quinta-feira, novembro 10, 2011

Desafio do pré-sal é debatido na Niterói Naval Offshore


Dificuldades logísticas e oportunidades de trabalho despertam interesse do público.

Os números altos e as dificuldades operacionais para extração do petróleo em águas profundas impressioram a plateia que lotou as conferências da Niterói Naval Offshore (NNO), no Teatro Popular, no dia 09 de novembro (quarta-feira). Ao mesmo tempo que ouvia os detalhes da logística para o transporte do óleo a 300 quilômetros da costa brasileira, o público era lembrado da importância da qualificação profissional e do conteúdo local para garantir o desenvolvimento do país.

“Estamos repensando a logística de transporte de cargas e pessoal para as plataformas no pré-sal com segurança. Não existe um modelo em prateleira, é um trabalho pioneiro que resultará em novas tecnologias. Pensamos num terminal oceânico a cerca de 100 quilômetros da costa, no meio do caminho, para fazer o abastecimento de navios no mar. Dali parte do óleo seguirá para exportação, sem precisar passar por terra, e a outra virá para nossas refinarias, como a do Comperj”, explicou o gerente executivo da Transpetro, Paulo Penchiná.

Ao participar do painel “Logística de Apoio”, o representante da Transpetro calculou que o número de barcos de apoio subirá de 287 para 560, em 2020. “Temos que estar estruturados, não só nos estaleiros de construção naval como nos de reparo.”

Para o representante da Brasil Supply, Edgar Strauss Junior, os desafios logísticos são enormes, mas precisam ser vencidos, no apoio offshore. Sediada em Vitória (ES), a empresa tem a Petrobras Distribuidora como uma das parceiras e investe em novas unidades no litoral. Serão construídas unidades de fluidos em Angra dos Reis e na Baía de Guanabara (RJ), além de Santos (SP) e Aracaju (SE), para acompanhar o ritmo da produção de petróleo.

A defesa da indústria brasileira e do conteúdo nacional foi o ponto central do painel “Oportunidades do Pós e do Pré-Sal”. O representante da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas (Abimaq), Alberto Machado, falou da importância do fortalecimento dos fornecedores locais. “A desnacionalização do setor preocupa. Não terá conteúdo local sem indústria local com condições para competir. É preciso planejar o futuro, para garantir geração de empregos”, completou.

Para o representante do Sindicato Nacional da Indústria de Construção e Reaparação Naval (Sinaval), Alberto Padilla, a missão é acompanhar o horizonte novo do pré-sal, garantindo a competitividade da indústria. “Temos 26 estaleiros fortes em operação e 12 em implantação, capazes de processar 570 mil toneladas de aço por ano. E a demanda será de 1 milhão, temos que duplicar a capacidade”, disse Padilla, que também é da Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore (Abenav).

Ao falar da concorrência externa, o diretor regional RJ/ES da Associação Brasileira da Indústria Elétrica Eletrônica (Abinee), Paulo Galvão, defendeu a criação de um órgão específico para a defesa do conteúdo local: “A concorrência é forte, global e desigual. É preciso adequar as diretrizes internas à crise mundial, garantir nossos ganhos.”

A NNO chega ao fim, nessa quinta-feira (10/11), das 14h às 21h, com 118 empresas expositoras. O evento é uma promoção da prefeitura de Niterói e do Instituto de Tecnologia Aplicada a Energia e Sustentabilidade Socioambiental (ITAESA).

Fonte: http://www.revistafator.com.br

Setor de petróleo e gás desperta pouco interesse


O interesse dos empresários da região em participar da cadeia produtiva de petróleo e gás e indústria naval, vinculada à Petrobras, está baixo. Ontem, das mais de 44 mil empresas do Grande ABC, cerca de 80 representantes de companhias participaram do seminário Mobilização de fornecedores para expansão da cadeia produtiva de petróleo e gás: programas de apoio financeiro e investimentos da Petrobras na região Nordeste.

O secretário executivo do Consórcio Intermunicipal do Grande ABC, Luis Paulo Bresciani, opinou que um dos motivos que podem ter espantado o empresariado é a falta de conhecimento sobre se o portfólio das empresas atende a demanda da estatal.

Outro fator apresentado por Bresciani foi o alto nível de exigências da Petrobras para seus fornecedores. "Não são aceitas falhas em peças que vão fazer parte das implantações da Petrobras. Imagine peças que estão a centenas de metros de profundidade no mar; elas não podem dar defeito. Portanto, as exigências são enormes", disse.

O gerente de relacionamento industrial de abastecimento da Petrobras, Michel Fabianski Campos, destacou o grau de exigências da estatal. "Em primeiro lugar fica a indústria aéro-nuclear. E a cadeia de petróleo e gás é a segunda em restrições e exigências. No entanto, se os fornecedores estiverem atendendo a esses requisitos, poderão fornecer para muitos outros setores", explicou.

Campos apresentou, ontem, no Teatro Clara Nunes em Diadema, os próximos passos da Petrobras, que tem plano de investimento de US$ 224,7 bilhões em cinco anos. Ele, junto a outros executivos da estatal, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social e da Caixa Econômica Federal, ministraram palestras mostrando ao grupo de empresários que é possível se tornar fornecedor da Petrobras por meio de ferramentas de fomento e financeiras.

CADASTRO

O principal instrumento para se tornar fornecedor é estar cadastrado no banco de dados da Petrobras, por meio do site http://cadastro.petrobras.com.br. A estatal atenderá os empresários da região, hoje e amanhã, mediante agendamento, para mais detalhes sobre o cadastro no Consórcio, na Avenida Ramiro Colleoni, 5, Centro, em Santo André.

Mesmo quem não sabe se sua produção, ou serviço oferecido, atende à demanda da Petrobras, pode realizar o pré-cadastro. Após entrar com os dados básicos da empresa no site, o empreendedor deve procurar se sua oferta se enquadra em algum item da lista do que a estatal necessita. "Se você não encontrar o seu produto, ou serviço, neste grupo, não será possível realizar o cadastro", explicou o representante de cadastramento da Petrobras Eliel Costa Júnior.

Quem atender à demanda deverá seguir, passo a passo, as exigências da Petrobras dispostas no site, enviando documentos comprobatórios eletronicamente. E com o cadastramento concluído, a empresa receberá um Certificado de Registro e Classificação Cadastral, e pertencerá ao banco de dados da Petrobras de fornecedores aprovados para participar das cotações e licitações.



Demanda da estatal é para o Nordeste



Os executivos da Petrobras vieram ao Grande ABC com o objetivo de estimular os empresários da região a integrar a carteira de fornecedores da estatal. E, no primeiro plano da discussão promovida em Diadema, estava a demanda das refinarias em construção no Nordeste.

A Premium 1, no Maranhão, será a quinta maior refinaria do mundo. E tem previsão de entrega, da primeira etapa, em dezembro de 2016. As outras são a Premium 2, no Ceará, e a Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco.

Dentre os 7.000 fornecedores da Petrobras, hoje, o último balanço divulgado pela empresa ao Consórcio Intermunicipal do Grande ABC é de que 130 são da região, contou o secretário executivo do órgão, Luis Paulo Bresciani.

Apesar do baixo número de empresários no evento de ontem, Bresciani acredita que entre 10% e 20% das cerca de 6.300 indústrias da região têm potencial de se tornarem fornecedores da Petrobras.

Fonte: http://www.dgabc.com.br/