domingo, maio 20, 2012

Lupatech aposta no aumento de capital para reverter crise

Em meio a uma crise que já dura mais de três anos, a Lupatech sinaliza para o mercado com metas de recuperação. A fornecedora de equipamentos e serviços para o setor de gás e petróleo aposta suas fichas na operação de aumento de capital em andamento, que pode chegar a R$ 700 milhões, e na incorporação da San Antonio Brasil.

Em teleconferência realizada na quinta-feira, (17/05), com analistas, o presidente da empresa, Alexandre Monteiro, disse que a meta é fechar 2013 com Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações) de R$ 170 milhões e receita líquida de R$ 1,2 bilhão. Em 2011, a Lupatech teve R$ 62,22 milhões de Ebitda e receita de R$ 574 milhões.

No primeiro trimestre, a companhia registrou avanço de 11% da receita líquida na comparação com os três primeiros meses de 2011, para R$ 134 milhões, mas foi praticamente o único número que evoluiu. O Ebitda caiu 41% na mesma base de comparação, para R$ 9,5 milhões, e o prejuízo líquido no período foi de R$ 69 milhões ante prejuízo de R$ 8,9 milhões no primeiro trimestre de 2011. Na avaliação do presidente, foi um começo de ano “bastante duro” e as dificuldades ainda se arrastam. Em abril, foram cancelados dois contratos de prestação de serviços para a Petrobras, que somavam US$ 779 milhões até 2015.

Neste mês, a empresa elegeu um novo conselho de administração, com maioria dos membros independentes. A Lupatech pretende ganhar eficiência também a partir de sinergias com a San Antonio. Segundo Monteiro, em 2013 os ganhos com a junção das operações serão de R$ 4 milhões e, em 2014, saltarão para R$ 19 milhões.

A racionalização da estrutura de gestão, aliada ao aumento de capital e à expansão em portfólio na área de petróleo e gás sustentam o otimismo em relação ao futuro. Na semana passada, o presidente havia dito que a San Antonio tem potencial para gerar incremento de Ebitda de cerca de R$ 30 milhões nos 12 meses seguintes à conclusão da incorporação, prevista para ocorrer até junho.

Questionado por analistas sobre a margem Ebitda (medida pela relação do Ebitda com a receita líquida), Monteiro espera ver o índice se recuperar nos próximos anos, a um patamar acima dos 20%. Até 2008, a Lupatech obteve, anualmente, margens Ebitda que giravam entre 25% e 30%. No entanto, desde que os problemas financeiros se agravaram, com encomendas adiadas e crescente endividamento, a margem caiu para 14% em 2009, 11,7% em 2010 e 11% em 2011. No primeiro trimestre, foi de 13%.

O endividamento total ficou contido, mas ainda cresceu 3% nos primeiros três meses do ano, em relação ao patamar observado em dezembro. Ao fim de 2011, estava R$ 1,284 bilhão e alcançou R$ 1,324 bilhão em março. A direção justificou o aumento para atender à necessidade de capital de giro.

Fonte: Valor Econômico

Maersk Line investe US$ 2,2 bi em 16 navios que vão atender o Brasil

Até 2013, a dinamarquesa Maersk Line terá concluído a renovação da frota de navios de contêineres que servem o Brasil. A empresa tem em curso desde 2011 um programa de investimentos de US$ 2,2 bilhões que contempla a entrega de 16 novos navios. Desse total, dez estão em operação entre a Costa Leste da América do Sul, a Ásia e a Europa. A previsão é de que os outros seis navios, todos pertencentes à classe Sammax (iniciais de South America Max), comecem a operar até o início do próximo ano.


Os Sammax são importantes na estratégia da Maersk de garantir economia de escala, disse Robbert Jan van Trooijen, presidente da Maersk Line para a América Latina. “Vemos o investimento de US$ 2,2 bilhões nos navios como um investimento para o Brasil”, diz Trooijen. Os novos navios, com capacidade de 7,5 mil TEUs (contêiner equivalente a 20 pés), estão substituindo parte da frota em operação. Mas a Maersk, a maior empresa de navegação do mundo no transporte de contêineres, não vai aumentar a capacidade total de sua frota na região. Isso porque as novas embarcações vão substituir parte da frota da Maersk hoje em operação na costa leste da América do Sul, composta por 33 navios.

Segundo Trooijen, o planejamento da nova série de embarcações, encomendadas a estaleiros na Coreia do Sul, começou em 2007. A renovação da frota é acompanhada de um esforço da Maersk em melhorar o retorno financeiro de rotas-chave, caso da América Latina, região na qual a empresa tem 15% de participação de mercado. No Brasil, a Maersk foi a terceira no ranking na navegação de longo curso, entre operações de exportação e importação, em 2011, com um market share médio de 11%.

A Maersk vem fazendo um trabalho para aumentar os preços dos fretes como forma de tornar o negócio novamente rentável. A alta de custos tem levado as empresas de navegação de contêineres a registrar prejuízos. No primeiro trimestre, a Maersk Line registrou prejuízo de US$ 599 milhões. Na política de recomposição de preços, a empresa já anunciou ao mercado novas tarifas que devem entrar em vigor em junho.

O frete para carga seca e refrigerada na rota intra-Américas, que inclui o Brasil, outros países latino-americanos e do Caribe, Canadá e Estados Unidos, vai aumentar US$ 100 por TEU a partir de 11 de junho. No dia 15 do mesmo mês, haverá aumento de US$ 500 por TEU para cargas na importação da Ásia. E na rota de exportação do Brasil para a África Ocidental o aumento será de US$ 200 por contêiner a partir de 1º de junho.

Esses reajustes dão continuidade a um movimento que começou em março e prosseguiu em abril. Os reajustes variam de acordo com a linha e os clientes, mas, em média, ficam em cerca de 30%. Os aumentos buscam compensar a alta de custos, em especial do combustível de navegação, que representa mais de 40% dos gastos das empresas de navegação. No primeiro trimestre, o bunker (o combustível usado nos navios) atingiu US$ 710 por tonelada, com alta de 9% sobre os US$ 652 por tonelada do trimestre anterior, de acordo com a Alphaliner, publicação especializada no setor.

No primeiro trimestre, porém, os aumentos nos fretes ainda não se refletiram nos resultados financeiros da Maersk. A expectativa é de que isso ocorra a partir do segundo trimestre do ano.

Fonte: Valor Econômico