quinta-feira, julho 14, 2011

Queiroz Galvão amplia presença em petróleo e gás


A Queiroz Galvão Exploração e Produção (QGEP) prepara outras investidas no pré-sal não relacionadas à recente aquisição de 10% no bloco BM-S-8, no pré-sal da Bacia de Santos, anunciada recentemente. José Augusto Fernandes Filho, presidente da companhia, conta animado que vai testar "uma belíssima estrutura [reservatório]" no bloco BM-S-12, na mesma bacia e apelidada de Ilha do Macuco - onde a Petrobras detém 70% -; no pré-sal da bacia do Jequitinhonha, no bloco BM-J-2, onde é operadora; e em Biguá, um dos reservatórios encontrados no BM-S-8.

Apesar do grupo operar desde a abertura do setor, em 1997, a empresa voltada para exploração foi criada em outubro, após 14 anos como um departamento da Queiroz Galvão Óleo e Gás. Atualmente a QGEP ocupa o 6º lugar entre os maiores produtores de petróleo do país, segundo o boletim da Agência Nacional de Petróleo (ANP) de maio. Desde a criação, investiu US$ 700 milhões: US$ 300 milhões em exploração e o restante no desenvolvimento da produção dos campos Coral e Manati.

Somada a produção petróleo com a de gás em Manati (BA), o volume chegou a 11 mil barris de óleo equivalente (boe) por dia em maio, mas deve aumentar quando a empresa religar cinco poços fechados para manutenção. Com a reativação, a Queiroz Galvão deve voltar à posição de 2010, como quarta maior produtora e, por enquanto, à frente de empresas maiores como Statoil, BP e Repsol.

Mesmo reduzida, a produção de gás, de 1,73 milhões de m3 /dia, é superada apenas pela Petrobras. Se for contabilizado só o petróleo, também em Manati, a produção é mais modesta, de 177 barris ao dia. Mas os planos são chegar a 120 mil barris ao dia até o fim da década.

Além do desembolso de US$ 175 milhões para entrar no BM-S-8, a empresa prevê investimentos de US$ 100 milhões a US$ 150 milhões este ano. Ela captou R$ 1,5 bilhão com uma oferta pública inicial de suas ações na bolsa e procura novos ativos. "Esse dinheiro (da oferta pública) está no caixa e usamos para a compra do BM-S-8. Como informamos na época, ele será usado para aquisições, quando surgirem boas oportunidades", diz Fernandes Filho.

O negócio de exploração e produção, o único de capital aberto do grupo, parece mais visível e efervescente, mas não é o único do setor que está ganhando espaço no conglomerado, que nasceu em Pernambuco e que completa 58 anos em 2011 com 20 mil empregados. O setor de petróleo e gás - que engloba a construção naval, montagens industriais, serviços de perfuração e aluguel de sondas - responde por 50% do faturamento, de R$ 7,4 bilhões em 2010.

A Queiroz Galvão Óleo e Gás começou a atividade nos anos 80. Ela tem contratos em carteira que somam US$ 6,6 bilhões e 1,8 mil funcionários. A empresa tem nove sondas de perfuração em terra (alugadas para a Petrobras, HRT e OGX) e oito plataformas offshore. Em breve o número de sondas subirá para quinze.

A companhia de óleo e gás é investidora e operadora das unidades. Após associação com a SBM Offshore (Single Buoy Moorings, a maior do mundo) vai construir a FSPO Cidade de Paraty, que será conectada ao campo de Lula Nordeste em 2013. Divide ainda com outra gigante, a BW Offshore, a plataforma FPSO P-63, que vai operar no campo Papa Terra (da Petrobras e Chevron) na bacia de Campos.

O diretor-geral da empresa, Leduvy Gouvea, explica que a empresa tem 21 contratos com a Petrobras, incluindo o de afretamento de uma plataforma destinada ao pré-sal. A companhia ganhou, junto com a SBM, licitação para construção e afretamento do FPSO que será instalado no campo de Guará.

Já a Construtora Queiroz Galvão tem participação acionária de 40% do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), na Quip (33% em sociedade com a UTC e IESA) e no Estaleiro Rio Grande (com a Camargo Corrêa e a Samsung) e uma carteira de obras que inclui as plataformas P-55 - em fase final de construção no Atlântico Sul e que terá os módulos integrados no Quip - P-59 e P-60, que estão em construção.

O braço de construção também participa de obras de grande porte em refinarias da Petrobras. Com sócios diversos, a empresa lidera consórcios que estão fazendo duas obras na Reduc; a unidade de tratamento de gás do Campo de Mexilhão (SP); a construção das unidades de hidrotratamento de destilados médios do Comperj; e ainda as tubovias que vão integrar todas as unidades da Refinaria Abreu e Lima (Rnest).

Sobre essa obra, Otoniel Silva Reis, diretor da construtora, diz que serão utilizadas 30 mil toneladas de tubulação. O segredo de tantos contratos simultâneos, segundo Reis, é simples. "Quando o mercado cresceu, a empresa estava muito preparada".

Fonte: http://portosenavios.com.br/

Demanda por pilotos cresce, e novas habilitações para helicóptero dobram


Anac aponta aumento de 100% no número de licenças em 2010.
Empresas ligadas ao pré-sal criam vagas e escolas de especialização.

Impulsionada pelas oportunidades do mercado, a formação de pilotos de helicóptero no Brasil passa por um "boom", como mostra a comparação de dados da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac) sobre a concessão de licenças.

O ano de 2010 registrou crescimento de 100% no número de habilitações para pilotos privados de helicóptero (o primeiro brevê do piloto) e de 75% nas habilitações de piloto comercial (o exigido pelas empresas para o trabalho remunerado) na comparação com 2009.

E, pela quantidade de licenças concedidas só no primeiro semestre de 2011, este ano deve superar o anterior. Hoje, são mais de 3.097 pilotos comerciais aptos para comandar os pelo menos 1.518 helicópteros registrados no país – média de 2 pilotos por unidade. O número é pequeno se considerado que empresas aéreas empregam até 14 pilotos por aeronave.
Para especialistas da área, entre os fatores da alta na procura por profissionais está o crescimento da exploração de petróleo na camada pré-sal no litoral brasileiro.

“A demanda por pilotos especializados é crescente a cada dia, principalmente para o tipo de operação no pré-sal. A formação está a mil, mas ainda aquém do que as empresas estão pedindo, principalmente por falta de investimento nesta mão de obra", diz o presidente da Associação Brasileira dos Pilotos de Helicóptero (Abraphe), comandante Rodrigo Duarte.

Ele avalia que faltam pilotos de helicóptero especializados para atuação offshore, como é denominado o segmento de transporte para plataformas de petróleo em alto mar. Atualmente, cerca de 700 profissionais habilitados atuam no setor, mas Duarte diz que há aeronaves ociosas porque não há quem possa operá-las. "Ainda bem que as companhias acordaram para isso e começaram elas mesmas a criar centros de treinamentos”, afirma.
Formação para o helicóptero
A Anac exige 35 horas de voo para o piloto de helicóptero obter o brevê privado e 100 horas para piloto comercial (para aviões, são 40 e 150 horas de voo, respectivamente). Conforme o comandante Duarte, o aluno leva até 8 meses para se formar nos cursos, que não saem por menos de R$ 80 mil. “As escolas de voo estão cheias, não estão parando de voar um segundo sequer. É como os colégios, estão cheios de alunos, mas o mercado precisa dos melhores. As empresas estão exigindo pelo menos 500 horas de voo de helicóptero para contratar”, afirma ele.

Fonte: http://g1.globo.com/

País tem de reverter deficit no setor de petróleo até 2020


Apesar da apregoada autossuficiência nacional no abastecimento de petróleo -o superávit comercial em 2010 foi de US$ 6,05 bilhões-, o país continua com deficit na balança comercial do setor.
A despeito de o volume de exportação de petróleo ter superado o de importação desde 2006, rompendo com o padrão observado até então, houve expressiva expansão da importação de derivados.
Com isso, no ano passado, a despeito do desempenho da conta de petróleo, o saldo comercial do setor foi negativo em US$ 7,06 bilhões, devido ao deficit de US$ 13,12 bilhões na conta de derivados.
Vale notar que, nos últimos anos, esse saldo negativo só não foi maior por conta do aumento da produção nacional de etanol, que supriu parte significativa do aumento do consumo de combustíveis no período.
A persistência de deficit no setor pode, em princípio, parecer surpreendente frente à alta de 68% da produção nacional de petróleo nos últimos dez anos. Contudo, deve-se considerar que, a despeito da autossuficiência, cerca de 20% do petróleo utilizado no país é importado, visando a formulação de "blends" que atendam a especificações das refinarias nacionais.
Ocorre que o produto importado é mais valorizado que o exportado pelo país, de forma que, apesar do maior volume de exportações desde 2006, quando se consideram as receitas, o país só veio a ser superavitário em 2009.
Outro fator importante é que o crescimento da economia brasileira vem ampliando a demanda por derivados, que não tem sido acompanhada pela expansão da capacidade de produção. Com isso, os aumentos no consumo passaram a ser atendidos através do maior volume de importações.
Desde 1980, com a inauguração da refinaria Henrique Lage, em São José dos Campos (SP), nenhuma capacidade expressiva de refino foi adicionada, sendo feitos investimentos apenas em pequenas ampliações das refinarias existentes durante a década de 1990.
No entanto, a maturação de uma série de investimentos, que implicarão expansões significativas na produção doméstica de petróleo e derivados, deve alterar esse cenário.
A perspectiva é que, até 2020, a balança comercial do setor deixe de registrar deficit expressivos. No período, a produção nacional de petróleo deverá praticamente dobrar, levando o país a figurar entre os sete maiores produtores mundiais, ao passo que a capacidade de refino deverá aumentar pelo menos 22%, considerando a construção da refinaria Abreu e Lima (PE) e Comperj (RJ).
Por fim, e não menos importante, deve-se considerar que a qualidade média do petróleo nacional deverá melhorar, conforme se amplie a produção nas áreas da camada pré-sal.

Fonte: http://portosenavios.com.br/