A Coordenação Geral de Imigração (CGig), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgou ontem um balanço apontando o Rio Grande do Norte como o terceiro maior alvo de investimentos estrangeiros pessoa física do país, em 2010, com um volume total recebido na casa dos US$ 17,78 milhões (algo em torno de R$ 29,62 milhões), 6,40% acima do registrado em 2009. A cifra desembolsada no estado só ficou abaixo das que foram destinadas a investimentos em São Paulo e no Ceará (veja o quadro). Contudo, o RN caiu uma posição no ranking dos estados. No ano passado, o estado era vice.
Os investidores estrangeiros pessoa física são aqueles que possuem recursos no exterior e querem investir em uma atividade produtiva no Brasil, por meio da remessa desses recursos ao país como investimento externo direto, via Banco Central, e aplicação em uma empresa nova ou já existente, com a integralização desse investimento no capital social dessa empresa. Nessa lista, estão os turistas que desembarcam no estado muitas vezes de férias, mas acabam apostando também na aquisição de imóveis ou montando pequenos negócios.
Esses estrangeiros representam maioria entre os que pedem autorização permanente ao Ministério do Trabalho e Emprego para trabalhar em território canarinho. Só no ano passado, das 143 autorizações que o Ministério concedeu aos profissionais de outros países para atuar no Brasil, mais de 70% foram concedidas aos chamados investidores pessoas físicas. Apesar de ter aumentado o volume de investimentos no estado, o número de autorizações de trabalho para estrangeiros, no entanto, vem declinando nos últimos anos. O presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), Paulo Sérgio de Almeida, explica o aparente descompasso.
Entre os profissionais estrangeiros autorizados a trabalhar no estado de forma permanente, no ano passado, 12 eram administradores, diretores, gerentes ou executivos de empresas. Foi a segunda maior participação entre os que pediram visto.
No Brasil, mais de 56 mil têm visto para trabalhar
Brasília - O Balanço da Coordenação Geral de Imigração (CGig), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que 56.006 profissionais estrangeiros foram autorizados a trabalhar no Brasil em 2010. Deste total, 53.441 foram autorizações de caráter temporário, com estada no país de até dois anos. Em 2009, foram 42.914 autorizações de trabalho concedidas.
“O aumento do número dessas autorizações, desde 2006, está relacionado aos crescentes investimentos no Brasil, especialmente nos setores industrial, óleo, gás e energia. Isso está caracterizado pela aquisição de equipamentos no exterior e implantação no país de novas empresas de capital estrangeiro. No setor industrial, por exemplo, o aumento representa a expansão do nosso parque industrial, bem como a modernização e a implantação de novas indústrias.
Ainda conforme ele, no ano passado, o setor de óleo e gás (exploração de petróleo e gás na plataforma continental brasileira) foi o principal demandante de autorizações. O setor demandou a vinda do exterior de equipamentos sofisticados como os navios do tipo sonda, plataformas de perfuração, navios para aquisição de dados geofísicos, dentre outros. “Ao ingressarem no país, estes navios e plataformas estrangeiros, com tripulação estrangeira, acabam por incorporar profissionais brasileiros as suas tripulações ao longo do tempo de sua permanência nas águas brasileiras”, ressaltou.
Entre os profissionais estrangeiros autorizados a trabalhar temporariamente no país, 15.206 estavam relacionados ao trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira. Quanto às autorizações permanentes, a maioria foi concedida para administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e concomitância, num total de 1.218. Investidores pessoa física somaram 848 autorizações em 2010. A maioria das autorizações concedidas (mais de 90%) são temporárias, isto é, o profissional estrangeiro permanece no Brasil por prazos que vão de alguns dias a no máximo dois anos, executam a tarefa designada, transferem conhecimentos aos trabalhadores brasileiros e depois deixam o país.
Fonte: http://tribunadonorte.com.br/