sexta-feira, maio 18, 2012

Queiroz Galvão tem maior lucro entre as petroleiras privadas

DO RIO - Entre as principais empresas brasileiras privadas do setor de petróleo com ações negociadas em Bolsa -QGEP, da Queiroz Galvão; OGX, do empresário Eike Batista; e HRT, do empresário Márcio Mello-, o melhor resultado ficou com a QGEP, mais antiga e única que já produz.
A QGEP, que é a sétima maior operadora do país e tem participação de 45% no campo de Manati, no qual é sócia da Petrobras, teve lucro de R$ 69,2 milhões no primeiro trimestre, crescimento de 72% em relação ao mesmo período do ano passado.
A empresa está também em blocos na bacia de Santos (BM-S-8 e BM-S-12) em parceria com a estatal e é operadora dos blocos BM-J-2 (bacia do Jequitinhonha) e BS-4 (bacia de Santos).
A QGEP produziu em março 2,3 milhões de metros cúbicos diários de gás natural, ou 15 mil boe (barris de óleo equivalente), ficando atrás só da Petrobras na produção de gás natural no país.
PRÉ-OPERACIONAL
Já a OGX, que iniciou este ano produção no campo de Waimea, agora denominado Tubarão Azul, registrou prejuízo de R$ 144,8 milhões.
A perda foi quase três vezes maior que há um ano, de R$ 33,8 milhões, refletindo a condição pré-operacional da companhia, parte do grupo de Eike Batista.
No primeiro trimestre de 2012, a OGX produziu em média 11 mil barris diários de petróleo, ficando em sexto lugar no ranking da produção de petróleo no Brasil divulgado pela ANP (Agência Nacional do Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural).
A HRT, apesar de também pré-operacional, obteve no primeiro trimestre do ano lucro de R$ 53,3 milhões, depois de ter registrado prejuízo de R$ 13,8 milhões no mesmo trimestre de 2011.
O resultado é explicado por uma operação financeira de compra e venda de ativos na qual obteve lucro de R$ 186 milhões.
Apesar da melhor performance financeira, as ações da QGEP acumulavam queda de 19,7% no ano até março.
Já os papéis da OGX acumulavam alta de 10,9% e os da HRT, de 11,3%.
As ações da Petrobras acumulavam altas de 10,2% (PN) e 7,1% (ON) neste ano até o mês de março.

Fonte: http://www.clickmacae.com.br/

Reservas de petróleo e gás do país poderão chegar a 30 bilhões de barris nos próximos anos

A incorporação das reservas ainda não provadas do pré-sal e os 5 bilhões de barris repassados pela União na cessão onerosa elevarão as reservas brasileiras de petróleo e gás para 30 bilhões de barris, nos próximos anos, disse ontem o gerente executivo de Desenvolvimento da Produção da Petrobras, Osmond Coelho Júnior, no 24º Fórum Nacional, no Rio de Janeiro. Em 2011, as reservas totalizaram 15 bilhões de barris.

O gerente declarou ainda que a área total do pré-sal atinge 150 quilômetros quadrados, “três vezes o tamanho do estado do Rio de Janeiro”, com largura de 200 quilômetros. Esse depósito do pré-sal foi batizado pelos técnicos da Petrobras de “picanha azul”, revelou.

Para que a empresa possa explorar todo esse potencial, Coelho Júnior ressaltou a importância dada pela empresa à inovação tecnológica. “A Petrobras enxerga pesquisa e desenvolvimento como um passo inicial para capacitar a engenharia e ter os benefícios do conhecimento mais à frente”. Ele acrescentou que o objetivo é suprir a estatal de soluções para as suas demandas.

Em 2010, o investimento da estatal em pesquisa e desenvolvimento somou US$ 1 bilhão, o equivalente a 0,8% da receita bruta daquele ano. Em 2011, o valor subiu 50%, atingindo US$ 1,5 bilhão, o que correspondeu a 0,9% da receita bruta.

Coelho Júnior ressaltou também o aspecto da sustentabilidade. Como se trata de uma indústria poluidora, ela “tem que trabalhar a sustentabilidade como pano de fundo”, admitiu. Destacou que para continuar avançando nas tarefas, o conceito estabelecido pela presidenta da Petrobras, Graça Foster, é “vazamento zero”.

O gerente executivo disse que o pré-sal pode alavancar o desenvolvimento tecnológico da Petrobras. Os desafios nessa área incluem a padronização de projetos, a concepção de sistemas mais simples, aumento da competitividade em relação aos projetos de companhias estrangeiras, conteúdo nacional e sustentabilidade.

Mão de obra vira principal dor de cabeça dos executivos

Durante evento realizado em São Paulo, executivos de grandes empresas afirmaram que a mão de obra é a principal carência para setores em desenvolvimento no Brasil. Em uma lista de seis itens de "preocupações imediatas" - demanda fraca, mão de obra, inflação, câmbio, custo do crédito e inadimplência dos clientes - a disponibilidade, o custo de pessoal e sua qualificação receberam as notas máximas (de oito a dez), seja na indústria, no varejo ou em serviços. A nota para essa preocupação ficou acima da inflação, revertendo inquietações de 2011. No ano passado, no mesmo evento, executivos relataram que "velhas" preocupações com aumento de custos de insumos haviam retornado para sua agenda.
Demanda fraca e câmbio também apareceram como fortes preocupações de curto prazo. Para esses itens, os temores foram mais fortes entre as companhias muito ligadas ao comércio exterior, mas também apareceram entre diferentes produtores de bens de consumo, como automóveis, vestuário e bebidas.
O presidente da CPFL, Wilson Ferreira Júnior, explica que não há "uma preocupação somente com qualificação, mas também com disponibilidade de mão de obra. A disputa por funcionários acaba inflacionando os salários e, em alguns casos, as opções de contratação são muito poucas", diz o executivo. Renato Alves Vale, presidente da CCR, acrescenta à disponibilidade outra preocupação: a formação. "Nossa preocupação é ter pessoal preparado para garantir sucesso em um ambiente de crescimento, com aumento de demanda." Essa preparação, salienta, também envolve a capacidade de gerar lideranças para guiar a empresa.
"A formação de mão de obra no médio prazo é o principal motivo de preocupação para a Totvs, afirma Laércio Cosentino, executivo-chefe da maior companhia de software de capital nacional. "O setor de tecnologia da informação demanda mão de obra em larga escala e a velocidade da formação de técnicos nos próximos anos será inferior à necessidade das empresas", diz Cosentino. Para ele, demanda fraca, crédito, inflação, inadimplência dos clientes e câmbio mereceram notas muito baixas - de dois a três.
A mão de obra também está entre as maiores preocupações da farmacêutica francesa Sanofi-Aventis, controladora do laboratório Medley, maior de genéricos do Brasil, presidida no país por Heraldo Marchezini. Esse item recebeu nota oito. Na petroquímica Braskem, o projeto de crescimento e internacionalização fez a mão de obra subir ao topo dos temores. Carlos Fadigas, presidente da companhia, diz que esse fator já seria crítico em qualquer circunstância. "Como vivemos uma época de pleno emprego, a disputa natural entre as empresas pelos melhores talentos do mercado torna-se mais acirrada e pressiona os salários para cima, o que torna a questão dos recursos humanos ainda mais relevante", diz ele. Por isso, o executivo sugere que o governo siga desonerando o custo da mão de obra.
Fabio Schvartsman, diretor-geral da Klabin, acrescenta demanda fraca e inadimplência à preocupação com mão de obra. Schvartsman diz que o conjunto de medidas tomadas pelo governo para fortalecimento da economia, seja de incentivo às indústrias, sejam as ações da política monetária de redução de juros, ainda não se traduziram em recuperação importante na economia. Outro setor, bem diferente, tem preocupação semelhante. A demanda fraca e o custo do crédito são as maiores preocupações para Jayme Garfynkel, presidente da Porto Seguro. Quanto ao custo do crédito, seu maior temor recai sobre o financiamento de veículos, que, segundo ele, já afeta o mercado de seguros.
Já para o presidente do grupo São Martinho, Fábio Venturelli, o câmbio está no topo das preocupações. A estabilidade do moeda, diz ele, é essencial para as atividades da companhia por conta de seu "expressivo volume de exportações". Em um segmento com características semelhantes, o presidente da BRF - Brasil Foods, José Antonio do Prado Fay, também relacionou a mão de obra como principal preocupação. "Trabalhamos em um setor em que a mão de obra é muito intensiva e temos dificuldade para contratar", disse ele, citando os cerca de 2 mil postos de trabalho abertos que a BRF não conseguiu preencher.
Ainda no agronegócio, o presidente da JBS, Wesley Batista, também elencou mão de obra como sua principal inquietação. "Para fazer frente ao crescimento do Brasil, precisamos de mão de obra qualificada", sendo necessário maior "investimento em educação".
Em outro setor, e procurando outro perfil de profissional, o presidente da operadora de telefonia Telefônica/Vivo, Antônio Carlos Valente, fez coro aos empresários do agronegócio. "Trata-se de um tema que, devido ao desempenho econômico dos anos recentes, pode trazer algumas dificuldades para companhias dos mais variados segmentos, em especial para aquelas com alto nível de especialização como o nosso", diz Valente. Ainda no setor de serviços, a retenção dos empregados é uma preocupação. O presidente do Cinemark, Marcelo Bertini, diz que a empresa trabalha muito com primeiro emprego e salário mínimo, onde o mercado é muito competitivo, dificultando a manutenção dos funcionários na empresa.
Câmbio, mão de obra, demanda fraca e inadimplência ocupam, cada um, a mesma nota de preocupação do presidente da Fiat, Cledorvino Belini. Marcando oito para cada um desses itens, ele aposta que a redução dos juros trará uma reversão do quadro de retração que marcou o primeiro trimestre.
A demanda também está entre as preocupações de outro setor ligado ao consumo. Apesar dos bons resultados da companhia nos últimos trimestres, o presidente da Hering, Fabio Hering, nota desaceleração da demanda. "Não sei se esse movimento está relacionado com o endividamento grande, principalmente da classe média. Porque a gente não vê nada em termos de emprego e renda", observa o executivo.
A dificuldade em entender o que está acontecendo com a demanda é partilhada pelo presidente da Ambev, João Castro Neves. Ele disse que a demanda é uma preocupação "importante" da companhia. Ele diz que o segmento em que a companhia atua passou por forte crescimento em 2009 e 2010, e desde 2011 está vivendo um processo de desaceleração. No primeiro trimestre do ano, o volume de vendas da companhia cresceu, mas por conta de ganho de participação de mercado, e não por conta da expansão do segmento. "A preocupação com essa retração ou desaceleração, como se queira chamar, não está restrita ao nosso setor nem à nossa companhia, mas ao mercado como um todo".
Mostrando que as preocupações de curto prazo são as mesmas que marcam uma visão de longo prazo, a questão tributária, um tema que vem atormentando a companhia nos últimos meses, é a principal preocupação do presidente da Vale, Murilo Ferreira. "Isso gera uma incerteza na precificação das ações da empresa e causa receio para os investidores e para a companhia", afirmou. A essa questão ele atribuiu nota oito. Em seguida, ele elenca a mão de obra (sete) e o câmbio.
Ferreira não ficou sozinho. O que mais preocupa Alessandro Carlucci, presidente da empresa de venda direta de cosméticos Natura, neste momento, é o "arcabouço tributário do Brasil", que, segundo ele, dificulta o planejamento das empresas. Entre os itens levantados pelo Valor, a dificuldade de mão de obra está entre os assuntos que mais afligem o executivo, que atribui um grau de preocupação entre cinco e seis ao tema. "A busca por talentos vai ficar cada vez mais desafiadora, porque a capacidade do Brasil de desenvolver pessoas não é na mesma velocidade com a qual a economia cresce", diz.

Fonte: http://www.clickmacae.com.br