domingo, junho 19, 2011

Petrobras compra direitos de explorar blocos da costa do Gabão



A petrolífera adquiriu 50% dos direitos de exploração dos Blocos Ntsina Marin e Mbeli Marin; operação defende da aprovação final do país africano

Plataforma da Petrobras na Bacia de Campos: região onde se encontram os blocos apresenta estruturas geológicas consideradas comparáveis às áreas desenvolvidas no Brasil
Rio de Janeiro - A Petrobras adquiriu 50% dos direitos de exploração dos Blocos Ntsina Marin e Mbeli Marin, localizados na Bacia Costeira do Gabão, na costa oeste da África. Em nota divulgada, a estatal informa que os blocos foram adquiridos da empresa Ophir Energy, com sede no Reino Unido, que permanece dona dos direitos dos 50% restantes. Apesar de concluída nesta sexta-feira, a operação ainda depende da aprovação final do governo do Gabão.

De acordo com a Petrobras, a região onde se encontram os blocos apresenta estruturas geológicas consideradas comparáveis às áreas desenvolvidas no Brasil. “A Petrobras assume obrigação de executar um programa mínimo, que compreende 2 mil quilômetros quadrados de sísmica 3D [mapeamento] até março de 2012”, diz a nota.

No final desse prazo, a Petrobras tem o direito de avaliar a sua permanência na próxima fase do programa exploratório, que inclui perfuração de poços.

Fonte: http://exame.abril.com.br/

Eike pagará duas vezes mais que Petrobras em captação da OGX



O motivo é a classificação dos títulos da empresa como junk, ou alto risco

A OGX será a primeira das seis empresas de capital aberto comandadas por Eike a emitir títulos internacionais
São Paulo e Rio de Janeiro - A estreia do bilionário Eike Batista no mercado internacional de dívida pode obrigar a OGX Petróleo & Gás Participações SA a pagar o dobro da taxa da estatal Petróleo Brasileiro SA numa captação externa. Os títulos da empresa de Eike foram classificados como junk, ou alto risco.

A OGX pretende captar US$ 2 bilhões em títulos denominados em dólar a um rendimento de 7,5 por cento, ou cerca de 500 pontos-base a mais do que papéis do Tesouro americano, segundo uma pessoa familiarizada com a operação, que pediu para não ser identificada porque os termos ainda não foram definidos. A dívida de prazo similar da Petrobras, que tem classificação de risco seis níveis superior, rende 200 pontos-base a mais do que as notas do governo americano. A taxa média para empresas com a mesma nota de crédito B1 da OGX é 6,86, segundo o Bank of America Corp.

Eike, 54 anos, vai realizar a captação externa após suas empresas terem levantado cerca de US$ 7,3 bilhões em ações nos últimos cinco anos para financiar investimentos em energia, mineração e transporte. Os investidores vão exigir um prêmio porque a OGX ainda não produz petróleo, disse Gianna Bern, presidente da consultoria de gestão de risco Brookshire Advisory and Research, de Chicago.

“O maior desafio para a OGX é ir a mercado sem um histórico estabelecido de produção”, Bern, que já foi diretora sênior da Fitch Ratings, disse em e-mail. “Essa empresa construída a partir de expectativas de reservas. O preço vai refletir esse nível de incerteza.”
Em nota enviada por e-mail, a assessoria de imprensa da OGX se recusou a fazer comentários para esta reportagem.

Planos de produção

A OGX será a primeira das seis empresas de capital aberto controladas por Eike a emitir títulos internacionais. A MMX Mineração & Metálicos SA emitiu R$ 96 milhões em debêntures no mercado doméstico em novembro de 2009.

O rendimento médio da dívida corporativa em dólar de companhias brasileiras com classificação B1, como a Marfrig Alimentos SA, é de 7,69 por cento, de acordo com dados compilados pela Bloomberg. Os títulos do governo com vencimento em 2019 rendem 3,72 por cento.

A OGX, que tem classificação B+ pela Fitch Ratings, planeja começar a produzir petróleo num poço de testes até outubro, adiando uma previsão anterior para iniciar a produção em agosto. No mês passado, a empresa sediada no Rio de Janeiro divulgou um aumento abaixo do esperado nos recursos de óleo e gás.

“A verdadeira pergunta é se eles podem executar a estratégia para conseguir o que querem e como vão chegar lá”, disse Dan Kastholm, chefe de classificação de risco corporativo para a América Latina da Fitch Ratings em Chicago, em entrevista por telefone. “Em nossa visão, claramente é um risco altamente especulativo. A empresa ainda não vendeu nada de petróleo.”

Fonte: http://exame.abril.com.br/