País exigiu que vizinho interrompa a exploração
em áreas do mar do Sul da China, disputadas entre os dois países
Pequim (China) - A China exigiu nesta quinta-feira que o Vietnã
interrompa a exploração de petróleo em áreas do mar do Sul da China que são
disputadas entre os dois países, e que não importune barcos pesqueiros chineses,
em mais um capítulo de tensão na disputa marítima entre os dois países.
O Vietnã já expulsou barcos pesqueiros chineses de águas próximas à ilha
chinesa de Hainan, segundo o porta-voz da chancelaria de Pequim, Hong Lei.
A descrição feita por ele do incidente da sexta-feira passada contrasta com
o relato do governo vietnamita, segundo o qual dois barcos pesqueiros chineses
cortaram um cabo sísmico que era rebocado por um navio do Vietnã.
Hong disse que "a declaração do Vietnã é inconsistente com os fatos".
A China está envolvida em disputas territoriais cada vez mais agressivas
com seus vizinhos --incluindo Filipinas, Taiwan, Vietnã, Brunei e Malásia-- por
áreas potencialmente ricas em gás e petróleo no mar do Sul da China. Além disso,
Pequim tem disputas semelhantes com o Japão no mar do Leste da China.
Segundo Hong, os barcos envolvidos no incidente estavam em uma área onde a
reivindicação territorial vietnamita se sobrepõe às águas da província de
Heinan. Um novo regulamento chinês divulgado nesta semana autoriza a polícia a
abordar embarcações que estejam nas águas territoriais de Hainan, mas não está
claro como isso ocorreria na prática.
O porta-voz disse que China e Vietnã mantêm atualmente negociações sobre a
posse da região marítima. "Esperamos que o lado vietnamita não se envolva em
atividades unilaterais de exploração de petróleo e gás nas águas relevantes, que
cesse de interferir nas operações normais de barcos pesqueiros chineses e crie
uma atmosfera amigável para negociações bilaterais", afirmou Hong.
Não é a primeira vez que a China alerta outros países a não prospectarem
petróleo e gás em áreas sob disputa.
A Índia, que realiza prospecções em parceria com o Vietnã, disse nesta
semana que está preparada para mobilizar embarcações militares a fim de
salvaguardar seus interesses.
Fonte: Exame