quinta-feira, abril 19, 2012

Setor naval quer discutir conteúdo local


Sinaval apresenta à Petrobras mapeamento de índice de nacionalização da indústria naval brasileira

Rio de Janeiro (RJ) - O Sindicato Nacional da Indústria da Construção, Reparação Naval e Offshore (Sinaval) vai apresentar à Petrobras um mapeamento do índice de nacionalização da indústria naval brasileira. O objetivo do encontro, ainda sem data marcada, é estimular a petroleira a aumentar a contratação de equipamentos locais e atrair fornecedores estrangeiros das diversas etapas da cadeia produtiva do setor.

"Existe um grande interesse dos investidores estrangeiros no sentido de vir para o Brasil, porque o mercado lá fora não está bom. Tanto nos Estados Unidos quanto na Europa as demandas estão fracas. E a demanda do pré-sal vai ser musculosa por 30, 40 anos", explicou ontem o vice-presidente do Sinaval, Franco Papini, no Rio de Janeiro. Segundo ele, cerca de 20 multinacionais já declararam à instituição o interesse em instalar novas bases ou ampliar as unidades já existentes no país. Entre as empresas, estão nomes de peso como Rolls-Royce, ABB e Wärtsilä.

O mapeamento feito pelo Sinaval, com o apoio da Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip), indicou que a indústria naval do país é capaz de atender 70% do conteúdo total dos navios petroleiros, 63% das plataformas flutuantes de produção e armazenamento de petróleo (FPSOs) e 61% de conteúdo para navios de apoio. "Vamos buscar agora os 40% que faltam ou tentar buscar um número aproximado. Existem produtos que não têm escala suficiente para que se fomente a vinda de indústrias estrangeiras", disse.

Fonte: Valor Econômico / Rodrigo Polito

Petrobras e os dilemas da gestão de estatais


Temos estatais muito poderosas sob o controle total e irrestrito do governo

Cerca de um mês após ter sido indicada Presidente da Petrobras, a engenheira Graça Foster declarou, de forma enfática, que seria “lógico” aumentar os preços da gasolina. Com o preço do petróleo em patamar elevado, continuar segurando artificialmente os preços do combustível causa um gigantesco dreno no caixa da estatal.

Mas o risco de inflação preocupa muito o governo e, pouco tempo depois, Edison Lobão (Ministro das Minas e Energia), sob o aval da Presidente Dilma, contradisse Graça Foster ao afirmar que o preço do combustível não sofreria reajuste. Ao que Foster prontamente aquiesceu, dizendo que, de fato, a política de preços não seria alterada. Resultado: queda de quase 3% das ações da Petrobras em um único dia (5 de março).

A experiência internacional sugere uma boa prática para a gestão de estatais é ter um corpo técnico altamente qualificado e com autonomia para tomar decisões que garantam competitividade à empresa. Por ser profissional de carreira da Petrobras, com ampla experiência no setor, Graça Foster certamente atende ao quesito técnico, assim como os diversos engenheiros e gestores especializados que trabalham na empresa. Mas a sua real autonomia, como o caso do preço da gasolina demonstra, é questionável.

Foster estava correta ao dizer que é lógico aumentar o preço da gasolina. Não ocorre reajuste desde 2009, ainda que os preços do petróleo tenham disparado de lá para cá.
Foster estava correta ao dizer que é lógico aumentar o preço da gasolina. Não ocorre reajuste desde 2009, ainda que os preços do petróleo tenham disparado de lá para cá. Subsidiar o consumo do combustível usando o caixa da empresa compromete a sua capacidade de crescer e investir. Além disso, prejudica os acionistas minoritários – aqueles que investiram na Petrobras mas, ao contrário do governo, não mandam.

Alguns podem dizer que os minoritários já deveriam estar cientes de que estatais estão sempre sujeitas a interferência governamental. São empresas que, além do lucro,seguem outros objetivos ditados pelo governo. Mas os governos vêm e vão, com metas e intenções distintas. Incertezas dessa ordem acabam afugentando novos investidores e aumentando o custo de capital da empresa. Além disso, como ficam os trabalhadores que foram estimulados pelo governo a investir parte do seu FGTS nas ações da Petrobras? Ou aqueles cujos fundos de pensão têm nacos minoritários na estatal?

Além de uma maior autonomia técnica às estatais, outra boa prática é submetê-las a órgãos reguladores independentes e igualmente compostos por técnicos. Órgãos que tenham competência para estabelecer políticas setoriais que não sejam apenas reflexo do que quer o governo em exercício. Mas as várias agências reguladoras no Brasil perderam força e se tornaram focos de empreguismo e corrupção – como mostrou artigo da Época, em julho do ano passado,sobre a própria ANP (Agência Nacional do Petróleo).

No final das contas, temos estatais muito poderosas (leia-se: com amplo caixa e penetração na economia) sob o controle total e irrestrito do governo.Acabam sendo ferramentas de governo e não de estado. Ao interferir na Petrobras, o governo atual pode ter até uma boa intenção, que é evitar um eventual surto inflacionário. Mas, sem a devida autonomia técnica, as estatais podem ser usadas para motivos não tão nobres. A verdadeira liderança política nãoimplica poder de mando, mas a criação de bases institucionais que justamente isolemo setor público desse risco.

Sérgio Lazzarini é Professor Titular do Insper e autor de “Capitalismo de Laços: os Donos do Brasil e suas Conexões”. E-mail: sergiogl1@insper.edu.br

Fonte: Época

3100 vagas para Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval


O Senai do Rio abre inscrições para os 23 cursos do Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval, realizado em parceria com o ITN – Instituto Tecnológico Naval. São 3100 vagas em diversas áreas, como: Metal-Mecânica, Eletricidade, Metalurgia, Automação/Instrumentação, Petróleo, Operação Automotiva, Construção Civil e Gestão.

As inscrições acontecem até 20 de abril, de segunda a sexta, das 9h às 17h, no Sesi de Campos (Av. Deputado Bartolomeu Lysandro, 862 – Jardim Carioca – Campos dos Goytacazes/RJ) ou no CIEP 265 Professora Gladys Teixeira (Rua João Patrício Delfim Pereira, 295 – Centro – São João da Barra/ RJ).

O processo seletivo será composto de três etapas e as aulas têm previsão de início em junho. Os cursos do Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval serão gratuitos e os candidatos selecionados receberão uma bolsa auxílio. Para se inscrever, o candidato precisa ter no mínimo 18 anos; Ensino Fundamental ou Médio completo, de acordo com as exigências de cada curso; e reunir a documentação exigida.

O objetivo é atrair talentos com capacidade de qualificação, gerar oportunidades com a capacitação de pessoal para o setor de construção naval, mercado em grande expansão.

O Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval é uma realização do Senai do Rio, da Firjan e do ITN – Instituto Tecnológico Naval, com patrocínio da OSX e apoio da LLX, Prefeitura de São João da Barra e Prefeitura de Campos dos Goytacazes.

Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval

Inscrições: 09/04 a 20/04/2012

Locais:

- Sesi de Campos – Av. Deputado Bartolomeu Lysandro, 862 – Jardim Carioca – Campos dos Goytacazes/RJ

- E.M.M. CIEP 265 Professora Gladys Teixeira – Rua João Patrício Delfim Pereira, 295 – Centro – São João da Barra/RJ

Mais informações: www.firjan.org.br ou pelo telefone 0800 729-6106
Sobre o ITN – Instituto Tecnológico Naval

O ITN – Instituto Tecnológico Naval foi concebido pela OSX para atuar em parceria com instituições de ensino reconhecidas dentro e fora do Brasil, tendo como meta tornar-se referência em qualificação profissional e soluções inovadoras na área de construção naval e operações offshore, contemplando também promover projetos e pesquisas para o aprimoramento tecnológico do País nesses setores.

Com o objetivo de treinar e capacitar profissionais dedicados às carreiras de construção naval, o Programa de Qualificação Profissional em Construção Naval do SENAI, realizado em parceria com o ITN, prevê formar, até 2013, 7800 técnicos especialistas em produção, inspeção e supervisão de equipamentos.

Para tanto, foi celebrado convênio FIRJAN/Senai do Rio, objetivando a capacitação de 3,1 mil profissionais em 2012. A iniciativa representa a primeira parceria firmada pelo ITN, num investimento de R$ 13 milhões destinado à formação técnica e profissional no Estado do Rio de Janeiro.

Fonte: Olívia Vicente – Insight Engenharia de Comunicação