Resultados de pesquisa abrem possibilidades para o desenvolvimento de tratamentos sem medicamentos e não-invasivos
Um estudo realizado com ratos sugere que o uso de telefones celulares pode ajudar na prevenção contra alguns dos efeitos degenerativos da doença de Alzheimer, divulgaram pesquisadores norte-americanos.
Após serem sujeitos a ondas eletromagnéticas semelhantes às usadas em aparelhos celulares por longos períodos de tempo, ratos modificados geneticamente para desenvolver a doença de Alzheimer se saíram bem em testes de memória e raciocínio -- tão bem quanto ratos saudáveis, segundo os pesquisadores em artigo publicado na revista Journal of Alzheimer's Disease.
Os resultados foram uma grande surpresa e abrem possibilidades para o desenvolvimento de tratamentos sem medicamentos e não-invasivos, explicou na quarta-feira o autor principal do artigo, Gary Arendash, da Universidade do Sul da Flórida.
Ele esperava que a exposição a aparelhos celulares aumentaria os efeitos da demência.
"Muito pelo contrário, esses ratos eram protegidos se a exposição aos celulares começasse no início da fase adulta. Ou se a exposição começasse depois de terem desenvolvido problemas de memória, ela revertia essa deficiência", afirmou Arendash em entrevista telefônica.
Os ratos foram expostos a ondas eletromagnéticas equivalentes aos emitidos por um aparelho celular na cabeça de um ser humano por duas horas diárias num período de sete a nove meses.
Ao final desse período, foi descoberto que a exposição aos telefones celulares eliminava o acúmulo da proteína beta-amilóide, principal indicador da doença de Alzheimer.
Os ratos com Alzheimer demonstraram melhora e reversão da patologia neurológica.
"Ela (a onda magnética) previne contra a agregação da proteína maligna no cérebro", disse Arendash. "As descobertas são intrigantes para nós porque abrem portas para um novo campo na neurociência, acreditamos nós, que é o de efeitos a longo prazo dos campos eletromagnéticos na memória".
Arendash disse que sua equipe estava modificando a experiência para ver se poderiam produzir efeitos mais rápidos e começar testes em humanos.
Apesar de décadas de pesquisa, existem poucos tratamentos eficazes e nenhuma cura para a doença de Alzheimer, a forma mais comum de demência. Muitos tratamentos tiveram resultados promissores em ratos mas pouco efeito em seres humanos.
Mais de 35 milhões de pessoas no mundo sofrerão da doença de Alzheimer e outras formas de demência em 2010, segundo a Associação de Alzheimer.
Fonte: http://info.abril.com.br/