quarta-feira, dezembro 14, 2011

Oportunidades na indústria do petróleo


Reservas do pré-sal devem colocar o Brasil entre os dez maiores produtores do mundo

O Brasil tem a possibilidade de se tornar um dos dez maiores produtores de petróleo do mundo. Hoje ocupa a décima sexta posição. O aumento da produção brasileira com as reservas do pré-sal pode até levar o país, em um prazo estimado de cinco anos, a ser membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), que reúne e define as regras do comércio desse produto no planeta. Um dos reflexos dessa onda do pré-sal acontece nas faculdades, onde os cursos voltados a este setor estão sendo valorizados. A carreira de engenheiro de petróleo, por exemplo, que antes era uma especialização de engenharia, já chegou à graduação e faz parte dos principais recrutamentos das empresas petrolíferas.

Exploração do pré-sal – A expectativa para início da exploração do pré-sal é 2015, mas a procura pelo curso de engenheiro de petróleo já aumentou, segundo o coordenador dessa área da engenharia na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), o professor Antonio Carlos Bannwart. “O fator pré-sal tem sido muito atrativo, pois o volume da reserva é muito grande e irá garantir a autosuficiência do Brasil. Vão surgir muitos empregos nas plataformas, nos navios e em terra”, garante. De acordo com os planos da Petrobras, empresa brasileira com papel majoritário na exploração do petróleo no Brasil, até 2013 irá precisar de 207 mil profissionais em 185 categorias. Atualmente, um engenheiro especializado em petróleo tem salário inicial de 5,6 mil reais.

Outras áreas – Além de engenharia do petróleo, que tem como base o curso de mecânica, o setor petrolífero abre vagas de estágio para outras áreas, como administração, comunicação, contabilidade, direito, física, geologia, geografia e outras formações de engenharia (ambiental, produção, química).

Concorrência – De acordo com o professor Bannwart, como os processos de seleção das empresas de extração são muito disputados, é fundamental ter uma boa formação. Na Petrobras, considerada a empresa dos sonhos dos jovens, segundo a pesquisa da consultoria internacional Universum, o concurso para o cargo de engenheiro de petróleo, em 2008, contou com 134 candidatos por vaga. Este ano, a concorrência subiu para 206 candidatos por vaga. “É preciso ter um curso de primeira linha e o domínio de inglês é extremamente importante, pois essas empresas são totalmente globalizadas”, afirma o professor da Unicamp.

Além da universidade de Campinas, o curso de engenheiro de petróleo ou sua especialização podem ser feitos na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Vale do Itajaí (Univali) ou Universidade Federal Fluminense (UFF). No caso do programa de trainee da espanhola Repsol, uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo, em que o recém-formado passa um ano estudando na Espanha, são valorizados os candidatos que já tenham uma pós-graduação, MBA ou mais de uma graduação.

O iG Estágio e Trainee traz o perfil dos programas de trainee e estágio de cinco das principais empresas de exploração de petróleo no Brasil:

Chevron
Sobre o programa: Contrata cerca de 30 estagiários por ano e a bolsa-auxílio é de 950 reais por jornada de seis horas e 633 reais por quatro horas
Áreas: Administração, arquivologia, arquitetura, biblioteconomia, biologia, ciências contábeis, comunicação, direito, economia, engenharia (inclusive do petróleo), geofísica, geologia, oceanografia, psicologia, relações internacionais e química
Inscrições: Durante o ano inteiro no site , em Recursos Humanos.
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)
Sobre a empresa: A Chevron Brasil atua na área de exploração e produção de petróleo e no ramo de lubrificantes, que mantém a marca Texaco.

ExxonMobil
Sobre o programa: Contrata estagiários há mais de 50 anos e a bolsa-auxílio é de 980 reais para jornada de quatro horas diárias. A média de efetivação é de 80%.
Pré-requisitos: Formados de dezembro de 2011 a dezembro de 2012.
Inscrições: Podem ser feitas de 1º de julho a 31 de agosto pelo site da empresa.
Local de trabalho e áreas:
Paraná – Administração, ciências contábeis, economia, engenharia e informática
Rio de Janeiro – Administração, ciências contábeis, economia, engenharia ambiental, engenharia de produção, engenharia de petróleo, geologia e jornalismo
São Paulo – Química e engenharia química
Sobre a empresa: Maior companhia privada de petróleo e petroquímica do mundo, a ExxonMobil está presente em cerca de 200 países e territórios, atuando em toda a cadeia de petróleo e gás.

OGX
Sobre o programa: Contrata cerca de dez estagiários por ano. Por se tratar de uma equipe pequena, o estagiário é envolvido em projetos importantes, mas com supervisão constante. A bolsa-auxílio é de 1.050 reais para jornada de seis horas diárias e de 700 reais para jornada de quatro horas diárias. A efetivação média é de 95%.
Pré-requisitos: Estudantes no segundo ou terceiro ano de administração, engenharia do petróleo, economia, geologia e geofísica. É necessários domínio de inglês ou outras línguas e de informática. Inscrições: Durante todo o ano no site da empresa, no “Portal do Candidato”.
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ)
Sobre a empresa: É uma empresa do grupo EBX, do empresário Eike Batista, dedicada à exploração e produção de óleo e gás natural. É responsável pela maior campanha exploratória privada em curso no Brasil.

Repsol
Sobre o programa: Possui programa de estágio e também de trainee, chamado Programa Novos Profissionais, que dura dois anos, sendo o primeiro realizado em Madri, Espanha, para fazer um curso de especialização em exploração e petroquímica. No segundo ano fazem cursos práticos relacionados a suas áreas de interesse.
Pré-requisitos para o estágio: Inglês fluente; para alunos de administração, engenharia do petróleo, produção, economia, direito, física, geologia e geofísica e química
Pré-requisitos para o trainee: Inglês fluente; para formados em engenharia do petróleo, produção, geologia e geofísica
Inscrições para o estágio: Durante todo o ano no site da empresa
Inscrições para o trainee: A partir de maio no site da empresa
Local de trabalho: Rio de Janeiro (RJ)
Sobre a empresa: Uma das dez maiores empresas petrolíferas do mundo, está presente em mais de 30 países e proporciona aos funcionários uma oportunidade de carreira internacional.

Shell
Sobre o programa de estágio: São contratados cerca de 90 estagiários por ano, que contam com o acompanhamento direto de um supervisor que será responsável pela definição de metas e avaliação de seus resultados. Além disso, participará de palestras internas com executivos da empresa, grupos de discussão, estudos de caso da própria Shell e visitas aos pontos de fabricação dos produtos. A média de efetivação é de 20%. A bolsa-auxílio é de 800 reais para jornada de quatro horas diárias e de 1.200 reais para jornada de seis horas.
Sobre o programa de trainee: São contratados em média dez recém-formados por ano, que passam por treinamentos obrigatórios e experiências em diversas de trabalho. Eventualmente também poderão participar de projetos em outros países.
Pré-requisitos para o estágio: Conclusão da graduação de até seis meses antes do período de inscrição. Formados em administração, ciências econômicas, engenharia (elétrica, química, mecânica, de petróleo, de produção e ambiental) e psicologia; Inglês avançado; Conhecimentos no Pacote Office
Pré-requisitos para o trainee: Até dois anos de formado. Formados em administração, ciências econômicas, engenharia (elétrica, química, mecânica, de petróleo, de produção e ambiental), geologia e psicologia; Inglês avançado; Conhecimentos no Pacote Office;
Inscrições: Os candidatos para trainee ou estágio podem se inscrever o ano inteiro no site da empresa no “Banco de Oportunidades”. Mas, a seleção ocorre em datas fixas: para estágio, no início de cada semestre; e para recém-formados, uma vez por ano, geralmente no primeiro semestre.
Local de trabalho do estágio: Rio de Janeiro (RJ)
Local de trabalho do trainee: Brasília (DF), Rio de Janeiro (RJ) e São Paulo (SP)

Sobre a empresa: A Shell está presente em mais de 90 países e chegou ao Brasil há quase 100 anos, onde responde por 16% do mercado nacional de distribuição de combustíveis. Também atua na exploração e produção de petróleo.

Fonte: IG

Petróleo e gás: sobram vagas, faltam profissionais capacitados



O cenário para o mercado de Petróleo e Gás nos próximos cinco anos é bastante positivo. O início das operações do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj), previsto para ocorrer em 2012, e a descoberta da província do pré-sal, localizada em águas profundas(entre cinco mil e sete mil metros abaixo do nível do mar), tornaram o setor um dos mais atraentes e promissores do país. As recentes descobertas geram expectativas de o Brasil se tornar um dos principais produtores mundiais de petróleo no futuro. Como reflexo desse crescimento, o setor já enfrenta um aumento da necessidade por mão de obra especializada e por profissões que até então não eram tão demandadas.

Será preciso um grande número de profissionais para suprir este segmento. A expectativa é que deverão ser criados mais de 200 mil empregos diretos e indiretos relacionados ao petróleo nos próximos cinco anos, em todos os níveis - médio, técnico e superior -, de acordo com o Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Promimp).

O Estado do Rio concentra 80% da produção de petróleo, e grande parte do mercado de trabalho para esta área está na Bacia de Campos, no litoral norte fluminense, onde fica a maior reserva de petróleo do país.

Atualmente, estão em operação nesta bacia mais de 400 poços de óleo e gás, 30 plataformas de produção e existem 3.900 quilômetros de dutos submarinos. As principais ofertas de trabalho estão concentradas também na cidade de Santos, em São Paulo. Além disso, há procura por profissionais na Bahia, Rio Grande do Norte, Espírito Santo e Amazonas. É preciso ainda contar com profissionais suficientes e devidamente capacitados para serem empregados na construção de 5 refinarias até 2014, incluindo as do Comperj, e 28 plataformas até 2017. Isso sem contar todos os equipamentos que serão necessários para as futuras operações.

As possibilidades de trabalho na cadeia produtiva são muitas e dependem da formação do profissional. A Engenharia do Petróleo é uma das profissões mais requisitadas. Trata-se de uma área estratégica que tem poucos profissionais no Brasil e que está em expansão em todo o mundo. Esta cadeia vem preparando vários profissionais para atuarem no desenvolvimento de campos de prospecção, exploração e expansão de jazidas, transporte, refino, industrialização e atividades afins, como processamento de gás natural. E não para por aí. Em um momento em que se discutem novas matrizes energéticas, os engenheiros de petróleo começam a agregar conceitos de sustentabilidade e meio ambiente. Olhando para o futuro, o mercado já está buscando profissionais capacitados também na gestão ambiental da produção de petróleo e gás.

Os postos de trabalho vão desde as empresas de Engenharia, que perfuram os poços, até refinarias e petroquímicas. Além disso, o profissional pode trabalhar em setores relacionados à gestão do negócio e também na manutenção e no gerenciamento de equipamentos. Do outro lado, estão as instituições públicas e privadas que estão abrindo cursos técnicos e de graduação voltados especificamente para a área de petróleo e gás para atender à demanda. Atualmente, existem 87 cursos de graduação em petróleo reconhecidos pelo Ministério da Educação no país, sendo que muitos outros ainda não obtiveram reconhecimento por serem novos no mercado. Esse número de cursos, principalmente nos Estados de São Paulo e Espírito Santo, pode ser pequeno em vista das expectativas.

A alta empregabilidade e os bons salários, que em muitas vezes se devem aos riscos envolvidos no setor, são um fator de destaque e o que maisatrai candidatos aptos a atuarem na área. Mas não basta o profissional ter formação, ele precisa estar pronto para atender às necessidades do mercado. Por ter características de carreira internacional, e pela necessidade de lidar com profissionais de todo o mundo, é essencial fluência em inglês e um constante aprimoramento, já que a tecnologia e a aparelhagem do setor evoluem rapidamente. É preciso ainda ter desenvoltura em liderança. Na área de perfuração, por exemplo, já é bem difícil encontrar toolpushers, sondadores e assistentes de sondador com experiência, bom inglês e conhecimentos suficientes para operar uma sonda cyber.

Uma das saídas para esse gargalo pode estar na criação de centros de pesquisa e o investimento em atividades de ensino, pesquisa e extensão como já vem sendo feito por algumas grandes empresas do setor petrolífero. Outra saída é a realização de convênios de empresas com universidades. De acordo com levantamento do Prominp, implantado pelo governo federal em 2003 para capacitar mão de obra para implementação de empreendimentos no setor de petróleo e gás, a estimativa é de que será necessário capacitar 112 mil pessoas para o setor entre 2008 e 2012. Neste momento crucial para o País, é importante que haja o engajamento das autoridades públicas e privadas para garantir a adequada e efetiva colaboração de áreas como as de educação, treinamento e capacitação, visando valorizar e estimular nossos jovens a entrarem neste segmento tão promissor e carente de profissionais devidamente capacitados.

Fonte: NN - Midia do Petroleo