sexta-feira, dezembro 03, 2010

Shell venderá participação na australiana Woodside


SYDNEY - A britânica Royal Dutch Shell concordou em vender cerca de um terço de sua participação na Woodside Petroleum por 3,31 bilhões de dólares australianos (US$ 3,34 bilhões). Atualmente, a Shell controla 34,27% da segunda maior produtora de petróleo e gás da Austrália. Nove anos depois de sua oferta para comprar inteiramente a Woodside ser bloqueada por congressistas, a Shell disse que está vendendo 10% da empresa a investidores.


Duas pessoas próximas ao assunto afirmaram que a venda é uma colocação institucional a vários investidores que será conduzida durante o pregão australiano. Cerca de 78,34 milhões de ações da companhia australiana estão sendo vendidas pelo UBS por 42,23 dólares australianos cada uma - um desconto de 7,9% em relação ao preço de fechamento de hoje, na Austrália, de 45,86 dólares australianos.

O executivo-chefe da Shell, Peter Voser, não informou detalhes das intenções da companhia com relação ao restante de sua participação na Woodside. Segundo ele, a Shell está ansiosa para trabalhar com a Woodside em projetos de crescimento nos quais são parceiras. "No entanto, com o recente progresso da carteira da Shell na Austrália, nosso foco mundial para simplificar a companhia e para aperfeiçoar nossa eficiência de capital, nós vamos cada vez mais concentrar nossos investimentos na Austrália por meio de participações diretas em ativos e joint ventures (associações), em vez de fatias indiretas", afirmou o executivo.

Há algum tempo a Woodside tem sido considerada pelos analistas como um potencial alvo de compra por parte da BHP Billiton, que teve sua oferta de US$ 38,6 bilhões pela Potash bloqueada por órgãos reguladores do Canadá. As informações são da Dow Jones.

Fonte: http://economia.estadao.com.br/

Brasil perdeu R$ 7,4 bi em gás natural desperdiçado


Falta de infraestrutura faz com que 11% da produção do combustível seja queimada
O Brasil ainda não encontrou o equilíbrio para aproveitar 100% suas riquezas naturais. Só na produção de gás natural, o País desperdiçou R$ 7,4 bilhões nos últimos anos. Esse é o montante equivalente a 15 bilhões de metros cúbicos (m³) de gás queimados entre janeiro de 2004 e agosto de 2010, segundo cálculos do professor da Universidade de São Paulo (USP), Edmilson Moutinho.

A conta foi feita com base nos números da Agência Nacional de Petróleo, Biocombustíveis e Gás Natural (ANP) e nos preços cobrados das distribuidoras no período. O levantamento mostra ainda que, na média, o País tem jogado fora 11% de toda produção nacional de gás natural, enquanto o ideal seria não ultrapassar os 4%, conforme dados do Banco Mundial.

Segundo fontes do setor, a ANP quer ir além disso e reduzir os níveis de queima para 3% da produção nacional. Nos últimos meses, a agência iniciou uma série de discussões com as petroleiras, especialmente com a Petrobrás, para firmar um termo de compromisso que limite o desperdício do gás, insumo que ganhou status de combustível nobre no mundo inteiro.

Preço. No mercado doméstico, o setor mergulhou num movimento esquizofrênico, destaca o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), Adriano Pires. Além de queimar parte expressiva da produção e importar gás da Bolívia (referente a um contrato antigo), o preço está acima da média do mercado mundial. Entre 2004 e 2010, subiu mais de 266%, segundo a Associação Brasileira de Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres (Abrace).

Especialistas explicam que o desperdício de gás é resultado de uma série de fatores. Um deles está ligado à falta de infraestrutura para escoar a produção. Em quase todas as plataformas, o gás é associado à produção do petróleo. Ou seja, não existe a alternativa de tirar o óleo sem o gás, que se perde por falta de alternativas de transporte. Uma parte desse combustível é reinjetado para aumentar a produtividades dos reservatórios. O que sobra a empresa vende ou queima, diz a sócia-diretora da consultoria Gás Energy, Sylvie D’Apote.

Ela destaca que, em alguns casos, não é viável fazer uma infraestrutura para escoar a produção já que a quantidade de gás é pequena. “Mas queimar 11% da produção é muita coisa, é um desperdício.” Na avaliação dela, com o pré-sal, novas alternativas terão de ser estudadas para limitar a queima do combustível, já que a quantidade de produção será muito maior a partir do ano que vem.

A Petrobrás diz que investiu US$ 400 milhões entre 1999 e 2008 para melhorar o aproveitamento de gás natural nos seus reservatórios. Nesse período, destaca a companhia, a produção de gás associado cresceu cerca de 50% enquanto o aproveitamento melhorou dez pontos porcentuais, de 75% para 85% – ou seja, 15% não teriam sido usados.

De acordo com a petroleira, o plano de negócios prevê investimentos adicionais em projetos de redução de queima de gás da ordem de US$ 320 milhões, cifra que deverá elevar o aproveitamento do combustível para 92% no final de 2012. Os especialistas pedem mais. “Além de ser um crime financeiro perder tanto dinheiro, a queima de gás também representa enormes prejuízos para o meio ambiente”, afirma Adriano Pires.

Ao ser queimado, o gás natural deixa de ser o combustível fóssil mais limpo e menos prejudicial à camada de ozônio comparado aos demais insumos não renováveis. Ele emite enormes quantidades de dióxido de carbono direto na atmosfera, diz Pires.

A situação só não é pior porque, na queima, o metano é transformado em CO2, reduzindo em 21 vezes seu potencial causador de efeito estufa, observa Mônica de Souza, gerente do Núcleo de Energia Térmica e Fontes Alternativas da Andrade & Canellas.

Fonte: http://www.estadao.com.br/

BP vende Pan American para Bridas por US$ 7 bi


LONDRES - A BP PLC disse, neste domingo, que concordou em vender seus 60% na Pan American Energia para a argentina Bridas Corp. por US$ 7,06 bilhões, o que dará a Bridas o controle do que antes era uma joint venture. O negócio é o ultimo em uma série de vendas de ativos que tinham por objetivo levantar recursos para cobrir o custo estimado em US$ 40 bilhões pelo vazamento de petróleo no Golfo do México.


A decisão também é um passo adicional na expansão da influência de empresas chinesas na arena de energia. Bridas Corp é uma joint venture entre o braço internacional da China National Offshore Oil Company, conhecida como Cnooc International, e a Bridas Energy Holdings, que é controlada pela família argentina Bulgheroni. A Cnooc disse que o negócio deve elevar sua média diária de produção em 68 mil barris equivalente de petróleo por dia.

A BP concordou em vender cerca de US$ 21 bilhões em ativos desde o desastre em abril. Até agora, recebeu preços elevados por seus ativos, mas o preço da venda para a Bridas é mais baixo do que alguns analistas estimavam.

"Agora temos acordos que devem garantir grande parte da nossa meta de desinvestimento. Continuaremos a identificar mais ativos que possam ser estrategicamente mais valiosos para outros do que para a BP à medida que completamos o programa", disse o presidente executivo da BP, Bob Dudley.

A BP espera que o negócio acertado hoje seja fechado no próximo ano. Segundo os termos do acordo, a Bridas deve pagar a BP um depósito em cash no valor de US$ 3,53 bilhões. Do depósito, US$ 1,41 bilhão deve ser pago em 3 de dezembro, o restante US$ 2,12 bilhões terá de ser pago em 28 de dezembro. A transação não inclui as ações da unidade boliviana da Pan American (PAE E&P Bolivia).

Os principais interesses da Pan American estão na Argentina, onde é o segundo maior produtor de petróleo e gás. As informações são da Dow Jones.

Fonte: http://www.estadao.com.br/