sábado, outubro 13, 2012

Santos Offshore: Bacia deve receber US$ 25 bilhões em investimentos

Região deve receber em torno de US$ 25 bilhões para os próximos três anos, estimam especialistas do setor

Santos (SP) - A edição de 2012 da Santos Offshore Oil & Gas, o principal encontro de negócios da Bacia de Santos, que ocorre de 16 e 19 de outubro, no Mendes Convention Center, em Santos (SP), terá uma conferência com uma ampla programação abordando o desenvolvimento da exploração e produção de petróleo e gás natural offshore na Bacia de Santos, para a qual são estimados investimentos de US$ 25 bilhões de dólares para os próximos três anos.

A abertura da conferência, às 14h, do dia 17/10 abordará o desenvolvimento do setor Offshore e as implicações para a Bacia de Santos, com participação do Ministério de Minas e Energia, Petrobras, ANP – Agência Nacional do Petróleo e IBAMA. Em seguida, representantes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), da Caixa Econômica Federal e do Programa Progredir, além de instituições privadas de investimento, abordarão a captação de recursos e financiamento para o setor.

Na quinta-feira, dia 18, serão promovidas duas sessões simultâneas, uma com foco nas oportunidades de negócios na Bacia de Santos e outra no desenvolvimento de profissionais para atuarem no setor de E&P Offshore. A primeira terá uma explanação do Programa Brasil Maior, criado pelo MIDC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), do Plano de Desenvolvimento de Fornecedores da Petrobras, e as oportunidades para a indústria, com a Abimaq. Já a segunda sala, voltada para o público jovem, contará com diversas apresentações sobre o campo de trabalho Offshore, demanda de profissionais, treinamento, capacitação e gestão de carreira.

Na sexta-feira, dia 19, será a vez dos seminários técnicos de infraestrutura de E&P e Logística, que também ocorrem em duas sessões simultâneas. Em “Desafios & Soluções Tecnológicas para a produção de novos Campos na Bacia de Santos” serão apresentadas técnicas ligadas à ampliação da infraestrutura de E&P para exploração do pré-sal na Bacia de Santos. Já em “Alternativas ao Escoamento da Produção e a Logística de apoio Offshore”, serão discutidos tecnologias, serviços, gargalos e soluções para traslado da produção na região.

“A programação da Conferência consolida ainda mais a Santos Offshore como o local ideal para conhecer e apresentar as mais recentes inovações existentes para esse setor da economia, que é um dos mais aquecidos”, destaca o Diretor de Energia da Reed Exhibitions Alcantara Machado, Igor Tavares, organizadora do evento.

Da Redação

Bacia Sergipe-Alagoas: Petrobras confirma presença de petróleo

A descoberta de Farfan foi constatada por indícios de petróleo encontrados durante a perfuração do poço, pela análise de perfis elétricos e por amostras de fluidos recuperadas em testes a cabo, diz a nota

Rio de Janeiro (RJ) - A Petrobras informou que comprovou a ocorrência de hidrocarbonetos leves no bloco SEAL-M-426, em águas ultraprofundas, da Bacia de Sergipe-Alagoas. Esse bloco é parte da concessão BM-SEAL-11, operado pela Petrobras com 60% de participação, tendo como parceira a IBV Brasil, com 40% de participação.

Segundo a companhia, a descoberta ocorreu durante a perfuração do poço 1-BRSA-1083-SES (1-SES-167), informalmente conhecido como Farfan e situado em águas onde a profundidade é de 2.720 metros.

Localizado a 109 km do município de Aracaju, o poço está a cerca de 21 km a sudeste da acumulação de Barra, onde foi perfurado o poço 1-BRSA-851-SES (1-SES-158 - Barra), que revelou a primeira descoberta significativa de gás em águas ultraprofundas da Bacia de Sergipe-Alagoas.

"A Companhia dará continuidade à perfuração do poço até a profundidade de 6.000 m e procederá as análises de rocha e fluido obtidos nesse poço, com o objetivo de apresentar o Plano de Avaliação de Descoberta para a Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP)", ressalta a nota.

Da Redação

ANP investiga menos de 4% dos acidentes em alto-mar

Apesar da importância da atividade, a agência escalou apenas um funcionário da Coordenação de Segurança Operacional para as vistorias

Rio de Janeiro (RJ) - Responsável pela prevenção de tragédias ambientais como o vazamento de óleo na plataforma da Chevron no Campo de Frade (RJ), a Agência Nacional do Petróleo (ANP) investiga menos de 4% dos acidentes relevantes em alto-mar. Auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) mostra que a agência só determinou inspeção nas estruturas de perfuração e produção em 23 dos 671 casos de que foi informada entre 2009 e 2011, descumprindo seus próprios normativos.

Desses acidentes negligenciados, 355 são derramamentos de óleo e 276, ocorrências em que funcionários morreram ou se feriram, além de 14 explosões, 16 choques e 10 casos de perda de estabilidade nas plataformas. Nessas situações, a fiscalização é obrigatória, como prevê instrução normativa emitida pela própria ANP em 2009.

Apesar da importância da atividade, a agência escalou apenas um funcionário da Coordenação de Segurança Operacional para as vistorias. É esse, segundo o tribunal, o principal motivo da falta de acompanhamento.

Segundo o TCU, outro problema é que, quando a fiscalização ocorre, seus resultados não são divulgados na internet nem comunicados à Marinha e ao Ibama, que também monitoram o setor. O tribunal aponta inúmeras outras falhas da ANP e seus parceiros, entre elas a aprovação do funcionamento das plataformas com base apenas em informações das empresas. Para que a operação seja autorizada, é necessário confirmar in loco se os documentos apresentados condizem com a realidade.

"Há plataformas que operam mais de seis meses após a aceitação da documentação, sem que tenham passado por auditorias. Parte delas nunca foi fiscalizada", sustenta o TCU. Segundo o relatório, 37% das estruturas de perfuração nunca haviam sido inspecionadas pelo setor de segurança operacional; nas de produção, o porcentual era de 19%.

O TCU também constatou omissões do Ibama, que não verificaria, por exemplo, a manutenção de equipamentos de segurança nas plataformas. Esses itens são exigidos para a licença ambiental. "Algumas plataformas de produção passam anos sem receber nova vistoria", afirma, em seu voto, o relator do processo no TCU, ministro Raimundo Carreiro. Ele cita também o atraso do governo na elaboração de um Plano Nacional de Contingência, previsto em lei de 2000 e em convenção internacional de 1990 para melhorar a resposta em caso de grandes acidentes.

Procurado, o Ibama não se pronunciou. A ANP contestou as informações do TCU. Em nota, informou que investiga apenas os incidentes de maior relevância e que o quantitativo do TCU, embora cite até mortes, inclui eventos "que não tiveram consequências negativas para as pessoas e para o meio ambiente". "A agência tem um funcionário responsável para gerenciar os acidentes ocorridos, mas, no caso de acidentes de grande porte, como no caso de Frade, é formada uma equipe", acrescentou.