segunda-feira, setembro 05, 2011

Petrobras considera "ridículo" Brasil consumir 2 mi de barris por dia


O mercado consumidor brasileiro foi visto como uma grande oportunidade para o desenvolvimento da exploração de petróleo por parte da Petrobras, segundo o diretor de Exploração e Produção da companhia, Guilherme Estrella. Ele considerou “absolutamente ridículo” um país como o Brasil consumir apenas 2 milhões de barris por dia. Mas isso faz também, segundo o diretor, com que o país tenha um “grande cenário” pela frente, principalmente no desenvolvimento da indústria local, com aumento do conteúdo nacional.

“Um fato histórico é que as grandes hegemonias econômicas são baseadas em alianças entre os estados nacionais e as empresas efetivamente nacionais”, disse Estrella, em referência à política de desenvolvimento da indústria local.

Ele que a companhia tem estratégia em relação ao conteúdo e tecnologias nacionais, com desafios de atender o conteúdo e tecnologias nacionais dos contratos de concessão, da cessão onerosa e de partilha de produção.

“A grande oportunidade é provida pelo mercado brasileiro. Essa ligação de tamanho de mercado com desenvolvimento econômico é essencial. Quando países não têm mercado buscam mercado, historicamente. O Brasil não precisa disso, nós temos um mercado interno”, disse.

Os investimentos totais da Petrobras para o período entre 2011-2015 devem chegar a R$ 389 bilhões, sendo que a distribuição dos investimentos em exploração e produção será de R$ 210 bilhões, sendo 17% para exploração e 72% para o desenvolvimento da produção, além de 11% em outras áreas. A natureza do capital nos investimentos é de 66% de controle estrangeiro e 34% de controle nacional. Com previsão de câmbio médio a R$ 1,73 para o dólar.

A Petrobras teve 35 unidades de produção implantadas de 2003 a 2010. A expectativa é de que 21 unidades de produção sejam implantadas até 2015, além de mais 30 unidades nos cinco anos seguintes.

Já em relação à construção de sondas de perfuração, são previstas 40 unidades de navios-sonda e plataformas semi-submersíveis para operação em águas profundas e ultra-profundas. As 12 primeiras foram obtidas através de licitação internacional, com recebimento até 2012. E as 28 seguintes serão construídas no Brasil e operadas por empresas brasileiras, sendo que sete já foram contratadas e 21 estão em processo licitatório, com recebimento entre 2016 e 2020 e conteúdo nacional de 55% a 65%.

O terceiro plano de renovação e expansão da frota (Promef 3) prevê mais 146 embarcações de médio e grande porte para a Petrobras, com recebimento entre 2012 e 2018, das quais 40 já foram contratadas, e mais 31 embarcações de pequeno porte já contratadas. O conteúdo nacional exigido na fase de construção é de 50% a 60%, e conteúdo nacional durante a execução do contrato é de 70%.

Fonte: Valor

Prominp comemora expansão de crédito na cadeia de fornecedores


As operações de financiamento à cadeia de fornecedores de petróleo e gás por meio do Programa Progredir continuam em ritmo de crescimento: já totalizam recursos da ordem de R$ 340 milhões, pactuados em 62 contratos de crédito. A redução de custo dos financiamentos concedidos pelo programa tem superado os 20% esperados, chegando a 40% em alguns casos.

As informações foram divulgadas hoje (1º/9) pelo coordenador executivo do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural (Prominp), José Renato Ferreira de Almeida, no Seminário sobre o Desenvolvimento da Cadeia de Fornecedores de Petróleo e Gás, realizado no BNDES, no Rio de Janeiro.

O acesso ao crédito foi um dos gargalos apontados pelos palestrantes como inibidor da capacidade de produção da indústria nacional de petróleo e gás. Ao comentar o assunto, o coordenador do Prominp citou as linhas de crédito abertas pelo BNDES para o segmento e o Programa Progredir, como via complementar no financiamento de capital de giro. Essas novas ferramentas visam a ampliar o acesso ao crédito, inclusive com custos reduzidos para o tomador.

O Progredir, que faz parte das ações estratégicas previstas pelo Plano de Negócios da Petrobras 2011-2015, busca o fortalecimento e a ampliação da cadeia produtiva, explicou Almeida. O programa foi desenvolvido em parceria com os seis maiores bancos de varejo do país - Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, HSBC e Santander - e com o Prominp. Como alcança até o 4º elo da cadeia de fornecedores da Petrobras, o universo estimado de tomadores potenciais de recursos é de aproximadamente 250 mil empresas.

Novas categorias profissionais

Ao falar da qualificação de pessoal como um trabalho essencial para atender a outro gargalo apontado pela indústria do setor, o coordenador executivo do Prominp afirmou que o próximo processo seletivo vai incluir, além das 185 categorias profissionais hoje existentes, o treinamento em atividades específicas, entre elas operador de simuladores, operador de guindastes de plataformas offshore, oficial de barcos de apoio e piloto de helicóptero.

Até o momento, 78 mil pessoas concluíram cursos gratuitos para atuar no setor. José Renato Ferreira de Almeida informou que, até 2014, serão investidos R$ 554 milhões para qualificar mais 212 mil profissionais. “Há inúmeras oportunidades no segmento de petróleo geradas pelo montante que a Petrobras investirá nos próximos anos em novos projetos. O cenário para investimentos que vislumbrem a ampliação do conteúdo nacional na atividade se estenderá pelos próximos dez a 15 anos. Isso inclui, indistintamente, empresas de todos os portes e de regiões geográficas diferenciadas”, destacou Almeida para os empresários que participaram do evento.

Fonte: Agência Petrobras

BNDES quer ser sócio de fornecedores brasileiros do setor petrolífero


A participação no capital das empresas será através do BNDES Participações (BNDESPar)

Quem quiser criar uma empresa, ampliar ou modernizar companhias que já atuam no setor de materiais, equipamentos e serviços para a indústria de petróleo e gás no Brasil poderá ter um sócio de peso, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O superintendente da Área de Insumos Básicos, Rodrigo Bacellar, anunciou nesta quinta-feira (dia 01/09) que a instituição está disposta a participar como sócia nas empresas fornecedoras de bens e serviços para o setor petrolífero que tenham grande potencial de crescimento mas que não têm, no momento, garantias para tomar financiamentos.

Bacellar fez o anúncio após detalhar para empresários e executivos do setor o novo programa do banco de financiamento, o BNDES P&G. Esse programa, com taxas de juros especiais, foi lançado nesta quinta durante o seminário sobre o desenvolvimento da cadeia de fornecedores de petróleo e gás, na sua sede do banco, no centro do Rio.

"O banco consolidou todos os produtos que pode oferecer para o incremento da cadeia produtiva do setor, incluindo o financiamento, mas também a renda variável (compra de ações). Não está criando nada diferente do que já existe", destacou Bacellar.

A participação no capital das empresas será através do BNDES Participações(BNDESPar). Bacellar explicou que a participação do banco se aplica a empresas que tenham perspectiva de crescimento muito grande, viés tecnológico forte, mas que não tenham capacidade de contratar empréstimos por serem pequenas. Segundo ele, nessas empresas o maior ativo, em geral, são as pessoas.

O BNDES P&G, de acordo com Bacellar, terá R$ 4 bilhões em recursos até 2015 para a concessão de financiamentos visando a estimular a criação de novas empresas, ou ampliação e modernização das já existentes. Esse volume de recursos será destinado apenas a linhas de crédito. Não estão incluídos valores para a compra de participações acionárias.

Além da Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP), essas linhas têm juros que variam de 6,96% a 11,04% ao ano, dependendo do tipo de negócio e do tamanho da empresa. Para projetos de inovação tecnológica as taxas de juros variam de 4% a 7% ao ano. Os prazos são de até dez anos e o valor a financiar pode representar de 80% a 90% do custo total do projeto.

"A Petrobras apresentou sua demanda (investimentos de US$ 224,7 bilhões até 2015), o BNDES coloca como pode apoiar a cadeia de fornecedores para entregar as encomendas e promover o aumento do conteúdo local", destacou Bacellar.

O executivo explicou que o objetivo do banco com esse programa de financiamento específico para petróleo e gás é atuar nos gargalos que afetam a competitividade e ao desenvolvimento do setor, como a dificuldade de acesso ao crédito e à tecnologia de ponta e os altos custos de capital.

Fonte: O Globo