domingo, janeiro 29, 2012

CODESP resgata história do Porto de Santos no dia 2 de fevereiro


Evento marcará a inauguração do Museu Virtual do Porto de Santos.

A Companhia Docas do Estado de São Paulo (CODESP) promoverá no dia do aniversário de 120 anos do Porto de Santos a apresentação do Programa de Gestão do Patrimônio Arqueológico, Histórico e Cultural do Sistema Viário da Margem Direita do Porto de Santos.

O trabalho desenvolvido abrange a história documentada do porto e sua região e a coletada através de depoimentos de trabalhadores portuários e cidadãos das regiões no entorno da avenida Perimetral de Santos, editada no livro “Paisagens Culturais da Baia de Santos”. O evento marcará ainda a inauguração do Museu Virtual do Porto de Santos.

Na ocasião, ocorrerá, também, a entrega ao prefeito e secretário municipal de educação de um kit contendo o livro, uma cartilha e a plataforma multimídia para acesso e interatividade através de mídias sociais para consulta, comunicação e cooperação. A cartilha bem como aulas digitais foi preparada para professores e alunos e destinam-se a multiplicação e distribuição nas escolas públicas.

A solenidade está marcada para as 10 horas, do dia 02 de fevereiro, no auditório da Presidência da CODESP, na Avenida Conselheiro Rodrigues Alves, s/n°, no bairro do Macuco, em Santos.

120 ANOS DO PORTO DE SANTOS
A data de 2 de fevereiro de 1892 marca a entrega do primeiro trecho de 260 metros de cais construído, inaugurado com a atracação do cargueiro Nasmith, navio a vapor da armadora inglesa Lamport & Holt. Até então, o porto era constituído de trapiches de madeira erguidos em diversos pontos ao longo da bacia do estuário e às margens da antiga cidade.

Dentre esses trapiches, o da Estrada de Ferro, situado no chamado Porto do Bispo, na região do Valongo, era um dos principais ancoradouros , o mais próximo à estação da São Paulo Railway, e tornou-se o primeiro trecho de cais construído.

A obra representou a superação de grandes dificuldades técnicas, que durante muitos anos desafiaram a capacidade de realização dos brasileiros e levaram ao insucesso diversas tentativas anteriores de construção do porto, tanto de particulares como da então Província de São Paulo, que havia obtido, desde 1870, autorização para execução das obras.

Somente em 1886, um grupo liderado pelos brasileiros Cândido Gafrée e Eduardo Palassin Guinle obteve a concessão para construção exploração do Porto de Santos.

O empreendimento, sob a direção do engenheiro Benjamin Weinschenck, alcançou sucesso. O prazo de concessão foi, então, ampliado para 90 anos.

O Porto de Santos, que teve sua origem vinculada ao comércio do café, contribuiu para a melhoria das condições sanitárias da região, desempenhou papel preponderante no desenvolvimento indus¬trial do estado de São Paulo e do Brasil e continua participando, expressivamente, nas transações comerciais efetuadas com o mercado externo - cerca de 26% da balança comercial do país é movimentada por Santos.

Além de toda importância para o desenvolvimento econômico, viabilizando o comércio marítimo a partir de Santos e do marco que se tornou para a engenharia portuária, a construção do Porto de Santos representou, ainda, a solução para o grande problema de epidemias que assolavam a região devido, principalmente, à insalubridade que a área estuarina representava no final do século passado, juntamente com a enorme região de várzea na cidade.

O Porto de Santos sempre representou o papel do grande agente propulsor do desenvolvimento, influindo diretamente também na expansão econômica de todo planalto paulista, compondo, junto com a ferrovia, a primeira grande cadeia logística que viabilizou o comércio marítimo do café e permitiu a implantação e o desenvolvimento industrial e agrícola da principal região econômica do Brasil. Hoje, Santos, com cerca de 14 quilômetros de cais, concentra em sua área de influência cerca de 70 milhões de habitantes, 67% do PIB do país e 70% da balança comercial.

Fonte: Da Redação

Chevron deve sofrer acusação criminal por vazamento



Funcionários da Chevron e Transocean deverão ser indiciados

Um promotor público no Brasil pretende entrar com uma ação criminal contra a petroleira norte-americana Chevron e seus funcionários no país em questão de semanas, adicionando a ameaça de prisão à ação civil que tramita na Justiça e que pede 20 bilhões de reais de indenização pelo vazamento de petróleo ocorrido em novembro.

A ação civil impetrada no tribunal federal em Campos (RJ) provavelmente incluirá um pedido para o indiciamento criminal de George Buck, presidente-executivo da unidade brasileira da Chevron, e de outros funcionários da empresa, disseram à "Reuters" três membros do governo brasileiro envolvidos no caso.

Funcionários da Transocean, maior operadora global de plataformas de petróleo e fornecedora da unidade usada na perfuração que causou o vazamento, também deverão ser indiciados criminalmente, afirmaram as fontes, que pediram anonimato porque o pedido do promotor ainda não foi apresentado a um juiz.

Ficará a cargo de um juiz decidir se serão aceitos os indiciamentos.

Os movimentos contra a Chevron deixam claros alguns riscos que envolvem as empresas de energia em sua busca por uma fatia da riqueza petroleira do Brasil. O governo brasileiro recentemente alterou a legislação do setor, elevando o controle sobre a área. As mudanças atrasaram investimentos.

Buck e a Chevron agiram "de maneira leviana e irresponsável", disse um dos funcionários do governo, que participou da investigação do vazamento de aproximadamente 2.400 barris de petróleo no campo de Frade, na bacia de Campos.

Ele disse ser improvável que pessoas indiciadas criminalmente acabem sendo detidas ou que fiquem proibidas de deixar o Brasil. Mas se o caso avançar, e novas evidências surgirem, isso poderia ocorrer, ele acrescentou.

"A Chevron acredita que as acusações não possuem mérito", afirmou o porta-voz da empresa, Kurt Glaubitz, em comunicado.

"A Chevron tem confiança de que uma vez que todos os fatos sejam totalmente examinados, eles demonstrarão que a empresa respondeu de forma apropriada e responsável ao incidente", acrescentou.

O porta-voz da Transocean, R. Thaddeus Vayda, não quis comentar.

Promotores no Brasil, que estão aumentando o uso de ações agressivas para estimular acordos antecipados, estão se movendo bem mais rápido que seus colegas nos Estados Unidos.

O vazamento de óleo da BP nos EUA, em 2010, mais de 1.000 vezes maior que o da Chevron, ainda não gerou qualquer acusação criminal.

No Brasil, acusações em casos como esses podem durar 10 anos até que todos os recursos sejam esgotados. Isso levaria empresas como a Chevron e a Transocean a elevados gastos durante anos com a defesa, afirmou o advogado Paulo Augusto Silva Novaes, do escritório Benjo, Garcia, Souto & Novaes, do Rio.

Problema no poço
O incidente com a Chevron começou no dia 7 de novembro do ano passado, enquanto a empresa perfurava um novo poço no mesmo bloco onde já produz petróleo no campo de Frade.

Uma forte pressão surgiu no poço quando o equipamento de perfuração atingiu o reservatório de óleo. Um equipamento de segurança, conhecido como BOP ("blow-out preventer"), foi acionado e fechou o fluxo, mas o óleo vazou por uma rachadura na parede do poço até o leito marinho, chegando depois à superfície.

A polícia e os promotores dizem que a Chevron conhecia as condições de solo e pressão do local e deveria ter adotado ações para prevenir problemas.

A Chevron nega que tenha subestimado riscos e afirma que autoridades brasileiras aprovaram os planos de perfuração.

"A pressão foi estimada utilizando complexos modelos e informações obtidas nos 50 poços previamente perfurados no projeto Frade", afirmou Glaubitz, da Chevron, no comunicado.

"No entanto, não é incomum que se encontre condições de pressão durante operações de perfuração diferentes daquelas anteriormente verificadas".

A empresa disse que agiu rapidamente e de forma correta para estancar o vazamento em quatro dias e que sua atuação estava de acordo com as melhores práticas da indústria.

Processos Longos
Apesar de promotores no Brasil terem independência para acusarem civil e criminalmente empresas e seus empregados por danos ambientais, esses casos raramente terminam em condenações.

Por exemplo, a Petrobras, parceira da Chevron no projeto Frade, ainda está apelando de multa de mais de 100 milhões de reais de um acidente com uma plataforma em 2001 e de um grande derramamento de óleo no Rio em 2000.

A ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis) suspendeu as licenças para novas perfurações da Chevron em Frade.

A agência e o Ibama já multaram a companhia em mais de 50 milhões de dólares devido ao vazamento.

Fonte: Agência Reuters