Empresas nacionais e estrangeiras investem em inovação para tirar petróleo das profundezas do mar e transformá-lo em combustível.
Como prospectar, tirar, transportar e transformar o petróleo do pré-sal em combustível? E como fazer tudo isso gastando menos e eliminando riscos de acidentes ambientais? Vinte e uma empresas grandes, pequenas e médias do setor de petróleo e gás estão pagando meio bilhão de reais para ter respostas a essas questões.
É o quanto estão aplicando no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro para Montar seus centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na maior iniciativa do gênero no País. Instalado desde 2003 dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio ocupa uma área de 350 mil metros quadrados e abriga, além das empresas, seis laboratórios e centros de pesquisa privados e públicos.
Celeiro de cientistas, professores, doutores e mestres, acolhe hoje cerca de mil profissionais e estima-se que, até 2014, contará com 5 mil. Eles estão trabalhando em temas como sísmica, captura de gás carbônico, engenharia naval e outros voltados para maximizar a produção e minimizar riscos no negócio da exploração de petróleo e gás.
A licitação dos terrenos foi rápida e estava esgotada em 2006, quando foi anunciada a descoberta do pré-sal. Tanto que a administração do parque, a cargo da Fundação Coppe, ligada à Coppe/ UFRJ - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia, está tirando do papel um plano de expansão.
Em uma área de 240 mil metros quadrados na Ilha do Bom Jesus, ao lado da Ilha do Fundão, em um local chamado Polo Verde, será construída a Torre da Inovação, um edifício no qual poderá ser instalada mais de uma centena de pequenas e médias empresas.
Interesse - A obra se justifica pelo forte interesse das empresas do setor. "Desde o começo da crise, em 2008, temos recebidos duas a três delegações internacionais. Por semana, dispostas a se instalar no parque", relata Alfredo Laufer, gerente de Articulações Corporativas da Fundação Coppe. "O que está sendo desenvolvido no parque é voltado para atender às necessidades do pré- sal", acrescenta ele.
Aumento de produção - Para o consultor Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o que move os investimentos que as empresas estão fazendo em pesquisa é o aumento da produção, tendo em vista que o petróleo vem se mantendo na faixa de US$ 100 o barril. No entanto, isso tem que ser feito sem elevar os custos, já bastante altos, principalmente na fase de prospecção, e sem provocar acidentes.
Pires lembra que o acidente com a plataforma Deepwater, operada pela British Petroleum no Golfo do México, mostrou que o custo de um acidente como esse para as empresas pode ir muito além dos milhões de dólares gastos em reparos. Sem falar em danos à imagem, o que se reflete na rentabilidade das ações da companhia.
Para o consultor Adriano Pires, que já foi superintendente de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), além da necessidade de tornar a exploração viável e sustentável, a pesquisa deve responder a demandas da logística, uma vez que a região do pré-sal está a mais de 300 quilômetros da costa.
Outro forte motivador que atrai novos grupos ao local é a presença da Petrobrás. Espécie de "loja-âncora" do Parque Tecnológico do Rio, a estatal instalou ali seu principal centro de pesquisas, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), o mais moderno do País. A empresa exige que as operadoras destinem1% do valor de suas obrigações de participações especiais em pesquisa e desenvolvimento (P&D)no setor.
Regulamentadas pela ANP, as participações especiais são compensações financeiras devidas pelas concessionárias em caso de a atividade de exploração gerar grande volume de produção ou grande rentabilidade.
Campos maduros - A americana Halliburton está desde agosto de 2011 ocupando mais de 7 mil metros quadrados em três andares no parque, onde está instalando laboratórios especializados, área de testes e salas de treinamento e conferências. "O centro será capaz de prover soluções e serviços para implementar e acelerar a exploração em águas profundas, aumentando a produção dos campos maduros", afirmou Tim Probert, presidente da companhia.
Também instalaram seus centros no Parque Tecnológico do Rio as gigantes Schlumberger, especializada em prospecção geofísica; Baker Hughes, fornecedora de equipamentos, serviços e softwares; a FMC Technologies, especializada em soluções de exploração e produção submarinas; a fabricante de tubos de aço Tenaris Confab; a EMC Computer Systems Brasil, fabricante de equipamentos para armazenamento e análise de informações, e a alemã Siemens, que vai desenvolver pesquisas em várias áreas, como a de tecnologia em alto-mar e submarina.
Inovações nacionais - Entre as pequenas e médias empresas instaladas na Ilha do Fundão, algumas já estão tirando do papel suas inovações. A PAM Membranas é a primeira brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. Já, a Oil Finder, empresa residente na incubadora de empresas da Coppe/UFRJ, lançou em junho o Global Seep Alert, um serviço de alerta eletrônico sobre áreas de exsudação - onde acontecem escapes naturais de óleo no fundo do mar. Seu objetivo é aumentar a eficiência na exploração de petróleo, reduzindo a área de investigação em mais de 50 vezes.
Há ainda iniciativas conjuntas em laboratórios consorciados, como o Lab Oceano, onde são realizados ensaios de modelos de estruturas e equipamentos usados na exploração em alto-mar em tanques gigantes; ou como o LabCog, onde são avaliadas tecnologias de recuperação do meio ambiente e desenvolvidas plataformas a partir de realidade virtual.
No Laboratório de Aplicação e Desenvolvimento em Instrumentação, Automação, Controle, Otimização e Logística (Lead), são reproduzidos ambientes de salas de controle e instrumentos para a avaliação das novas rotas tecnológicas na área de automação e controle de riscos, além de treinamento de profissionais em refinarias de petróleo.
O legado desses investimentos para a pesquisa nacional vai além dos produtos, sistemas e dados produzidos pelos laboratórios ali instalados. As instalações voltarão para a universidade, ao final do prazo do aluguel, cuja concessão estende-se por 20anos, renováveis por mais 20 anos.
Conteúdo nacional - O Parque Tecnológico do Rio está alinhado com a diretriz do governo de elevar o conteúdo nacional na produção de petróleo e gás. Alfredo Laufer, da Fundação Coppe, diz que, embora as empresas estrangeiras estejam a portando em peso com P&D no Brasil, até mesmo trazendo suas bases de pesquisa para o País, a indústria nacional tem que acompanhar o movimento no sentido de criar equipamentos que possam integrar a tecnologia desenvolvida nos centros de pesquisa. "Se anos a indústria não acompanhar esse progresso, vamos acabar tendo que importar equipamentos", afirma Laufer.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ser um aliado importante do Parque Tecnológico, por meio de incentivos às empresas da cadeia de produção de petróleo e gás, com vistas à eliminação de gargalos tecnológicos, aumentando o conteúdo nacional. O banco lançou um programa específico para o fomento a inovações no setor de petróleo e gás. Segundo Helena Tenório Veiga de Almeida, chefe do Departamento de Avaliação, Inovação e Conhecimento (Deinco), da Área de Planejamento da instituição, os valores destinados ao programa ainda estão em definição. Entre as atividades que poderão ser apoiadas estão os projetos específicos à exploração no pré-sal centrados, por exemplo, na estrutura de tubulação, nas costuras dos tubos e nos sistemas de ancoragem das plataformas.
É o quanto estão aplicando no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro para Montar seus centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na maior iniciativa do gênero no País. Instalado desde 2003 dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio ocupa uma área de 350 mil metros quadrados e abriga, além das empresas, seis laboratórios e centros de pesquisa privados e públicos.
Celeiro de cientistas, professores, doutores e mestres, acolhe hoje cerca de mil profissionais e estima-se que, até 2014, contará com 5 mil. Eles estão trabalhando em temas como sísmica, captura de gás carbônico, engenharia naval e outros voltados para maximizar a produção e minimizar riscos no negócio da exploração de petróleo e gás.
A licitação dos terrenos foi rápida e estava esgotada em 2006, quando foi anunciada a descoberta do pré-sal. Tanto que a administração do parque, a cargo da Fundação Coppe, ligada à Coppe/ UFRJ - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia, está tirando do papel um plano de expansão.
Em uma área de 240 mil metros quadrados na Ilha do Bom Jesus, ao lado da Ilha do Fundão, em um local chamado Polo Verde, será construída a Torre da Inovação, um edifício no qual poderá ser instalada mais de uma centena de pequenas e médias empresas.
Interesse - A obra se justifica pelo forte interesse das empresas do setor. "Desde o começo da crise, em 2008, temos recebidos duas a três delegações internacionais. Por semana, dispostas a se instalar no parque", relata Alfredo Laufer, gerente de Articulações Corporativas da Fundação Coppe. "O que está sendo desenvolvido no parque é voltado para atender às necessidades do pré- sal", acrescenta ele.
Aumento de produção - Para o consultor Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o que move os investimentos que as empresas estão fazendo em pesquisa é o aumento da produção, tendo em vista que o petróleo vem se mantendo na faixa de US$ 100 o barril. No entanto, isso tem que ser feito sem elevar os custos, já bastante altos, principalmente na fase de prospecção, e sem provocar acidentes.
Pires lembra que o acidente com a plataforma Deepwater, operada pela British Petroleum no Golfo do México, mostrou que o custo de um acidente como esse para as empresas pode ir muito além dos milhões de dólares gastos em reparos. Sem falar em danos à imagem, o que se reflete na rentabilidade das ações da companhia.
Para o consultor Adriano Pires, que já foi superintendente de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), além da necessidade de tornar a exploração viável e sustentável, a pesquisa deve responder a demandas da logística, uma vez que a região do pré-sal está a mais de 300 quilômetros da costa.
Outro forte motivador que atrai novos grupos ao local é a presença da Petrobrás. Espécie de "loja-âncora" do Parque Tecnológico do Rio, a estatal instalou ali seu principal centro de pesquisas, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), o mais moderno do País. A empresa exige que as operadoras destinem1% do valor de suas obrigações de participações especiais em pesquisa e desenvolvimento (P&D)no setor.
Regulamentadas pela ANP, as participações especiais são compensações financeiras devidas pelas concessionárias em caso de a atividade de exploração gerar grande volume de produção ou grande rentabilidade.
Campos maduros - A americana Halliburton está desde agosto de 2011 ocupando mais de 7 mil metros quadrados em três andares no parque, onde está instalando laboratórios especializados, área de testes e salas de treinamento e conferências. "O centro será capaz de prover soluções e serviços para implementar e acelerar a exploração em águas profundas, aumentando a produção dos campos maduros", afirmou Tim Probert, presidente da companhia.
Também instalaram seus centros no Parque Tecnológico do Rio as gigantes Schlumberger, especializada em prospecção geofísica; Baker Hughes, fornecedora de equipamentos, serviços e softwares; a FMC Technologies, especializada em soluções de exploração e produção submarinas; a fabricante de tubos de aço Tenaris Confab; a EMC Computer Systems Brasil, fabricante de equipamentos para armazenamento e análise de informações, e a alemã Siemens, que vai desenvolver pesquisas em várias áreas, como a de tecnologia em alto-mar e submarina.
Inovações nacionais - Entre as pequenas e médias empresas instaladas na Ilha do Fundão, algumas já estão tirando do papel suas inovações. A PAM Membranas é a primeira brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. Já, a Oil Finder, empresa residente na incubadora de empresas da Coppe/UFRJ, lançou em junho o Global Seep Alert, um serviço de alerta eletrônico sobre áreas de exsudação - onde acontecem escapes naturais de óleo no fundo do mar. Seu objetivo é aumentar a eficiência na exploração de petróleo, reduzindo a área de investigação em mais de 50 vezes.
Há ainda iniciativas conjuntas em laboratórios consorciados, como o Lab Oceano, onde são realizados ensaios de modelos de estruturas e equipamentos usados na exploração em alto-mar em tanques gigantes; ou como o LabCog, onde são avaliadas tecnologias de recuperação do meio ambiente e desenvolvidas plataformas a partir de realidade virtual.
No Laboratório de Aplicação e Desenvolvimento em Instrumentação, Automação, Controle, Otimização e Logística (Lead), são reproduzidos ambientes de salas de controle e instrumentos para a avaliação das novas rotas tecnológicas na área de automação e controle de riscos, além de treinamento de profissionais em refinarias de petróleo.
O legado desses investimentos para a pesquisa nacional vai além dos produtos, sistemas e dados produzidos pelos laboratórios ali instalados. As instalações voltarão para a universidade, ao final do prazo do aluguel, cuja concessão estende-se por 20anos, renováveis por mais 20 anos.
Conteúdo nacional - O Parque Tecnológico do Rio está alinhado com a diretriz do governo de elevar o conteúdo nacional na produção de petróleo e gás. Alfredo Laufer, da Fundação Coppe, diz que, embora as empresas estrangeiras estejam a portando em peso com P&D no Brasil, até mesmo trazendo suas bases de pesquisa para o País, a indústria nacional tem que acompanhar o movimento no sentido de criar equipamentos que possam integrar a tecnologia desenvolvida nos centros de pesquisa. "Se anos a indústria não acompanhar esse progresso, vamos acabar tendo que importar equipamentos", afirma Laufer.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ser um aliado importante do Parque Tecnológico, por meio de incentivos às empresas da cadeia de produção de petróleo e gás, com vistas à eliminação de gargalos tecnológicos, aumentando o conteúdo nacional. O banco lançou um programa específico para o fomento a inovações no setor de petróleo e gás. Segundo Helena Tenório Veiga de Almeida, chefe do Departamento de Avaliação, Inovação e Conhecimento (Deinco), da Área de Planejamento da instituição, os valores destinados ao programa ainda estão em definição. Entre as atividades que poderão ser apoiadas estão os projetos específicos à exploração no pré-sal centrados, por exemplo, na estrutura de tubulação, nas costuras dos tubos e nos sistemas de ancoragem das plataformas.
Fonte: http://www.defesanet.com.br/