“A indústria paulista precisa acordar”. O recado foi dado pelo diretor de infra-estrutura da Federação das Indústrias de São Paulo – Fiesp, Julio Diaz, em seminário realizado em São José dos Campos, no dia 8 de junho, durante o evento Logisvale. Na ocasião, o executivo lembrou que o estado de São Paulo é responsável por 40% do PIB do país, porém só participa com 20% do fornecimento da cadeia de P&G.
Ainda na mesa de abertura, o gerente geral da Refinaria Henrique Lage - Revap, Claudio Schlosser, frisou que “a palavra-chave é oportunidade”. Em seguida, lembrou que a Petrobras tem percorrido o Brasil mobilizando o empresariado. “Qualidade, custo e SMS. Esse tem sido o foco na seleção das empresas fornecedoras da Petrobras. E os desafios do pré-sal são maiores que os da própria refinaria”. Em sua fala, o presidente da Associação Brasileira das Empresas do Setor Naval e Offshore – Abenav, Augusto Mendonça, endossou: “Em 30 anos de parceria com a Petrobras, nunca vimos a companhia desenvolver os fornecedores locais como agora, e isso é muito importante”.
Também estiveram na mesa de abertura o diretor do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo – Ciesp - de São José dos Campos, Ney Pasqualini, e Antonio Henrique Gross, da Comgás, representando o Governo do Estado. Após destacar a criação do Programa Paulista de Petróleo e Gás Natural (PPPGN) em agosto de 2010, e do Conselho de Petróleo & Gás, Gross lembrou que as perspectivas do setor até 2025 incluem a geração de 130 mil empregos diretos e 120 mil indiretos, e investimentos da ordem de R$ 176 bilhões no estado.
A segunda palestra foi de Alexandre Borges (FOTO), representando a Coordenação Executiva do Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás – Prominp, que frisou a importância do Plano de Negócios da Petrobras, que prevê US$ 42,5 bilhões em investimentos e a demanda projetada de mais de 200 mil profissionais qualificados no período 2010-2014. Na sequência, Borges apresentou o Portal de Oportunidades do Prominp e o Banco de Currículos com mais de 40 mil cadastros de alunos já formados pelo Programa. Falou, também, sobre o convênio Petrobras-Sebrae, que promoveu 65 rodadas de negócios desde 2005, gerando R$ 2,6 bilhões em negócios.
Um mar de oportunidades
A descentralização da indústria naval do Rio de Janeiro para as regiões Sul e Nordeste foi o primeiro tema abordado por Augusto Mendonça, da Abenav, entidade que reúne 26 estaleiros. “O setor de construção naval prevê uma demanda total de US$ 150 bilhões até 2020, o dobro da indústria aeroespacial e quase o dobro da indústria de eletrodomésticos”. O presidente da associação destacou a importância da competitividade e a ação do Prominp em 58 projetos, ao longo dos últimos sete anos.
Apresentar as oportunidades de negócios no Pólo Pré-sal da Bacia de Santos foi a tônica da palestra de Jaime Taka, da UOBS - unidade operacional da Petrobras na região. O engenheiro lembrou que a Base Aérea de Santos está em fase de finalização de obras e que haverá uma substituição gradual dos navios e sondas de perfuração fretados pelas embarcações produzidas no Brasil. Ele também destacou a implantação de um sistema confiável de telecomunicações, estruturado e em tempo real para o gerenciamento integrado de operações, o GIOP. Revelou também o projeto de unificar os cinco prédios da Petrobras em um só, novo e moderno, na cidade de Santos. “Tudo isso colocará o Brasil como um dos mais importantes produtores de hidrocarbonetos do mundo”.
Eliel Costa, da Gerência de Materiais da Petrobras, apresentou a Petronect, o cadastro corporativo (onde a empresa recebe o Certificado de Registro e Classificação Cadastral da Petrobras - CRCC), explicando a diferença deste documento para o registro local. Frisou, também, a importância de o empresariado paulista se mobilizar desde já para fornecer para a cadeia de petróleo e gás natural. “A previsão é que 95% dos investimentos no período 2010-2014 sejam feitos no Brasil” – disse.
Em seguida, Antonio Gil Silveira, gerente regional da Superintendência de Petróleo e Gás da Caixa, declarou que “investir nesse segmento é, para nós, uma honra, uma oportunidade e uma obrigação”. Em seguida, mostrou a mudança de posicionamento do banco, que tem financiado toda a cadeia de fornecedores, e as várias opções de crédito hoje disponíveis, como os recebíveis, os FIPs e o programa Progredir.
Foto: Edher de Souza
Fonte: http://www.prominp.com.br/