Energia e ex-presidente do Conselho de Administração da Petrobras, a presidenta Dilma Rousseff concluiu rapidamente que a história estava mal contada. Na tarde da sexta-feira 11, com o País mais preocupado com o feriadão da República, ela chamou ao Palácio do Planalto o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Haroldo Lima, e ordenou que cobrasse explicações mais detalhadas da empresa. Mas, depois que imagens mostraram a área atingida e os filetes de óleo vazando pelas fissuras no solo submarino, Dilma não teve mais dúvida: a Chevron escondia algo grave ao atribuir o vazamento “ao aumento inesperado da pressão do óleo”. Tecnicamente, a pressão do óleo era incompatível com uma perfuração tradicional a 1.200 metros de profundidade. Para quem é do ramo, ficou claro que a Chevron, sem permissão da ANP, tentava atingir a camada mais profunda do pré-sal. Essa foi exatamente a conclusão de Dilma Rousseff. A Chevron estava mentindo para as autoridades brasileiras.
Irritada com a ousadia da segunda maior empresa petrolífera dos Estados Unidos, a presidenta Dilma chamou o problema para sua responsabilidade, refez a agenda e marcou uma reunião de emergência para as 15 horas da segunda-feira 21, no Palácio do Planalto. Convocou, além de Haroldo Lima, a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, o ministro da Defesa, Celso Amorim, e o comandante da Marinha, Júlio Soares de Moura Neto. Àquela altura, imagens de satélite da Nasa registraram que a extensão do vazamento era de 18 km e cálculos da ONG SkyTruth mostravam que o óleo derramado atingia 3.800 barris por dia – quase dez vezes mais do que o anunciado pela Chevron. Houve um verdadeiro corre-corre no terceiro andar do Palácio. Algumas autoridades nem sequer estavam em Brasília e a reunião começou com atraso. A presidenta criticou as informações desencontradas da Chevron sobre o acidente e deu pistas de sua desconfiança sobre a tentativa de alcançar o pré-sal sem a devida autorização. “Quem quiser vir para o Brasil que venha, mas respeitando as nossas regras. Não dá para fazer o que quiser. Isso não é terra de ninguém”, esbravejou. Dilma também reclamou da inércia de seus auxiliares e exigiu uma punição dura e exemplar. “Quero muito rigor, mas tudo dentro da lei”, afirmou.

A ordem foi prontamente cumprida. E as multas, indenizações e compensações ambientais aplicadas à Chevron vão alcançar mais de R$ 250 milhões. O valor incluiu multas de R$ 50 milhões do Ibama, de R$ 100 milhões da Agência Nacional do Petróleo e R$ 100 milhões do Estado do Rio. Segundo a diretora da ANP, Magda Chambriard, “a empresa atuou em completa violação ao contrato de concessão e à legislação brasileira”. A pior de todas as punições, porém, veio dois dias depois, na quarta-feira 23, quando a ANP suspendeu todas as atividades de perfuração da Chevron no Brasil. Em seu comunicado, a ANP informou que também rejeitou o pedido feito pela petroleira para perfurar um novo poço no Campo de Frade com o objetivo de atingir o pré-sal. Se havia o pedido, é bastante provável, como concluiu Dilma, que a Chevron tenha se antecipado ao sinal verde da ANP. Oficialmente, a empresa explorava o pós-sal. Mas, agora, a ANP vai investigar se a Chevron tentava chegar ao pré-sal. “Não faltará rigor nessa apuração”, advertiu o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência.

Fonte: http://www.correaneto.com.br/

Itajaí recebe multinacional Exterran Serviços de Óleo e Gás



Única unidade fabril da Exterran no Brasil será instalada no Litoral

ITAJAÍ - A multinacional norte-americana Exterran Serviços de Óleo e Gás anunciou ontem o investimento de R$ 40 milhões em Itajaí na instalação de uma fábrica de equipamentos para navios de extração de petróleo. A empresa já adquiriu terreno na cidade e o início da operação está previsto para outubro do ano que vem.

Os módulos produzidos são destinados para equipar os navios modelo FPSO, da Petrobrás, usados na retirada de petróleo e gás marítimos das camadas de pré-sal, situadas no Litoral de Santos (SP) e do Rio de Janeiro. O anúncio da vinda da multinacional foi feito ontem à tarde pela Secretaria de Desenvolvimento Econômico Emprego e Renda de Itajaí. Será a única unidade fabril da Exterran no Brasil.

– As máquinas são grandes estruturas metálicas e servem para tratamento de água, geração de energia, digestão de gás e, entre outras funções, processamento do óleo e do gás extraídos dos poços de pré-sal – explica o gerente geral da Manufatura da empresa, Vidal Nadin.

A negociação com Itajaí durou aproximadamente seis meses. A prefeitura soube do interesse da empresa de expandir as atividades no Brasil e a Secretaria de Desenvolvimento Econômico fez contato. A Exterran, sigilosamente, contratou uma consultoria que analisou a costa brasileira, entre a Bahia e o Rio Grande do Sul, e selecionou Itajaí e Pelotas (RS) como possíveis sedes da fábrica.

– O que contou para escolhermos Itajaí foi um conjunto de benefícios como logística, Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), mão de obra e a área que encontramos para instalar a empresa – afirma Nadin.

A empresa adquiriu um terreno de 150 mil metros quadrados no Terminal Portuário Teporti S.A., no Bairro Salseiros. O secretário de Desenvolvimento Econômico, Claiton Batscheuer, diz que serão gerados 600 empregos diretos com a instalação da Exterran em Itajaí. Segundo ele, a implantação começa com a terraplanagem do terreno e depois com a contratação da mão de obra. A matriz da multinacional fica no Texas. A empresa possui um faturamento anual de US$ 2,5 bilhões.

Durante a cerimônia de ontem foi assinado o protocolo de intenções entre a prefeitura, através do prefeito Jandir Bellini, a Teporti e a Exterran. A empresa norte-americana é a segunda multinacional que se instala em Itajaí em dois anos. Em 2010, a italiana fabricante de iates Azimut-Benetti definiu a cidade como sede da primeira unidade na América Latina. Também provisoriamente instalada em uma área do Teporti, a unidade já está funcionando.

Fonte: Jornal de Santa Catarina/RAQUEL VIEIRA