quarta-feira, julho 18, 2012

STX Promar vai contratar 500 pessoas em setembro

O estaleiro da STX Promar começa a ganhar forma na Ilha de Tatuoca, no Complexo Industrial Portuário de Suape, em Pernambuco. À medida que as obras avançam, aumentam as expectativas sobre os efeitos do projeto nos municípios do entorno. Um dos desafios é evitar erros cometidos pelo Estaleiro Atlântico Sul (EAS), também situado na Tatuoca. Em setembro, o STX Promar, controlado por noruegueses e brasileiros, vai contratar 500 pessoas de um total de 1,5 mil trabalhadores que devem ser empregados nos próximos anos. O início da produção está previsto para junho de 2013 a partir de investimentos de R$ 250 milhões.

O novo estaleiro pernambucano nasce com uma carteira robusta formada por oito navios gaseiros encomendados por US$ 536 milhões pela Transpetro, subsidiária de logística da Petrobras. Foi esse contrato que deu confiança aos acionistas, a STX OSV, da Noruega, com 50,5%, e a PJMR, do Rio, com 49,5%, para levar adiante a construção do estaleiro. Os gaseiros vão garantir trabalho para o estaleiro por mais de três anos, mas a partir de 2014 o STX Promar precisará ter novas obras. E a aposta está na construção de navios de apoio às atividades de petróleo e gás, especialidade da STX OSV.

A empresa é controlada pelo grupo coreano STX e tem operações na Noruega, Romênia, Vietnã e Brasil. No Brasil, a STX OSV faturou R$ 430 milhões em 2011, número que deve crescer 16% este ano e atingir R$ 500 milhões, prevê Waldomiro Arantes Filho, presidente da STX OSV no Brasil. Uma das vantagens do STX Promar é contar com o apoio de um estaleiro operacional pertencente ao grupo, o STX OSV, de Niterói (RJ).

As atividades da STX OSV no Brasil se dão em conjunto com a PJMR, cujos sócios criaram o estaleiro Promar, que terminou comprado pelos noruegueses. O grupo tem ainda outros dois projetos no país: um consórcio com o estaleiro Rionave, do Rio, que está começando a produção dos cascos dos dois primeiros gaseiros da Transpetro, e a construção de estaleiro de reparos para navios offshore em Quissamã (RJ).

O STX de Niterói está treinando 50 soldadores, maçariqueiros e outros técnicos recrutados na região de Suape. Em janeiro de 2013 outra turma com 50 trabalhadores pernambucanos vai desembarcar no Rio para um período de treinamento. No total, a STX OSV tem 1,8 mil trabalhadores, dos quais 1,6 mil em Niterói e 200 em Suape, onde o diretor é um norueguês que construiu outra unidade no Vietnã.

Arantes diz que o estaleiro pernambucano, a ser instalado em área de 25 hectares, começará com mil empregados e chegará a 1,5 mil no pico da operação.

O STX Promar terá capacidade de processar 20 mil toneladas de aço por ano, 20% da capacidade do Estaleiro Atlântico Sul, de 100 mil toneladas. O EAS emprega também cinco vezes mais pessoas (o número de empregados hoje no estaleiro é de cerca de cinco mil funcionários). Mas o EAS chegou a empregar cerca de 11 mil trabalhadores, muitos dos quais originários da atividade canavieira dos municípios próximos de Suape.

Parte da mão de obra que foi treinada para trabalhar no EAS e depois dispensada poderá ser aproveitada pelo STX Promar. Outro contingente desses trabalhadores está empregado em grandes projetos como a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Suape, a transposição do Rio São Francisco e a implantação da ferrovia Transnordestina, diz Alberto Santos, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Pernambuco (Sindimetal/PE).

Para Santos, é importante que no caso do STX Promar haja uma união de esforços entre empresa, Estado e sindicato para evitar problemas que ocorreram no EAS. “Não acredito em apagão de mão de obra.” Arantes, do STX OSV, diz que o estaleiro criou programa de treinamento e fez acordo com o governo do Estado de Pernambuco e com cinco municípios da região de Suape para focar em capacitação a partir do processo seletivo de trabalhadores que começa em setembro.

Existe avaliação segundo a qual o EAS, pelo seu pioneirismo, poderá contribuir, em termos de experiência, para reduzir erros em outros projetos de construção naval em Pernambuco. Dos R$ 250 milhões investidos no STX Promar, 70% serão financiados pelo Fundo da Marinha Mercante. A expectativa é de que o projeto se pague em 15 anos.

O investimento inclui o pagamento pela cessão onerosa de uso de uma área de 25 hectares, de um total de 80 hectares arrendados pelo estaleiro. O estaleiro trabalha agora para conseguir o “aforamento”, a formalização da transferência dessa área de 25 hectares feita pelo Estado de Pernambuco, junto à Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Os restantes 55 hectares continuarão arrendados pelo STX Promar.

Fonte: Valor Econômico

Fundo da Marinha aprova projetos avaliados em R$ 1,02 bi

Entre os destaques está a prioridade aprovada a Pancoast para a suplementação para quatro navios tanques de 30.000 TPB, que integram o programa EBN, da Petrobras

Rio de Janeiro (RJ) - O Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante aprovou prioridades de financiamento a 22 projetos de embarcações e estaleiros em reunião realizada no último dia 6 de julho. No total, os empreendimentos de 14 empresas totalizam R$ 1,022 bilhão. No encontro também foram alterados projetos que haviam sido aprovados na reunião de novembro do ano passado. Estaleiros, cabotagem, embarcações de apoio marítimo e portuário, além de navegação interior foram contemplados com a prioridade de apoio financeiro.

Os maiores recursos serão aplicados nos segmentos de apoio marítimo e cabotagem, respectivamente R$ 716,462 milhões e R$ 161,099 milhões. Para estaleiros, o montante chega a R$ 93,565 milhões. Projetos de apoio portuário e navegação interior totalizam investimentos de R$ 46,911 milhões e R$ 4,700 milhões.

Entre os destaques está a prioridade aprovada a Pancoast para a suplementação para quatro navios tanques de 30.000 TPB, que integram o programa EBN, da Petrobras. Dois deles serão utilizados para transporte de produtos claros e contarão com adicional de R$ 80,335 milhões. Os outros dois, destinados aos produtos escuros, terão suplementação de R$ 80,764 milhões. Outra empresa que recebeu prioridade foi o Estaleiro Rio Tietê Ltda. Com o financiamento de R$ 27,595 milhões, a companhia financiará a construção do empreendimento, instalado no município de Araçatuba, em São Paulo.

Alterações - O CDFMM também alterou as prioridades de apoio financeiro do Fundo da Marinha Mercante concedidas na 18ª reunião realizada no dia 30 de novembro do ano passado para três empresas. As principais alterações envolvem os projetos da Hidrovias do Brasil de balsas graneleiras e empurradores fluviais. O CDFMM também alterou o beneficiário e o valor de construção do estaleiro Quissamã, que será instalado no município de mesmo nome, no Rio de Janeiro. Na 18ª reunião do CDFMM, a unidade tinha como responsável a STX OSV Niterói e havia sido aprovada prioridade de apoio financeiro no valor de R$ 76,449 milhões. Agora o projeto é de responsabilidade da empresa Estaleiro Quissamã Ltda e o projeto contabiliza investimentos de R$ 127,822 milhões.

Fonte: Portos e Navios