sexta-feira, março 25, 2011

Pará vive a expectativa da descoberta de petróleo


O Ministério de Minas e Energia poderá confirmar, nos próximos dias, a descoberta de depósitos comerciais de petróleo e gás no litoral paraense. Até maio, a Petrobras deverá concluir o trabalho de perfuração do poço exploratório Harpia, cuja abertura iniciou-se em janeiro passado, em lâmina d’água de 2.060 metros. Localizado a 222 km do município de Viseu, em águas profundas, o poço tem profundidade final prevista de 5.880 metros. Atualmente, ele está com cerca de 3.400 metros.

Na eventualidade de fazer qualquer descoberta durante o trabalho de perfuração, a Petrobras tem a obrigação legal de comunicar formalmente a ocorrência à Agência Nacional de Petróleo (ANP) no prazo de 72 horas. A divulgação, quando for o caso, compete ao governo federal, por intermédio da própria ANP ou do Ministério de Minas e Energia. A existência de hidrocarbonetos na costa paraense já foi revelada em estudos que datam da década de 1970. O que se tenta agora é dimensionar as reservas, com o emprego de novos recursos tecnológicos que fizeram da Petrobras uma das líderes do mercado mundial do setor e, com isso, determinar se é ou não viável economicamente o investimento na produção.

Num encontro com a imprensa, realizado ontem pela manhã no Crowne Plaza, o gerente geral de avaliação e interpretação das bacias da margem equatorial da Petrobras, Otaviano da Cruz Pessoa Neto, não anunciou qualquer descoberta – e nem poderia fazê-lo, ainda que descoberta houvesse. Suas palavras, porém, foram de franco otimismo e confiança ao falar sobre as perspectivas quanto à possível existência de petróleo e gás na região. Otaviano Neto é o responsável, na Petrobras, pelas pesquisas em águas profundas na plataforma continental brasileira ao longo do trecho que vai do extremo norte do Amapá até o Rio Grande do Norte.

POÇO

No mesmo bloco, o BM-PAMA-3, na bacia Pará/Maranhão, e muito próximo do primeiro, a Petrobras já programou a perfuração de um segundo poço exploratório, o Gavião, localizado a 216 km de Bragança. Também neste caso, a atividade terá a duração de aproximadamente quatro meses. A base de apoio terrestre às equipes de campo da Petrobras é o terminal marítimo do Tapanã, em Belém.

O transporte de pessoal entre a sonda submersível responsável pela operação no mar e a base terrestre é feito em voo diário por um helicóptero com capacidade para 16 pessoas.

Desde 2002, quando voltou a fazer estudos exploratórios na área, conforme revelou ontem Otaviano Neto, a Petrobras investiu na bacia Pará/Maranhão R$ 114 milhões, além de R$ 40 milhões aplicados somente em 2010. Em 2011, o investimento previsto é de R$ 90 milhões. Em outro bloco, o BM-PAMA-8, situado em águas ultraprofundas, a empresa investiu cerca de R$ 60 milhões até 2010, fazendo na área o levantamento de 2.220 quilômetros quadrados de sísmica 3D. Dando continuidade à avaliação exploratória da área, está prevista a perfuração de pelo menos um poço exploratório até 2012.

BLOCOS

Até 2015, além dos já citados, a Petrobras vai atuar também na exploração de outros quatro blocos na bacia Pará/Maranhão, os PAMAs 9, 10, 11 e 12. Situadas em águas rasas, essas áreas são operadas pela Petrobras com participação de 40%, em parceria com a colombiana Ecopetrol e a mineradora Vale como consorciadas, cada uma com participação de 30%.

De acordo com Otaviano Neto, esse consórcio acaba de concluir a aquisição e processamento de 967 quilômetros quadrados de sísmica 3D, que se encontra em fase de mapeamento. A avaliação desses dados está prevista para o segundo semestre deste ano e vai subsidiar a decisão de perfurar ou não novos poços exploratórios, o que poderá acontecer até o final de 2014.

Perspectivas para o Estado do Pará são otimistas

A Petrobras atua na exploração de hidrocarbonetos na costa do Estado do Pará desde a década de 1970, tendo perfurado, segundo nota distribuída ontem à imprensa, 24 poços em águas rasas da plataforma continental e um poço em águas profundas. As indicações mais significativas de petróleo e gás foram encontradas em 1979, durante a perfuração do nono poço na bacia de Santana, em frente à foz do Amazonas. As perspectivas, sobretudo a partir do nono poço, foram consideradas bastante promissoras.

Após a perfuração e testes em novos poços –chegando ao poço 1-PAS-11–, porém, a área foi considerada subcomercial e abandonada, depois de haver produzido 500 mil barris de óleo de boa qualidade, conforme admitiu ontem Otaviano Neto. Ele acrescentou que, na época, a Petrobras utilizou o mesmo modelo de produção adotado na bacia de Campos, no litoral do Sudeste do Brasil. Agora, empregando nova tecnologia, a empresa vai retomar as atividades de exploração da área.

Coube ao então ministro de Minas e Energia, Sheaki Ueki, na época, fazer o anúncio da descoberta que dois anos depois seria abandonada. Mas ele não foi o único. Em 1987, o então presidente José Sarney anunciou a descoberta de um lençol gigante de petróleo no município de Breves, na ilha do Marajó. Hoje se sabe que o presidente foi induzido a erro por uma informação equivocada de uma empresa americana que na época fazia pesquisas na região. De qualquer forma, a Petrobras tem interesse em retomar as atividades de exploração em terra, caso a ANP venha a incluir as bacias sedimentares do continente em seu próximo leilão.

INDÍCIOS

Além das descobertas passadas, há também indícios presentes que avalizam uma perspectiva otimista quanto à descoberta de petróleo e gás na costa do Pará. Um deles foi a conferência de imprensa realiza ontem pela Petrobras, a primeira feita até hoje pela empresa, que sempre manteve com a imprensa local uma relação de certa forma fria e distante.

Sugestivo pode também ser considerado o fato de ter a empresa deslocado para Belém o seu principal executivo em exploração de águas profundas em toda a Região Norte e boa parte do Nordeste do Brasil.

Outro indicador positivo é a negociação em curso para atrair a Sinopec, a estatal chinesa do setor de petróleo, para investimentos em parceria com a própria Petrobras no litoral do Pará, onde a empresa já explora o bloco BM-PAMA-3. Otaviano Neto revelou ontem que a estatal chinesa poderá se consorciar com a Petrobras com uma participação de 20%. Dificilmente haveria interesse num negócio desse tipo se já não houvesse evidências fortes da existência de gás e petróleo em volume comercial. O que, se confirmado, aí sim, vai exigir investimentos mais pesados no futuro para a montagem da estrutura de produção. (Diário do Pará)

Fonte: http://diariodopara.diarioonline.com.br/

Moraes (FUP): O pré-sal e o tsunami na geopolítica do petróleo


Uma nova ordem mundial começa a alterar a geopolítica do petróleo e, mais do que nunca, precisamos entender este processo e tratar o pré-sal como uma riqueza extremamente estratégica. O acidente nuclear no Japão, as mudanças políticas no Norte da África e no Oriente Médio e a visita de Barack Obama ao Brasil são fatos correlatos que colocam em alerta os movimentos sociais na defesa da nossa soberania energética.

Por João Antônio de Moraes*

O tsunami japonês varreu, pelo menos temporariamente, os planos de expansão nuclear de dezenas de países que apostam nesta fonte de energia como principal alternativa para reduzir a dependência de hidrocarbonetos (óleo e gás natural). A tendência é que estes recursos se tornem cada vez mais estratégicos para saciar a fome de energia do planeta. Hoje os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) são responsáveis por mais de 80% da matriz energética global. As estimativas da Agência Internacional de Energia são de que o consumo de petróleo continue aumentando em termos absolutos, ultrapassando nos próximos dez anos a marca de 100 milhões de barris por dia.

Em função disso, já estamos assistindo à corrida das principais nações em busca de novas fronteiras produtoras de petróleo e gás para garantir suas necessidades de abastecimento. Não por acaso, o Brasil foi o primeiro pouso de Barack Obama na América Latina. Por trás de sua “cordial” visita, estão intenções nada amistosas. Os Estados Unidos são o maior consumidor de petróleo do planeta (utilizam 25% da produção global) e também o mais vulnerável em meio à onda de revoltas que assola o Norte da África e o Oriente Médio, principal fonte abastecedora do país.

Em troca de petróleo, o império norte-americano tem apoiado e sustentado ditaduras e governos autoritários nestas regiões, intervindo militarmente sempre que seus interesses são ameaçados. É o que está acontecendo agora na Líbia, da mesma forma como aconteceu no Irã, no Iraque e no Afeganistão. Mas as movimentações de peças no tabuleiro de xadrez do mundo árabe levam os analistas políticos a acreditarem que uma nova coalizão de forças colocará em xeque a posição confortável que os Estados Unidos usufruíam no Oriente Médio até então.

Para que Washington diminua sua dependência da região, o Brasil é a bola da vez. Com o pré-sal, nosso país será uma das maiores reservas de petróleo do planeta e é de olho nesta riqueza que os Estados Unidos vêm tentando fechar acordos e parcerias com o governo brasileiro e a Petrobrás. A FUP e os movimentos sociais são contrários à tese de que o pré-sal deve fazer do Brasil um grande exportador de petróleo. Queremos que este estratégico recurso seja explorado de forma sustentável para desenvolver toda a sua cadeia produtiva. Desde a construção de navios e plataformas até a indústria petroquímica e plástica.

É desta forma que o país irá gerar emprego e renda e não exportando petróleo cru para abastecer países ricos, como os Estados Unidos, que durante décadas exploram e usufruem de recursos energéticos alheios para sustentar seus absurdos níveis de consumo. O pré-sal, como disse a presidenta Dilma, é o passaporte para que as gerações futuras tenham um país desenvolvido, com oportunidades para todos. Mas isso só será possível investindo na cadeia produtiva do petróleo aqui no Brasil, fomentando a indústria nacional, gerando emprego e renda para milhões de brasileiros.

*João Antônio de Moraes é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Fonte: http://www.vermelho.org.br/

Presidente da Petrobras anuncia investimentos em Minas


O presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, anunciou investimentos em Minas Gerais nesta quarta-feira, mas acabou gerando descontentamento ao indicar que uma usina de R$ 600 milhões que seria construída em Betim (a 30 km de Belo Horizonte) deve acabar na Bahia.

A estatal passou o projeto da construção de um polo petroquímico para a Braskem, empresa privada na qual o governo é sócio minoritário. "A Braskem que vai decidir onde fazer o polo", disse Gabrielli.

O governo de Minas e a Petrobras haviam assinado um protocolo de intenções sobre o assunto em 2005.

A Braskem já pediu o licenciamento ambiental para fazer a obra em Camaçari (região metropolitana de Salvador). Gabrielli esteve na Bahia esta semana e disse que a empresa investirá R$ 8,5 bilhões no Estado.

Em Minas foram anunciados US$ 3,5 bilhões em investimentos.

Em nota divulgada, o senador Aécio Neves (PSDB), governador do Estado até o ano passado, falou que está "extremamente surpreso e preocupado com o tratamento que o governo federal vem oferecendo a Minas".

"A Petrobras precisa apresentar mais e melhores explicações aos mineiros para essa decisão que prejudica novamente o Estado. A previsão é que seriam gerados perto de 6.000 empregos diretos e indiretos", disse.

O senador reclamou ainda por o governo federal ter dado benefícios fiscais diferenciados para os Estados no fim do ano passado. 'O que fez com que a Fiat terminasse por retirar de Minas a sua nova planta de expansão, e, por consequência, milhares de novos empregos', afirmou.

INVESTIMENTOS

A Petrobras planeja gastar US$ 150 bilhões em produtos e serviços de empresas brasileiras até 2014 o valor corresponde a quase 67% do total de investimentos previstos pela empresa no período: US$ 224 bilhões.

O presidente da Petrobras se reuniu com o governador do Estado, Antonio Anastasia (PSDB), e com o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, que é mineiro.

O trio falou a empresários sobre as possibilidades de faturamento ao fornecer para estatal. "Minas já tem tradição em vários setores da indústria e pode focar nesse setor de petróleo e gás também", afirmou Gabrielli.


CFSP


Fonte: http://www.jornalfloripa.com.br/