terça-feira, janeiro 17, 2012

Porto do pré-sal avaliado em R$ 5,4 bilhões será construído em Maricá



O Estado do Rio de Janeiro vai ganhar um importante complexo com investimentos avaliados em R$ 5,4 bilhões. De acordo com o secretário de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, Julio Bueno, o Terminal Ponta Negra (TPN), a ser instalado na Praia de Jaconé, em Maricá, pela empresa DTA Engenharia, já é chamado de Porto do Pré-Sal, por ser destinado à tancagem do óleo a ser produzido naquela região.

A área também tem vocação para se tornar uma das principais âncoras para escoar tanto o óleo do pré-sal para o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro (Comperj), em Itaboraí, como receber de volta os derivados petroquímicos lá produzidos.

O porto terá capacidade para receber 850 mil barris de petróleo por dia, o equivalente a 40% da atual produção do país, e vai contar com uma nova tecnologia contra vazamento de óleo.

- Criamos uma tecnologia, que vamos patentear, que reduz o impacto de um eventual vazamento de óleo. Será uma cortina que liga os molhes (estruturas de pedra que cercam o porto, reduzindo as ondas no terminal). No caso de derramamento, ela subirá e deixará o óleo restrito à área do porto, diz João Acácio Gomes de Oliveira Neto, presidente da DTA, empresa que planejou mais de 30 portos no Brasil e no exterior.

O projeto tem total apoio do Governo do Estado do Rio de Janeiro, que vai criar acessos ao novo porto a partir do Arco Metropolitano do Rio e pela Estrada de Ferro Leopoldina. A previsão é que a obra seja concluída até 2015, a fim de coincidir com a inauguração do Comperj.

Além da infraestrutura portuária e terminais de armazenagem de combustíveis, o TPN vai contar também com um estaleiro de reparos offshore.

- Vamos ter um excelente aproveitamento da área que oferece condições naturais para as embarcações, com calado de 30 metros muito próximo à costa - destaca o secretário Julio Bueno.

Ele lembra também que a área possui poucos entraves ambientais, por não se tratar de uma área com mata nativa. O local abrigou em décadas passadas o campo de golfe que pertenceu ao empresário Roberto Marinho. Posteriormente, chegou a ser alvo de um empreendimento turístico que teria o mesmo campo de golfe como principal atrativo, até que a área fosse adquirida pela DTA.

- Não vemos problemas ambientais e acreditamos que a licença não vai tardar a sair - disse o secretário.

Ainda segundo Bueno, o porto pode ser o início da redução de uso do Tebig (o terminal mais usado pela Petrobras no estado, em Angra dos Reis).

- É a chance de retirar a atividade de petróleo de um paraíso como o de Ilha Grande – acresecentou o secretário.

Segundo os investidores, o porto deve destinar cerca de 30% de sua capacidade à Petrobras. O restante será voltado para as companhias estrangeiras que atuarão no pré-sal. A expectativa do presidente da DTA é de que haja até mesmo overbooking, já que há mais interessados do que área disponível.

Fonte: http://www.jb.com.br/