Essa nova etapa deverá atrair as empresas fornecedoras da Petrobras para o entorno da futura base logística. Até agora, multinacionais como a Halliburton mantiveram um grupo restrito de executivos focados no relacionamento com o cliente nos escritórios que inauguraram na Baixada Santista, principalmente a reboque das descobertas no pré-sal. "Algumas já prospectam áreas próximas à Base Aérea, mas a maioria aguarda o término do estudo que está sendo realizado pela Petrobras", diz Marcusso.
Atualmente, o envio de suprimentos pelo mar às 17 sondas e aos sete sistemas de produção da Bacia de Santos ocorre a partir das cidades de Macaé (RJ) e de Itajaí (SC). O transporte aéreo, destinado a levar pessoas e pequenas peças, é feito desde Jacarepaguá (RJ), Navegantes (SC) e Itanhaém (SP). Mas o início da produção comercial de óleo e gás no pré-sal inaugura uma fase de números superlativos, que exigirá a ampliação da atuação de todas as áreas. "Vai ser um salto muito grande ao longo desta década. Em 2020, sem considerar ainda a cessão onerosa, o atual plano estratégico já aponta produção total operada de 1,8 milhão de barris por dia em Santos, ou a parcela da Petrobras na faixa de 1,100 milhão", diz Marcusso. Em alguns blocos, a empresa opera com parceiros.
Até o fim do ano a produção operada na Bacia de Santos deverá ser de 130 mil barris por dia, volume que aumentará gradativamente, devendo atingir 1 milhão de barris por dia em 2017. Para termos de comparação, a Bacia de Campos, a grande produtora, fornece hoje entre 1,6 milhão e 1,7 milhão de barris diários.
Hoje, o suprimento pelo mar às 17 sondas e aos 7 sistemas de produção da Bacia de Santos sai de Macaé (RJ) e Itajaí (SC)
A base logística ficará na margem esquerda do canal de navegação do porto. Do outro lado, na margem direita (Santos) próxima ao cais, será erguida a nova sede da Petrobras, prevista para começar a ser construída até abril. Hoje, a empresa está pulverizada em cinco endereços na cidade, num total de 1 mil estações de trabalho (mesa e um computador). O novo endereço, no bairro do Valongo, contará com três torres de 17 andares para 22 mil funcionários cada uma. Na primeira fase da obra será feita toda a infraestrutura e o primeiro prédio. A inauguração deve ocorrer no segundo semestre de 2013. Os outros dois edifícios devem ficar prontos entre 2015 e 2018.
Atualmente existem dois navios fazendo testes de longa duração (TLD) nessas áreas: o BW Cidade São Vicente (operando em Lula Nordeste) e o Dynamic Producer (em Guará). No atual plano estratégico da Petrobras consta que até 2014 serão 15 testes de longa duração.
"No momento estamos comissionando toda a parte de gás, que é a ligação de Uruguá-Tambaú (gás e óleo) com Mexilhão (gás) com a Unidade de Tratamento de Gás de Caraguatatuba (SP). E de Lula com Mexilhão com a mesma unidade. Então eu diria que estamos fechando um primeiro ciclo já tendo inclusive a infraestrutura para receber gás em terra", analisa Marcusso.
A previsão é que em meados deste mês o Gasoduto Caraguatatuba-Taubaté (Gastau) já esteja operacional também em Caraguatatuba. A oferta do Gastau é para até 20 milhões de metros cúbicos de gás por dia. Com mais 2,2 milhões de metros cúbicos do sistema Merluza-Cubatão, a Bacia de Santos terá capacidade instalada de 22,2 milhões de metros cúbicos por dia. O Bolívia-Brasil tem para 30 milhões de metros cúbicos.
Os três projetos pilotos do pré-sal devem produzir por dia 3 milhões de metros cúbicos de gás, próximo à atual capacidade do gasoduto que vai até a plataforma de Mexilhão, de 10 milhões de metros cúbicos.
Fonte: Valor Econômico/Fernanda Pires Para o Valor, de Santos