sexta-feira, abril 05, 2013

A importância do gerenciamento do risco saúde no setor de petróleo

Problemas de ordem comportamental e patologias provocadas pelo confinamento da tripulação a bordo e a consequente rotina de trabalho são alguns dos riscos à saúde
 
Eduardo Arias*
O conceito de gerenciamento de riscos ganhou nas últimas décadas uma saudável amplitude de definições. Isso sem falar nas diversas e complexas metodologias para aplicação desses conceitos. Todavia todas essas inovações contemplam, na maioria dos casos, apenas os riscos materiais, ou seja, aqueles que podem ser facilmente identificados e assim tratados e gerenciados, esquecendo-se, portanto, de um dos riscos mais importante a ser também tratado: o risco saúde.
Os profissionais de Recursos Humanos, mais especificamente aqueles voltados para a área de QSMS, conhecem bem as dificuldades para aprovar recursos, treinamentos e outras ferramentas que sirvam para detectar e tratar riscos de personalidade, presenteísmo, absenteísmo e a saúde em geral dos funcionários. O trabalho diário desses profissionais é convencer seus superiores sobre a necessidade de o gerenciamento do risco saúde figurar no mesmo patamar das preocupações que se encontram os demais riscos que a empresa pode correr.
Voltando nossa análise para o risco saúde na área de petróleo e gás, nos deparamos com realidades muito específicas do setor, encontrando problemas de ordem comportamental e patologias provocadas pelo confinamento da tripulação a bordo e a consequente rotina de trabalho. O desafio maior nesse caso é mostrar para os dirigentes do setor que o caminho para gerenciar esses riscos e assim evitar o afastamento dos colaboradores e as consequentes perdas financeiras, passa necessariamente pela implantação de programas voltados para a qualidade de vida do trabalhador.
Felizmente temos visto uma procura cada vez maior por esses programas hoje disponíveis no mercado, que vão desde palestras de vida saudável, redução do estresse, métodos antitabagismo e prestação de serviços especializados no Gerenciamento Nutricional para pessoal embarcado, que ensinam as boas práticas no manuseio dos alimentos, o equilíbrio nutricional das refeições servidas, assim como as técnicas para montagem e recepção do rancho a bordo.
No âmbito financeiro esses programas, aliados aos softwares que ajudam na análise e detecção desses problemas, também prestam grande colaboração na redução do risco de aplicação das pesadas multas praticadas pelos órgãos de controle ambiental, vigilância sanitária e aquelas previstas nos contratos de prestação de serviços dessas empresas.
Finalizando, pelo crescimento e exposição positiva que a área de petróleo e gás vem apresentando, os dirigentes do setor, ao implantarem de forma plena esses conceitos dentro das suas empresas, servirão de exemplo para as demais áreas da economia brasileira.
* Eduardo Arias é diretor do Grupo Assurance, com sede em Macaé.

Portos: Dilma deve criar mais uma estatal para cuidar do setor

O governo Dilma Rousseff prepara a criação de mais uma estatal, que terá a tarefa de cuidar dos portos fluviais, hidrovias e eclusas do País
 
Brasília (DF) - A presidente Dilma Rousseff prepara a criação de mais uma estatal, a quinta em menos de 3 anos de governo - o mesmo número alcançado pelo ex-presidente Lula em 8 anos de mandato, revela Fábio Fabrini. A empresa vai cuidar de portos fluviais, hidrovias e eclusas, assumindo, nessa área, atribuições do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), e seria vinculada ao Ministério dos Transportes e à Secretaria de Portos.
 
De acordo com o ex-ministro Paulo Sérgio Passos, o objetivo do governo é tirar a estatal do papel ainda neste ano, mas a continuidade do projeto depende do atual titular da pasta, César Borges, que assumiu ontem. Ao mesmo tempo, Dilma deve autorizar, na próxima semana, a privatização do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB), concluindo processo iniciado há 15 anos. O governo detém 100% das ações ordinárias da empresa e passará a ter 49% da participação, dividida entre Tesouro e Banco do Brasil.
Se levada adiante, a nova estatal será a quinta de Dilma em menos de três anos de governo - seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, também criou cinco, mas em oito anos. A presidente já incorporou à administração federal a Infraero Serviços, a Amazônia Azul Tecnologias de Defesa e a Agência Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias, além da Empresa Brasileira de Planejamento e Logística (EPL), esta última para planejar e articular ações na área de Transportes. As companhias se somam a dois ministérios - a Secretaria de Aviação Civil e a Secretaria da Micro e Pequena Empresa adicionados por Dilma às 37 pastas herdadas de Lula.
Ainda em gestação, a "Hidrobrás" teria dupla vinculação, reportando-se tanto ao Ministério dos Transportes quanto à Secretaria de Portos da Presidência (SEP), responsável hoje pelos terminais marítimos. A principal justificativa para a criação é que, sob o guarda-chuva do Dnit, os portos fluviais e hidrovias ficam em segundo plano, pois a autarquia concentra suas atividades na gestão da imensa malha rodoviária.
Multimodais. "Países com as dimensões do Brasil não têm órgãos multimodais (para gestão de mais de um tipo de transporte), como o Dnit", argumenta autoridade do governo envolvida no projeto, explicando que o Brasil não usa um terço de sua capacidade hidroviária. Para você potencializar isso, precisa de alguma especialização", sustenta.
O ex-ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, que ontem transferiu o cargo ao ex-senador César Borges (PR-BA), diz que o objetivo do governo é tirar a estatal do papel este ano.
"Estamos trabalhando com uma reestruturação onde se considera uma empresa para cuidar de portos fluviais e a manutenção das vias navegáveis", afirmou, sem dar mais detalhes.
Segundo Passos, a continuidade dependerá do novo titular da Pasta. A criação da estatal deve ser discutida hoje em reunião de Borges com a cúpula do Dnit.
Por ora, o ex-senador não se inteirou da estrutura que terá de administrar. Só ontem, após sua f posse no Planalto, soube o número de diretorias do Dnit. "Quantas são? Três?", perguntou ao diretor-geral do Dnit, general Jorge Ernesto Pinto Fraxe, sendo informado de que elas são sete.
A execução orçamentária do Dnit expressa a atrofia do transporte fluvial no governo Dilma.
Em 2011, segundo dados do Tesouro, a autarquia investiu R$ 202,6 milhões nas hidrovias e portos fluviais, 52% do que prometeu (R$ 386,8 milhões). Em 2012, o desempenho foi ainda pior. O valor efetivamente gasto (R$ 145,1 milhões), a 32% do previsto (R$ 450,7 milhões). Nos dois anos, do total aplicado, mais de 70% são de restos a pagar de exercícios anteriores.
Projetos importantes tiveram pouca ou nenhuma verba. Em 2012, por exemplo, o Dnit previu R$ 100 milhões para a Eclusa de Lajeado, no Rio Tocantins, mas não gastou nada. Para melhorar o canal de navegação do Rio Madeira, reservou R$ 10,4 milhões, mas pagou R$ 3,9 milhões.
Da Redação com informações do Valor