domingo, outubro 14, 2012

Indústria petrolífera impulsiona aeroportos do interior do Estado

Impulsionados pelo crescimento do setor de petróleo e gás, aeroportos do interior do Estado do Rio crescem e ganham investimentos. Para atender melhor a demanda de empresas como Petrobras e OGX, o de Cabo Frio inaugurou este mês a primeira parte de sua expansão. Em Maricá, o projeto é transformar o aeródromo municipal em um aeroporto para servir o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj). Já o espaço de Macaé se estabelece como a porta de entrada e saída de cargas e pessoas do maior polo petrolífero fluminense.

Com um aumento de 48% no embarque e desembarque de passageiros e 61,7% nos pousos, em relação a 2011 – a maioria de funcionários e helicópteros das plataformas de petróleo em alto mar – o Aeroporto de Cabo Frio confirma a sua vocação e começa a crescer. Até 2014, serão investidos R$ 60 milhões na ampliação do pátio de aeronaves na construção de novos terminais de cargas e de passageiros. Este mês, a primeira fase foi concluída e já há espaço para operação de mais seis helicópteros.

- No fim das intervenções chegaremos a mais 30 posições para helicópteros. Conseguiremos, no total, atender 45 aeronaves. Por isso, também precisaremos de um novo terminal de passageiros e mais espaço para armazenar cargas – explicou Pedro Orsini, diretor geral da Libra Aeroportos, gestora do aeroporto.

Além de dobrar a área coberta, que atualmente é de 16 mil m2, será construído um novo terminal de passageiros que terá capacidade de atender 1,2 milhão de passageiros por ano. De janeiro a agosto deste ano, o desembarque de cargas em Cabo Frio – entre máquinas, equipamentos e insumos industriais – para as indústrias petrolíferas cresceu 75,7% em relação ao mesmo período do ano passado.

Mas os planos não param na indústria do petróleo. De acordo com Orsini, o aeroporto também quer atender a indústria farmacêutica, que se concentra na região de Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio. Para isso, precisa receber autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para fazer o transporte de produtos e matérias-primas.

Para o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, o mercado petrolífero ajuda no crescimento de diversos setores da economia do Estado.

- A economia do Rio de Janeiro está fortemente baseada na indústria do petróleo, não só pela exploração e produção, mas por tudo o que a cadeia gera no estado. Os investimentos na expansão dos aeroportos deixa bem clara a importância dessa cadeia que, indiretamente, contribui para a expansão da atividade econômica de outros setores e, consequentemente gera mais emprego e renda.

Vocação

Com a vocação de servir as plataformas petrolíferas da Bacia de Campos, o Aeroporto de Macaé recebe diariamente os pousos e decolagens de helicópteros que circulam entre as unidades marítimas da área. Na rota do Comperj, o aeródromo de Maricá quer seguir o exemplo de Macaé e Cabo Frio e crescer junto com o setor. Atualmente habilitado apenas para receber voos de treinamento e de táxi aéreo de pequeno porte, o espaço já conta com um projeto de expansão.

O projeto da Prefeitura é aproveitar a localização estratégica, a 200 km em linha reta das plataformas do campo Lula, para transformar o espaço em uma base de apoio às operações de helicópteros do pré-sal e em terminal para aviação executiva internacional. A previsão é que, em 2017, o novo aeroporto movimente 68 mil passageiros por ano, com tráfego estimado de 10 mil aeronaves.

- O projeto do aeroporto vai trazer muitos benefícios para a população, inclusive no aspecto da segurança, já que antes não tínhamos o controle do espaço aéreo – afirmou o secretário de Fazenda, Roberto Santiago.

Fonte: Diário do Grande ABC

ANP vê grande interesse nos próximos leilões de petróleo

As descobertas recentes da Petrobras nas proximidades das áreas que serão leiloadas devem aumentar o apetite, disse nesta quarta-feira o diretor da agência reguladora, Helder Queiroz

Rio de Janeiro (RJ) - A Agência Nacional do Petróleo espera uma grande número de interessados na décima primeira rodada de blocos, programada para maio do ano que vem. Depois de quatro anos sem rodadas(a última foi em 2008), o governo aprovou recentemente a retomada das licitações e marcou a décima primeira rodada para maio do ano que vem. O leilão terá 87 blocos em terra e outros 87 em mar.

"Vai ser disputada a décima primeira rodada; primeiro porque o setor está parado há algum tempo e, depois tem áreas consideradas pela indústria muito atrativas como a margem equatorial, onde a Petrobras fez descobertas importantes na região, que tem analogia com Costa da África", avaliou o diretor da ANP.

"Vai ser atrativo também sobretudo porque teve descobertas na Guiana com estrutura geológica muitos similares. A indústria está de olho e a disputa será ferrenha", adicionou ele.

Queiroz revelou que parte dos blocos pré-selecionados está nas bacias da margem equatorial e do recôncavo baiano.

"A margem equatorial será privilegiada assim como a área do recôncavo baiano e bacia de São Francisco", afirmou a jornalistas. O diretor da ANP revelou que a rodada está bem encaminhada.

Ele disse que não há possibilidade de inclusão de novos blocos no certame, mas um pequeno número pode sair da rodada caso não haja licenciamento ambiental. "Se for diminuído vai ser algo marginal", disse a jornalistas.

Nas próximas rodadas, o procedimento de licenciamento deve mudar a partir de um acordo com o Ibama, segundo o diretor da ANP.

A ideia, segundo ele, é que as licenças concedidas não sejam mais para cada bloco, mas sim para uma área onde podem estar vários blocos. "O objetivo é licitar já com licença ambiental. Isso vai dar mais celeridade. Para agora não dá, mas para o pré-sal é seguro", frisou ele.

A expectativa dele é de que em janeiro do ano que vem a ANP comece os workshops técnicos da décima primeira rodada, e depois os road shows pelo mundo.

Embora tenha dito que não seja o diretor da área que cuida de etanol, Queiroz sinalizou que o aumento da mistura do álcool na gasolina deve começar em junho de 2013, podendo ser até um pouco antes dependo da safra/colheita de cana que tem início em abril do próximo ano.

Fonte: Reuters