Ainda neste semestre, a agência determinará
alterações no plano de exploração dos poços
Rio de Janeiro (RJ) - A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP) examina as justificativas apresentadas pela Petrobrás
para a queda de produção de petróleo no País, especialmente na Bacia de
Campos (litoral norte do Estado do Rio e sul do Espírito Santo), nos últimos
anos.
Para o comando da agência, uma queda tão expressiva é surpreendente. No
acumulado de janeiro a novembro de 2012 foi registrado um decréscimo de 2% na
produção nacional diária de barris de petróleo (1,975 milhão) em relação ao
período idêntico do ano anterior (2,015 milhões).
No ano passado, a ANP exigiu da petroleira a apresentação de um novo plano
de desenvolvimento da produção, alarmada com o rendimento muito abaixo do
previsto dos poços gigantes de Campos, como Marlim, Roncador e Albacora.
A diretora-geral da ANP, Mágda Chambriard, chegou a dizer em entrevistas à
época que a Petrobrás precisa fazer um "esforço adicional" para a perfuração de
novos poços.
A Petrobrás credita a queda produtiva, entre outros fatores, à necessidade
de fazer a manutenção de plataformas importantes, procedimento que não teria
sido feito na forma devida e nos prazos ideais na gestão do economista José
Sérgio Gabrielli na presidência da estatal (2005-2012). Outra razão citada pela
empresa é a chamada depleção natural dos campos produtivos, que ocorre no
momento em que o petróleo começa a ser extraído dos reservatórios e tende a se
intensificar no decorrer dos anos.
A Petrobrás já informou à ANP - e a presidente Graça Foster, sucessora de
Gabrielli desde feve-reiro de 2012, tem falado sobre isso em pronunciamentos
públicos - que em 2013 o nível produtivo deverá permanecer muito similar ao
de 2012.
O principal motivo da previsão é que o programa de recuperação da ainda
principal bacia produtora brasileira, lançado no ano passado, tem 2016 como
alvo principal, com o crescimento sendo retomado a partir de 2014.
A expectativa da Petrobrás e da ANP é que, com a entrada em operação de
novas plataformas e sondas na camada pré-sal da Bacia de Santos (litoral de São
Paulo a Santa Catarina) e a recuperação dos poços maduros, a produção de
petróleo possa voltar a crescer ao final dos próximos três anos.
Desde o início deste ano, a petroleira vem divulgando novas descobertas e
aumentos pontuais de produção. Nesta semana, ela informou sobre o início da
produção comercial da plataforma Cidade de São Paulo, no Campo Sapinhoá, no
pré-sal de Santos. Também tomou pública a descoberta de petróleo de boa
qualidade na região Sul de Tupi, no pré-sal da Bacia de Santos.
Outro comunicado recente da companhia revela que a plataforma Cidade de
Itajaí deverá começar a produzir ainda neste mê no pós-sal de Santos. O prazo
inicial para a entrada em operação era o ano passado, mas a plataforma pegou
fogo parcialmente durante testes de mar em Cingapura. Em consequência, o
cronograma atrasou.
Fonte: Estadão