segunda-feira, março 14, 2011

RN é o terceiro maior alvo de investimentos no país


A Coordenação Geral de Imigração (CGig), do Ministério do Trabalho e Emprego, divulgou ontem um balanço apontando o Rio Grande do Norte como o terceiro maior alvo de investimentos estrangeiros pessoa física do país, em 2010, com um volume total recebido na casa dos US$ 17,78 milhões (algo em torno de R$ 29,62 milhões), 6,40% acima do registrado em 2009. A cifra desembolsada no estado só ficou abaixo das que foram destinadas a investimentos em São Paulo e no Ceará (veja o quadro). Contudo, o RN caiu uma posição no ranking dos estados. No ano passado, o estado era vice.

Os investidores estrangeiros pessoa física são aqueles que possuem recursos no exterior e querem investir em uma atividade produtiva no Brasil, por meio da remessa desses recursos ao país como investimento externo direto, via Banco Central, e aplicação em uma empresa nova ou já existente, com a integralização desse investimento no capital social dessa empresa. Nessa lista, estão os turistas que desembarcam no estado muitas vezes de férias, mas acabam apostando também na aquisição de imóveis ou montando pequenos negócios.

Esses estrangeiros representam maioria entre os que pedem autorização permanente ao Ministério do Trabalho e Emprego para trabalhar em território canarinho. Só no ano passado, das 143 autorizações que o Ministério concedeu aos profissionais de outros países para atuar no Brasil, mais de 70% foram concedidas aos chamados investidores pessoas físicas. Apesar de ter aumentado o volume de investimentos no estado, o número de autorizações de trabalho para estrangeiros, no entanto, vem declinando nos últimos anos. O presidente do Conselho Nacional de Imigração (CNIg), Paulo Sérgio de Almeida, explica o aparente descompasso.

Entre os profissionais estrangeiros autorizados a trabalhar no estado de forma permanente, no ano passado, 12 eram administradores, diretores, gerentes ou executivos de empresas. Foi a segunda maior participação entre os que pediram visto.

No Brasil, mais de 56 mil têm visto para trabalhar

Brasília - O Balanço da Coordenação Geral de Imigração (CGig), do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), mostra que 56.006 profissionais estrangeiros foram autorizados a trabalhar no Brasil em 2010. Deste total, 53.441 foram autorizações de caráter temporário, com estada no país de até dois anos. Em 2009, foram 42.914 autorizações de trabalho concedidas.

“O aumento do número dessas autorizações, desde 2006, está relacionado aos crescentes investimentos no Brasil, especialmente nos setores industrial, óleo, gás e energia. Isso está caracterizado pela aquisição de equipamentos no exterior e implantação no país de novas empresas de capital estrangeiro. No setor industrial, por exemplo, o aumento representa a expansão do nosso parque industrial, bem como a modernização e a implantação de novas indústrias.

Ainda conforme ele, no ano passado, o setor de óleo e gás (exploração de petróleo e gás na plataforma continental brasileira) foi o principal demandante de autorizações. O setor demandou a vinda do exterior de equipamentos sofisticados como os navios do tipo sonda, plataformas de perfuração, navios para aquisição de dados geofísicos, dentre outros. “Ao ingressarem no país, estes navios e plataformas estrangeiros, com tripulação estrangeira, acabam por incorporar profissionais brasileiros as suas tripulações ao longo do tempo de sua permanência nas águas brasileiras”, ressaltou.

Entre os profissionais estrangeiros autorizados a trabalhar temporariamente no país, 15.206 estavam relacionados ao trabalho a bordo de embarcação ou plataforma estrangeira. Quanto às autorizações permanentes, a maioria foi concedida para administradores, diretores, gerentes e executivos com poderes de gestão e concomitância, num total de 1.218. Investidores pessoa física somaram 848 autorizações em 2010. A maioria das autorizações concedidas (mais de 90%) são temporárias, isto é, o profissional estrangeiro permanece no Brasil por prazos que vão de alguns dias a no máximo dois anos, executam a tarefa designada, transferem conhecimentos aos trabalhadores brasileiros e depois deixam o país.

Fonte: http://tribunadonorte.com.br/

"Operação Líbia" e a batalha do petróleo


Interesses petrolíferos estrangeiros na Líbia

Dentre as companhias petrolíferas estrangeiras que operavam antes da insurreição na Líbia incluem-se a Total da França, a ENI da Itália, a China National Petroleum Corp (CNPC), British Petroleum, o consórcio espanhol REPSOL, ExxonMobil, Chevron, Occidental Petroleum, Hess, Conoco Phillips.

Muito significativamente, a China desempenha um papel central na indústria petrolífera líbia. A China National Petroleum Corp (CNPC) tinha, até o seu repatriamento, uma força de trabalho de 30 mil chineses na Líbia. A British Petroleum (BP), em contraste, tinha uma força de trabalho de 40 a qual foi repatriada.

Onze por cento (11%) das exportações de petróleo líbias são canalizadas para a China. Se bem que não haja números sobre a dimensão e importância da produção e atividades de exploração da CNPC, há indicações que são apreciáveis.

Mais geralmente, a presença da China na África do Norte é considerada por Washington como uma intrusão. De um ponto de vista geopolítico, a China é uma intrusa. A campanha militar dirigida contra a Líbia pretende excluir a China da África do Norte.

O papel da Itália também tem importância. A ENI, o consórcio italiano, extrai 244 mil barris de gás e petróleo [por dia], os quais representam quase 25 por cento do total das exportações da Líbia ( Sky News: Foreign oil firms halt Libyan operations, February 23, 2011).

Dentre as companhias estado-unidenses na Líbia, a Chevron e a Occidental Petroleum (Oxy) decidiram há cerca de seis meses (Outubro 2010) não renovar as suas licenças de exploração de petróleo e gás na Líbia (Why are Chevron and Oxy leaving Libya?: Voice of Russia , October 6, 2010). Em contraste, em novembro de 2010 a companhia alemã R.W. DIA E assinou um acordo de grande alcance com a National Oil Corporation (NOC) da Líbia que envolve a exploração e partilha de produção (AfricaNews - Libya: German oil firm signs prospecting deal - The AfricaNews).

As apostas financeiras bem como "os despojos de guerra" são extremamente elevados. A operação militar pretende desmantelar instituições financeiras da Líbia bem como confiscar milhares de milhões de dólares de activos financeiros líbios depositados em bancos ocidentais.

Fonte: http://www.planetaosasco.com/

Brasil construirá laboratório marítimo em plataforma desativada


Governo e cientistas buscam caminhos para avançar nas pesquisas sobre o mar.

Uma das propostas em discussão é viabilizar a primeira plataforma oceânica brasileira, um laboratório em alto mar voltado para pesquisas científicas e tecnológicas.

A ideia foi apresentada aos pesquisadores pelo ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, em simpósio promovido na sede do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em Brasília.

Estudos da Petrobras apontam para a possibilidade de aproveitamento da estrutura de plataformas de exploração de petróleo que estão sendo desativadas pela companhia, que podem ser convertidas para laboratórios científicos.

No laboratório serão feitas pesquisas marinhas de alto nível relacionadas às correntes oceânicas, vida marinha, biotecnologia e geologia, sobretudo geologia do petróleo, em apoio à exploração do pré-sal.

Pesquisas oceanográficas

As discussões foram desenvolvidas a partir de três vertentes: Pesquisa e Desenvolvimento, Recursos Humanos e Aspectos Institucionais e Logística.

Ao final dos debates, o grupo chegou ao consenso de que um laboratório oceânico dessa natureza é importante para alavancar as pesquisas oceanográficas no Brasil, sendo um grande investimento, tanto do ponto de vista político-estratégico quanto científico.

Os cientistas prepararam uma série de sugestões, que serão apresentadas ao ministro como subsídio para desenvolvimento de pesquisas, formação e capacitação de recursos humanos em Ciências do Mar, utilizando a Plataforma Oceânica como base para os avanços das pesquisas.

Projeto Pirata

Outra iniciativa para facilitar a coleta de dados sobre o mar é o Projeto Pirata, implantado desde 1997.

Trata-se de uma cooperação entre Brasil, Estados Unidos e França, que trabalha com um conjunto de boias oceânicas ancoradas no Atlântico Tropical, tendo no Brasil a coordenação do INPE (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais), em parceria com a Marinha.

Os equipamentos mantêm registros diários dos valores de temperatura, de salinidade e de precipitação, dados utilizados para o estudo do clima e do oceano. "Essas boias são essenciais para entendermos de que forma o Oceano Atlântico Tropical afeta o clima do Brasil", ressalta o pesquisador titular do Inpe, Paulo Nobre.

O especialista reforça que o conhecimento na área é importante para se entender a influência do mar em ocorrências como grandes secas e inundações, cada vez mais intensas no País. "Essa variabilidade do clima sobre o Brasil é muito impactada pela dinâmica do Oceano Atlântico. O Oceano Atlântico era, até então, recentemente, um vazio de dados e de conhecimento, então essas boias visam sanar essa falta," sustenta.

Os dados são coletados pelas boias a cada hora e transmitidos por satélites brasileiros e europeus. As informações são processadas e disponibilizadas na internet, na página do Inpe e de outras instituições nos Estados Unidos e na França, e enviadas a centros de meteorologia para serem utilizados para as previsões de tempo e de clima.

No Brasil, o projeto é estruturado através do Comitê Nacional do Projeto Pirata, que conta com a presidência do Inpe e a participação da Diretoria de Hidrografia e Navegação da Marinha do Brasil, do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo (USP), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), e da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), entre outros.

Boias e sensores

A novidade é que o Projeto Pirata começa a trabalhar na consolidação e capacitação dos laboratórios de calibração de sensores na construção das boias no Brasil.

"Esse é um processo que, até então, vinha sendo feito pela NOAA (na sigla em inglês - Administração Oceânica e Atmosférica Nacional) nos Estados Unidos, e agora nós estamos dando mais esse passo que é para que todo o processo das boias - coleta dos dados, retirada anual do mar para calibrações - sejam feitas no Brasil", informa Nobre.

Os novos rumos do projeto, os investimentos e a operacionalização também já foram discutidos em uma outra reunião no Ministério da Ciência e Tecnologia.

Fonte: http://www.portosenavios.com.br/