Os estudos sísmicos em solo acreano para demonstração do potencial para hidrocarbonetos já iniciaram. O objetivo da etapa é confirmar a presença de gás ou petróleo no estado. Ao longo do processo que vai demorar oito meses, serão geradas 550 contratações, sendo que 80% da mão-de-obra é local.
A partir da conclusão dos estudos, que fazem uma espécie de ultrassom no subsolo, a partir do registro e medição da reflexão das ondas sísmicas, e confirmada a presença de gás e petróleo, o Acre estará pronto para licitar a prospecção. “É claro que isso será feito dentro das salvaguardas ambientais que norteiam o nosso projeto. Uma regra que será muito estudada é uma lei estadual onde metade da arrecadação seja destinada ao desenvolvimento socioambiental de populações tradicionais e isso é inovador no Brasil. Não vamos abrir mão do respeito aos povos indígenas e outras populações”, disse o governador do estado, Tião Viana.
“Isso movimenta a nossa economia não só com a geração de empregos, mas também com o aluguel de espaços para alojar essas pessoas, contratos de carros e toda movimentação econômica que vai gerar nos municípios que atuarão”, comenta o secretário de Indústria e Comércio, Edvaldo Magalhães, que acrescenta que já é possível ver retorno, antes mesmo da confirmação da existência do petróleo.
A empresa Georadar, vencedora da licitação feita pela Agência Nacional de Petróleo (ANP), está na fase de permissaria e comunicação. “É o momento de comunicar para autoridades, sociedade, policias civil e militar o trabalho que vamos fazer, além de pedir permissão aos proprietários das áreas que vamos estudar. Também é calculado agora, com a elaboração dos laudos, as indenizações dos danos causados”, explica Ricardo Savini, diretor da Georadar.
Segundo o secretário de Meio Ambiente, Edegard de Deus, os impactos ambientais causados serão os menores possíveis. “Não haverá entrada de grandes equipamentos, tudo é feito com o acompanhamento dos órgãos ambientais. O Ibama já licenciou o estudo, e a empresa é responsável por recuperar todas as áreas que alterar, incluindo o fechamento de todos os poços abertos. Além disso, o governador já anunciou que parte dos royalties será destinado ao desenvolvimento socioambiental de povos tradicionais, incluindo os indígenas.