segunda-feira, outubro 10, 2011

Shell comprará petróleo que OGX produzirá em Campos


O preço fechado entre as duas companhias representa um desconto médio de 5,5 dólares em relação ao Brent

A OGX fechou com a Shell a venda de 1,2 milhão de barris de petróleo que será produzido a partir do campo de Waimea, na Bacia de Campos, informou a petroleira brasileira .

Com a chegada da sua primeira plataforma tipo FPSO, nesta quinta-feira, no Rio, a OGX começará a produzir petróleo entre novembro e dezembro e prevê uma média de produção de 33 a 40 mil barris diários em 2012, uma meta considerada conservadora.

"A celebração do contrato de comercialização de nosso primeiro óleo com uma major company como a Shell atesta não só a qualidade do petróleo descoberto pela OGX na Bacia de Campos, mas também a capacidade de execução das equipes de Exploração, Produção e Comercialização da Companhia", comentou o presidente do grupo EBX, Eike Batista, por meio de nota à imprensa.

Segundo comunicado ao mercado, o preço fechado entre as duas companhias representa um desconto médio de 5,5 dólares em relação ao Brent. O contrato de venda é dividido em dois carregamentos de 600 mil barris cada um.

A previsão é iniciar um teste de longa duração por cerca de cinco meses no campo de Waimea, com uma produção diária média de 15 mil a 20 mil barris por dia.

Depois, a expectativa é aumentar o volume, em abril ou maio, para 45 mil barris a 50 mil barris diários, com a interligação de mais dois poços produtores à plataforma, disse o diretor-geral da OGX, Paulo Mendonça, durante a Offshore Technology Conference Brasil (OTC Brasil 2011), que aconteceu esta semana no Rio.

"Isso que temos nenhuma empresa fez: iniciar produção em dois anos após a descoberta", afirmou o diretor-geral.

A meta da empresa de Eike Batista, apresentada ao mercado, é que a produção aumente para 165 mil barris diários em 2013; 730 mil barris em 2015; e 1,38 milhão em 2019.

A OGX e a Shell também assinaram acordo para buscar oportunidades em logística, compra e venda de petróleo, gás natural e desenvolvimento de novos negócios, segundo um comunicado divulgado ao mercado. A Shell já produz petróleo no Brasil a partir do campo Parque das Ostras, também na Bacia de Campos.

NOVAS DESCOBERTAS

A OGX, segundo Mendonça, alcançou 90 por cento de sucesso exploratório, um percentual três vezes superior ao da média mundial.

Dos 62 poços que perfurou, a empresa descobriu, segundo Mendonça, 21 campos: cinco na Bacia de Santos; 14 na Bacia de Santos e dois na Parnaíba, onde encontrou grandes jazidas de gás natural. "Muitos desses poços já são de delimitação (de reservas)", afirmou.

O diretor da OGX afirmou que está apenas na metade da campanha exploratória nas bacias de Campos e Santos. Nas bacias de Pará-Maranhão e Espírito Santo, lembrou, os trabalhos sequer começaram e na Parnaíba a empresa apenas desbravou 10 por cento do potencial da região.

"Não paramos, vamos continuar nossa campanha e novas descobertas certamente virão", disse. "Então devemos esperar novas descobertas e novos volumes de reservas", afirmou.

Depois de Waimea, a OGX deve desenvolver, na mesma região da bacia de Campos, a descoberta de Waikiki, que deve começar a produzir até 2013.

ANADARKO

Indagado sobre a possibilidade de adquirir os blocos exploratórios que a petroleira independente Anadarko colocou à venda no Brasil, Mendonça afirmou que está analisando e tem interesse.

Entre os ativos, a empresa americana possui concessões no pré-sal, de grande interesse para as petroleiras, mas com um inconveniente apontado por Mendonça: a possibilidade de haver reservas que se espalham e vazam para outras áreas além da concessão. "Vamos prestar atenção na possibilidade de unitização", afirmou.

O diretor também afirmou não haver necessidade de captações no momento, já que a empresa, segundo ele, tem caixa suficiente para executar sua ousada campanha exploratória. A expectativa é chegar ao final de 2013 com caixa de 1 bilhão a 1,5 bilhão de dólares.

Fonte: Reuters

Petrobras faz parceria em blocos na Tanzânia


Com a parceria, a Petrobras tem a possibilidade de agregar a expertise do sócio e reforça a crença no potencial da região

A Petrobras, por meio de sua subsidiária Petrobras Tanzania Ltd, passa a contar com um sócio na Tanzânia - a Shell Deepwater Tanzania BV. Foi aprovado pelas autoridades tanzanianas, em 16/09, o acordo de cessão de participação (Farm-Out Agreement) por meio do qual a Shell adquire 50% dos direitos dos blocos 5 e 6. Os blocos são localizados no offshore do país (Oceano Índico), com profundidade de água variando entre 600 e 3.000 metros. A Petrobras Tanzania, que contava, até então com 100% de participação em cada um dos blocos, segue como operadora de ambos após o acordo. A estatal TPDC Tanzanian Petroleum Development Corporation é a concessionária dos dois blocos.

Com a parceria, a Petrobras tem a possibilidade de agregar a expertise do sócio e reforça a crença no potencial da região, em uma área ainda considerada de fronteira exploratória.

Perfuração no bloco 5

Está sendo conduzida, desde o final de agosto, a perfuração do poço Zeta-1, no bloco 5, onde, com base na interpretação de sísmica 3D, foi possível identificar prospecto com potencial para descoberta de gás. Após a conclusão desta fase, prevista para o final do ano, será possível conhecer melhor o potencial do ativo. Em relação ao bloco 6, seguem os trabalhos de interpretação de sísmica 3D.

A Petrobras atua na Tanzânia desde 2004, quando foi assinado contrato com a TPDC relacionado ao bloco 5. Em 2006, houve assinatura de contrato relativo ao bloco 6.

A África está entre as prioridades de investimentos internacionais no Plano de Negócios da Petrobras. No continente, a Empresa já atua nas atividades de exploração e produção de petróleo em Angola, Benin, Gabão, Líbia, Namíbia e Nigéria, além da Tanzânia.

Fonte: Da Redação