quarta-feira, dezembro 01, 2010

Statoil busca novos negócios no Brasil


Gigante norueguesa do petróleo já fez investimentos de US$ 5 bilhões no País
Dos mares gelados do Ártico às águas quentes do Atlântico Sul. A Statoil, gigante norueguesa do setor do petróleo, colocou o Brasil como uma de suas prioridades de expansão em 2011 e avisa: está buscando oportunidades de investimento, seja no pré-sal ou em outras descobertas. Em declarações ao "Estado", o vice-presidente da empresa, John Knight, assegurou que a companhia "está em busca de boas oportunidades no Brasil".


A empresa já investiu US$ 5 bilhões no País e começará sua produção de petróleo do campo Peregrino com a chinesa Sinochem a partir de 2011. A projeção inicial é de uma produção de 100 mil barris por dia. No campo de Peregrino, a estimativa é de que existam entre 300 milhões e 600 milhões de barris de petróleo recuperáveis.

Mas Kinght insiste que a meta é expandir as atividades do grupo no Brasil. "Em 2010, várias propostas de negócios no Brasil foram avaliadas por nós e, de fato, tentamos chegar a um acordo para expandir nossas operações no Brasil. Mas, por enquanto, não encontramos ainda uma que tenha um preço que consideramos atrativo", disse. "Vamos continuar a buscar essas oportunidades. Quando encontrarmos, certamente não vamos deixar passar em branco. O Brasil é um mercado promissor e suas reservas são de importância estratégica no mercado global", explicou o executivo, em entrevista concedida em Genebra.

Depois de passar anos limitada à exploração de petróleo nas águas da Noruega - que trouxe uma revolução para a renda do país escandinavo -, a Statoil se internacionalizou. Hoje, 25% de sua produção total de 2 milhões de barris de petróleo está no exterior, em países como Iraque, Venezuela, Angola e Nigéria.

Nobel. Com 67% do seu controle nas mãos do governo da Noruega, a Statoil foi alvo de uma polêmica há apenas algumas semanas que poderia ameaçar sua parceria com os chineses na exploração do pré-sal. O Comitê do Prêmio Nobel da Paz, que fica em Oslo, escolheu como vencedor um dissidente chinês. As autoridades de Pequim deixaram claro, mesmo antes da entrega do prêmio, de que não ficaram satisfeitos com a escolha dos noruegueses e que a decisão teria repercussões até comerciais.

Mas Knight garante que o prêmio ao dissidente chinês não teve qualquer tipo de repercussão. Em junho, a Statoil assinou um acordo e vendeu 40% das ações no campo de Peregrino aos chineses por US$ 3 bilhões (ver acima). O acordo ainda aguarda a aprovação pelas autoridades chinesas e brasileiras.

O ministro de Relações Exteriores norueguês, Jonas Gahr Stoere, insistiu que seu governo não tem influência sobre a escolha do premiado. "É importante sublinhar o óbvio, a clara distinção entre o comitê Nobel, que toma as decisões de forma totalmente independente, e o governo da Noruega, que desenvolve e aprecia as relações bilaterais com a China", disse Stoere, em um comunicado.

Para ele, portanto, a Noruega "não tem de pedir perdão". "Não há base para que haja um impacto direto das relações da China com a Noruega", afirmou o ministro. "Acho que, se isso ocorrer, teria um impacto negativo para a reputação da China."

O ganhador do prêmio é escolhido pelos cinco membros do comitê do Nobel, eleitos pelo parlamento norueguês. O comitê, neste ano, é liderado por Thorbjørn Jagland, ex-primeiro-ministro do país.

Fonte: http://www.estadao.com.br/

Explorar com inteligência


Para Adriano Pires, é impossível não "furar" o mar para explorar petróleo. Mas isso deve ser feito com planejamento e inteligência, deixando de fora áreas ricas em biodiversidade.

"A população mundial está crescendo e precisamos, ainda, do petróleo. Mas isso não quer dizer investir todas as fichas em combustível fóssil. O governo anunciou um investimento de 1 trillhão de reais em energia até 2019. Destes, mais de 620 bilhões vão para exploração petrolífera e 66 milhões são destinados a energias limpas alternativas, ou seja, excluindo-se as hidrelétricas. É pouco", compara. "Além do mais, é preciso fazer exigências mais pesadas para a concessão des licenças ambientais, e é preciso afastar as plataformas petrolíferas de áreas muito ricas em biodiversidade. Isso é bom senso".

Para Leandra, nesse contexto, investir pesadamente em redução de emissões é jogar dinheiro fora. "É preciso realmente investir mais em energias limpas. É o tal salto tecnológico. Não saímos da idade da pedra para a idade do metal porque acabaram as pedras. Simplesmente porque se descobriu algo mais eficiente e interessante", compara
Unidades de Conservação no mar

O Greenpeace - assim como outras oscips brasileiras e internacionais - defende que a melhor política para evitar impactos negativos da exploração petrolífera para a biodiversidade da costa brasileira é a criação de Unidades de Conservação Marinhas. "É um absrudo que uma costa como a nossa não tenha um ordenamento marinho planejado. Enquanto isso não acontece, dependemos da força de vontade da sociedade civil em tentar evitar o pior. Como em 2005, quando foram ofertados blocos de exploração petrolífera nos arredores do Arquipélago dos Abrolhos, que é simplesmente o maior recife de corais do Atlântico Sul. Isso só não se concretizou porque nós nos mobilizamos", lembra Leandra, do Greenpeace.

O compromisso internacional adotado pelo Brasil para conter a perda de biodiversidade marinha até 2010 era o de conservar, no mínimo, 10% da área de ecossistemas marinhos por meio de unidades de conservação (UCs). Mas, de acordo com o MMA, apenas 1,5% da zona costeira e marinha brasileira está protegida. No mundo todo, só 1,17% das áreas marinhas mundiais são preservadas – aproximadamente 4,2 milhões de quilômetros quadrados de oceano, de acordo com o relatório Global Ocean Protection, lançado no mês passado na COP da Biodiversidade, em Nagoya.

O Greenpeace defende a existência de 30% de áreas marinhas protegidas no litoral brasileiro e propõe a criação de uma rede mundial de áreas marinhas protegidas, que cubra 40% dos oceanos. Segundo Leandra, entre as áreas brasileiras prioritárias para a criação de UCs estão a Reserva de Fauna da Baía da Babitinga, em São Francisco do Sul (SC), a Área Marinha Protegida do Arquipélago de Trindade e Martim Vaz (ES) e o Refúgio da Vida Silvestre do Peixe-Boi (PI/CE).

Fonte: http://www.estadao.com.br/

Perfuração no Mar Morto espera revelar segredos do clima do passado


Serão analisados sedimentos que podem revelar até 500.000 anos de história geológica do Oriente Médio

Em uma barca flutuando sobre o ponto mais profundo dos continentes da Terra, uma equipe de pesquisadores espera perfurar até meio milhão de anos no passado, para descobrir sinais de mudança climática e desastres naturais.

Perfurando o leito do Mar Morto, o grupo de engenheiros e cientistas começou a extrair camadas das profundezas da Terra no domingo, e continuará por cerca de dois meses até atingir uma profundidade de 1.200 metros abaixo do nível do mar.

"Os sedimentos do Mar Morto são os melhores registros de clima e terremotos de todo o Oriente Médio", disse o chefe do projeto, Zvi Ben-Avraham, da Academia de Ciências de Israel. O litoral do mar Morto já se encontra 4290 metros abaixo do nível do mar.

O Mar Morto, disse Ben-Avraham, recolhe água que escorre do deserto do Sinai e de Golã, uma área de cerca de 42.000 km2.

Ele também fica numa falha entre duas placas continentais que se deslocam em diferentes velocidades, causando muita atividade tectônica.

O leito do mar acumula duas camadas de sedimentos a cada ano. A equipe vai analisar 500.000 anos de história geológica.

Ben-Avraham espera obter informações sobre chuvas, secas e enchentes de tempos antigos, que poderão ser usadas para estudar os prováveis efeitos do aquecimento global

Fonte: http://www.estadao.com.br/