sexta-feira, agosto 31, 2012

Petrobras vai fechar fase inicial do pré-sal

O plano de negócios da Petrobras prevê investimentos de US$ 131,6 bilhões para a área de exploração e produção

Rio de Janeiro (RJ) - No comando da área mais importante da Petrobras, o diretor de Exploração e Produção José Formigli tem a missão de colocar de pé o plano de aumento da produção de petróleo e gás da estatal de olho nos custos, prazos e calendário de entrega dos equipamentos essenciais para alcançar suas metas de crescimento, consideradas as mais ambiciosas da indústria.

As encomendas para o primeiro ciclo de investimentos no pré-sal da Bacia de Santos estão quase todas prontas. Elas incluem seis plataformas flutuantes de armazenagem e transferência (FPSOs) idênticas para os campos de Lula e Sapinhoá, já encomendadas, e duas cujos construções serão encomendadas em até 18 meses. Outras quatro FPSOs para as áreas da cessão onerosa já estão em fase de licitação.

"Nós passamos pela primeira leva das grandes contratações", comenta Formigli com certo ar de alívio. "Ainda vamos fazer a licitação dos seguintes. Vão sair os cascos e em algum lugar no Brasil serão construídos os módulos que serão colocados em cima deles. Ainda estamos licitando mais dois [FPSOs para a cessão onerosa] e com isso encerramos o ciclo de contratação de plataformas para o petróleo que temos mapeado para entrar em produção até 2018", diz Formigli.

O plano de negócios da Petrobras destina investimentos de US$ 131,6 bilhões para a área de exploração e produção para que ela consiga produzir 2,46 milhões de barris por dia de petróleo em 2016 e 4,21 milhões de barris/dia em 2020, o dobro da produção atual. Os projetos da área são os únicos com prioridade sobre quaisquer outros, inclusive na disputa por recursos financeiros.

O diretor garante que a atividade exploratória da companhia deve mudar um pouco sua forma de atuação. Isso significa, segundo ele, que a Petrobras vai procurar balancear seu risco de perfuração. No plano estratégico, a companhia reservou investimentos anuais de US$ 5 bilhões por ano em exploração - são US$ 25,4 bilhões entre 2012 e 2016, valor maior que o valor de mercado somado da HRT e OGX. Juntas, as duas empresas valiam ontem o equivalente a US$ 10,305 bilhões.

"Vamos balancear a perfuração dos poços ao longo do tempo, de tal maneira que a gente tenha um mix de locações aonde o alto risco não seja a grande maioria", explicou Formigli. O objetivo é evitar uma concentração de poços secos que tenham como consequência um impacto elevado na baixa deles como se viu no último trimestre, quando esse item representou perdas de R$ 2,7 bilhões.

Enquanto do lado de fora é grande a ansiedade em torno das descobertas já conhecidas, notadamente as estrelas do pré-sal, o pessoal da exploração está um passo adiante. E busca montar um novo modelo para entender a geologia de novas fronteiras como a bacia de Sergipe-Alagoas, onde a Petrobras noticiou recentemente a descoberta de Barra e Moita Bonita, duas acumulações de gás e óleo leve em águas ultraprofundas em frente a Aracaju.

Ao comentar as últimas descobertas da Petrobras no mar, Formigli chama a atenção para o fato de um terço delas estarem fora do pré-sal (seis em dezoito descobertas). "Isso reflete o esforço que temos feito e a tendência é que tenhamos um número maior de descobertas em áreas da costa fora do pré-sal, desde que mantida essa taxa de sucesso", diz.

Formigli chama a atenção para o fato de muitos passarem a denominar essas áreas como se fossem "pós-sal", o que não é correto já que o termo assume a existência de uma camada de sal abaixo das descobertas. E o chamado pré-sal brasileiro é uma área em águas profundas da Bacia de Santos, Campos e Espírito Santo.

Entender as descobertas nas novas fronteiras é fundamental para a Petrobras começar a identificar a melhor engenharia para colocar em produção as novas descobertas de 2018 em diante. Essa decisão é o prenúncio de gigantescas aquisições que movimentam o setor já que envolvem desde a compra de aço, sondas e equipamentos, como cabeças de poço, até tubos e plataformas. "Tem um monte de gente estudando, em ebulição. Mas é preciso tempo. Não somos uma máquina de licitação", avisa.

Expansão da rede da Comgás receberá R$ 1,13 bi do BNDES

O projeto de expansão da rede é a sexta operação de financiamento do BNDES à Comgás, informou o banco

Rio de Janeiro (RJ) - O plano de expansão da rede de distribuição de gás natural da Comgás, de 2012 a 2014, receberá financiamento de R$ 1,135 bilhão do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O banco anunciou a aprovação da operação no fim da tarde de ontem.

O empréstimo responde por 56% do total a ser investido pela empresa até 2014 - cerca de R$ 2 bilhões. Segundo o BNDES, o projeto faz parte de esforço da Comgás para massificar o uso do gás natural na sua área de concessão.

Segundo informações do site da Comgás - controlada pela Shell e pela British Gas (BG) -, a companhia é a maior distribuidora de gás natural canalizado do País, com cerca de 8 mil quilômetros de rede, atingindo 1 milhão de consumidores nos segmentos residencial, comercial e industrial, em 70 cidades. A área de concessão é mais ampla e abrange 177 municípios das regiões metropolitanas de São Paulo e Campinas, além da Baixada Santista e do Vale do Paraíba.

O projeto de expansão financiado pelo BNDES inclui a construção de mais 27 quilômetros de gasodutos para fechar o Anel Metropolitano de São Paulo, informou Luiz Daniel Willcox, gerente do Departamento de Gás e Petróleo e Bens de Capital sob Encomenda (Degap) do BNDES.

Completar o Anel Metropolitano de São Paulo é importante para garantir a segurança no abastecimento. "Em um gasoduto que liga dois pontos não conectados entre si, quando ocorre uma interrupção, não há muito por onde suprir. Agora, quando você tem um anel, é possível suprir por um lado ou por outro", explicou a chefe do Degap, Priscila Branquinho das Dores.

Novas redes. Os investimentos serão realizados na construção de novas redes de distribuição de gás canalizado e na manutenção, remanejamento, substituição, renovação e no sensoriamento remoto da rede existente. Além disso, o projeto exige investimentos em tecnologia de informação.

Fonte: Estadão