domingo, setembro 04, 2011

Produção de gás no pré-sal começa na próxima semana


O diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella revelou, na manhã desta quinta-feira (1º/09), que a produção de gás no pré-sal deve começar já na próxima semana. “É um fato histórico”, avaliou, durante palestra que abriu seminário sobre o desenvolvimento da cadeia de fornecedores de petróleo e gás, realizado na sede do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro.

“Acabo de receber a notícia de que o gasoduto que liga o campo de Lula à plataforma de Mexilhão já está sendo pressurizado e, na próxima semana, devemos ter o primeiro gás do pré-sal no mercado brasileiro”, revelou o diretor. “Conseguimos, apenas cinco anos após a descoberta do pré-sal, colocar esse campo em produção de óleo e gás. E ele está a 300 km da costa”, comemorou Estrella.

Ele ressaltou o crescimento da produção previsto para os próximos anos. Hoje, a Petrobras produz 2,5 milhões de barris de óleo equivalente por dia (óleo e gás) no Brasil e no exterior. “Nossa previsão é chegar a 3,7 milhões em 2015 e 6 milhões de bpd em 2020. Esse crescimento é produto da descoberta do pré-sal”.

O diretor observou ainda a importância de toda a Bacia de Santos. “Mais importante que o pré-sal foi a Bacia de Santos. Começamos por Mexilhão, em 2003, depois a descoberta de Uruguá-Tambaú e então passamos a perfurar o sal”, relembrou. Na sua avaliação, “a Bacia de Santos, pelo seu tamanho, suplantará a Bacia de Campos com muita rapidez na exploração e produção de petróleo e gás”.

Diretor destaca importância do conteúdo nacional

O diretor destacou a importância estratégica de desenvolver a cadeia de fornecedores no Brasil, ressaltando que as empresas brasileiras sempre estiveram junto à Petrobras ao longo da história da Companhia. “Contabilizamos que precisaríamos de 40 navios-sonda (para perfuração). Esses equipamentos têm forte demanda por motivos geológicos, pois grande parte das descobertas hoje se dá em águas profundas e ultraprofundas. Contratamos então as 12 primeiras sondas no exterior, que estão chegando. As outras 28 sondas serão construídas, pela primeira vez, no Brasil. Sete já foram licitadas e 21 estão em licitação”, contabilizou o geólogo, acrescentando que elas terão entre 55% e 65% de conteúdo nacional. “É um índice alto, pois essas sondas, que são altamente complexas, nunca foram feitas no País”.

O diretor enumerou os setores mais críticos, que ainda contam com poucos fornecedores nacionais. Entre eles estão os segmentos de turbomáquinas, instrumentação e automação, estrutura de sistemas navais, tubulação e válvulas, além de telecomunicações. Ele destacou que a Petrobras tem desenvolvido estratégias específicas para esses setores. ”Já foi firmado acordo com a Rolls Royce para a produção de turbinas e, no contrato, há uma série de cláusulas que obrigam fornecedores a se instalarem no Brasil. Isso vai desde a manutenção das turbinas, que hoje também é feita fora, até a criação de departamentos de engenharia no Brasil”, exemplificou.

Fonte: Agência Petrobas

Petrobras elogia testes em áreas do pré-sal



Executivo da empresa afirmou que há volume de dados "bastante significativo" com as quatro unidades na bacia de Santos

Os resultados dos testes de longa duração (TLDs) da Petrobras nas áreas do pré-sal têm demonstrado boas perspectivas para a companhia.

O gerente executivo de exploração e produção do pré-sal da Petrobras, José Formigli, afirmou que já há um volume de dados "bastante significativo" com as quatro unidades - os TLDs de Lula, Lula Nordeste e Guará e o piloto de Lula - instaladas na bacia de Santos.

Entre as boas notícias citadas por Formigli está a inexistência de formações orgânicas ao longo das rochas carbonáticas que compõem os reservatórios do pré-sal.

Os carbonatos comuns em Santos tendem a facilitar a formação de compostos como o sulfato de bário e o sulfato de estrôncio, que dificultam a operação e tendem a elevar as necessidades de investimentos. Tais formações não são comuns nos arenitos da bacia de Campos.

Formigli explicou ainda que não houve produção de água nos poços testados. Segundo ele, a água também é fonte de problemas e contribui para a formação de compostos orgânicos. "Não sabemos qual será o comportamento quando tivermos produção de água. Em Guará, com aquífero mais atuante, não houve invasão de água prematura", ressaltou Formigli, que participou de seminário promovido pela Apimec-Rio.

Outra informação revelada por Formigli sobre os reservatórios do pré-sal de Santos foi a respeito das comunicações entre os reservatórios, variável que pode afetar a pressão quando diferentes poços são perfurados e também influencia a capacidade de recuperação quando utilizados fatores secundários, como injeção de gás ou água.

"Tem havido boa comunicação horizontal. Há também verticalidade na comunicação. Com métodos de recuperação secundária com gás e água, pelo menos uma coisa já sabemos: que essas áreas estão muito bem conectadas e podemos prever um bom comportamento por método de recuperação secundária", disse Formigli.

Fonte: Valor Online