sábado, abril 09, 2011

Petrobras assumirá termelétrica em Cuiabá até 2012



A Petrobras e a Empresa Produtora de Energia (EPE), controladora da Usina Termelétrica Governador Mário Covas, chegaram a acordo que viabilizará a retomada das atividades da unidade. Ela está paralisada desde agosto de 2007 em função da interrupção do fornecimento de gás natural pela Bolívia. Após meses de negociações, as partes assinaram ontem contrato de locação da usina localizada em Cuiabá para a Petrobras, com vigência até o final de 2012.


Nesse período, a Petrobras assumirá a condição de titular da energia gerada pelo empreendimento. A EPE, por sua vez, seguirá à frente da operação e manutenção do empreendimento. Para viabilizar a retomada das operações da unidade, foi acertado que a Petrobras ficará responsável por garantir o abastecimento do local.


A EPE, também conhecida como Pantanal Energia, não revelou a existência de acordo entre Petrobras e governo boliviano acerca do envio de gás natural para Cuiabá. Em outubro do ano passado, entretanto, representantes do governo boliviano e da petrolífera estatal YPFB garantiram a retomada do fornecimento de gás natural para Mato Grosso.


Caso esse acerto não seja confirmado, a Petrobras terá a alternativa de abastecer a usina com gás natural transportado a partir de caminhões ou com diesel - alternativa considerada menos provável. "A retomada da operação da Usina Termelétrica de Energia (UTE) Cuiabá, com seus mais de 500 megawatts de capacidade instalada, representa a garantia de confiabilidade elétrica para a baixada cuiabana e uma importante contribuição à segurança energética nacional", destacou em nota o diretor presidente da EPE, Fabio Garcia.


A solução de arrendamento da unidade negociada entre Petrobras e EPE não é inédita. Em 2007, a Petrobras firmou acordos semelhantes com as estatais Emae (SP) e Copel (PR) para arrendar, respectivamente, as termelétricas Piratininga e Araucária, nos mesmo Estados. Em ambos os casos, a Petrobras passou a deter o direito de explorar comercialmente a geração de energia elétrica dos empreendimentos, que enfrentavam dificuldades de operação por falta de gás natural.


Muito petróleo, poucos profissionais


Manoela Alcântara - Correio Braziliense

Quando entraram na faculdade de engenharia mecânica, Thiago Campelo, 25 anos, e Álvaro Martins, 26, não imaginavam um mercado tão aquecido ao obterem o diploma. Logo depois de concluírem a graduação, em 2008, ambos já estavam empregados. O primeiro no setor público e o outro na área privada. Pessoas como eles terão lugar ainda mais garantido no mercado de trabalho com o passar do tempo. Se o Brasil crescer 6% ao ano, até 2020, a contratação de engenheiros capacitados nas áreas de petróleo e gás, construção civil, mineração, biotecnologia e metrologia ficará mais difícil e mais cara. A conclusão é do estudo Radar nº 12 – Mão de obra e crescimento, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

O fenômeno pode ocorrer devido aos altos índices de desvio de função registrados nessas áreas. A pesquisa aponta que, entre os graduados, apenas 38% atuam na especialidade para a qual se formaram. Considerada apenas a necessidade para o setor de petróleo e gás, que será o de maior crescimento (de 13% a 19%, segundo o Ipea), há vagas para as mais diversas funções, também em níveis médio e técnico. Segundo a Petrobras, existem hoje mais de 175 especialidades diferentes de atuação, desde a extração até o refino do combustível.

As oportunidades são para cidades ou estados que têm atividade in loco — como Rio de Janeiro, Pernambuco, Manaus e Maranhão — e exigem conhecimentos bem específicos, como soldar um tubo de condução de petróleo, montar andaimes e operar escavadeiras. Em alguns casos, é necessário ficar longe da família e exercer funções em lugares remotos. Tantas dificuldades são compensadas nos bons salários. Um iniciante de nível médio/técnico, por exemplo, ganha R$ 1,7 mil, enquanto o de nível superior recebe cerca de R$ 2,7 mil. Um profissional mais experiente, com diploma técnico, embolsa aproximadamente R$ 8 mil mensais. Já os trabalhadores seniores, graduados e com especializações têm salários de R$ 20 mil ou mais.

A demanda é tão grande e a mão de obra tão escassa que o governo deu início, em 2003, ao Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás (Prominp). “Por meio do Plano Nacional de Qualificação Profissional, os interessados podem participar de uma seleção, lançada em edital no site www.prominp.com.br. Eles são treinados recebendo uma bolsa que varia de R$ 300 a R$ 900”, alerta a gerente-executiva do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Mônica Côrtes de Domenico. Depois de concluir o curso em um dos 80 parceiros do programa, como o Senai, é possível incluir o currículo em um banco de talentos, procurado pelas mais diversas empresas.

Na capacitação, podem ser formadas pessoas de todos os níveis, inclusive engenheiros que queiram se especializar em áreas específicas. “Os cursos nos dão um bom parâmetro. Eles já chegam com alguma experiência e isso é muito positivo. Mas, na maioria dos casos, contratamos as pessoas para ensiná-las na prática. Elas demonstram o interesse e fazemos um serviço de investimento a médio e longo prazo”, relata Cristiane Mendes, analista de Recursos Humanos da Queiroz Galvão Óleo e Gás.

Um caminho comum mesmo no setor público. Thiago Carneiro Campelo, 25 anos, ainda estava na universidade quando decidiu prestar um concurso para a Petrobras, em 2008. Aprovado em 14º lugar, no ano seguinte foi convocado. “Quando estava estudando, queria trabalhar com aviação civil. Foi na Petrobras que descobri o quão interessante e promissora pode ser a área do petróleo”, afirma.

Hoje, o engenheiro trabalha na ponta da comercialização da empresa, com produtos derivados e consultorias a empresas em todo o país. Mesmo com sede em Brasília, ele viaja com frequência para atender os clientes. “O setor de energia é muito abrangente. A vaga para a qual concorri exigia apenas a graduação em engenharia. Aqui, temos uma nova formação”, observa. Pensando no crescimento, Thiago já faz uma pós-graduação em gerenciamento de projetos e não descarta a possibilidade de migrar para o serviço mais específico em plataformas no mar ou em terra. “Nas plataformas, a ascensão é mais rápida e o plano de carreira é diferenciado. Mesmo com o regime de confinamento, quero investir também em capacitação para essa especialidade”, projeta o engenheiro mecânico da Petrobras.

Segundo previsto em acordo coletivo das categorias, quem trabalha em plataformas deve ter disponibilidade para ficar 15 dias confinado no mar ou em terra. Depois, são 20 dias de folga, dependendo da atividade e do regime seguido pela empresa.

Ascensão
Embora a produção do pré-sal já tenha sido iniciada em alguns campos com teste de longa duração e projetos pilotos instalados, até 2014 a meta é aumentar a produção e o investimento em mão de obra. Por isso, quem quiser ingressar nesse mercado precisa iniciar a qualificação agora. Um dos fatores que mais influenciam na mudança de cargos e crescimento dentro das empresas é a experiência. “É preciso galgar funções. Ninguém começa sendo logo sondador (operador de guinchos de sondas de perfuração e outros instrumentos), por exemplo. Primeiro é preciso ser auxiliar de sondador. Assim acontece com os torristas, perfuradores e outros”, exemplifica a analista de RH da Queiroz Galvão.

Por isso, uma boa forma de ingressar em empresas privadas é ficar atento às seleções para trainee (veja matéria na página 3). Depois de escolher os melhores recém-graduados, as empresas os fazem passar pelos mais diversos setores até aprender o que precisam para serem efetivados. Esse treinamento faz a diferença no crescimento e na melhoria de salário. “Não treinamos as pessoas em vão. Oferecer todo um preparo e depois perdê-los para o mercado seria burrice. Por isso, a cada dia as organizações fazem mais programas de retenção de talentos”, afirma Cristiane Mendes.

Álvaro Martins, 26 anos, usou essa possibilidade como trampolim. Logo após se formar, passou em uma seleção de trainee e ingressou em uma empresa de sabão em Luziânia (GO). Ele já sabia que de lá queria saltar para a área de petróleo e gás. Ficou quase um ano na indústria e decidiu voltar ao Rio de Janeiro, sua cidade natal, e aproveitar os cursos e oportunidades da região. “Quando cheguei, consegui emprego em uma empresa de plataformas. A experiência que tive em Goiás contou muito para o que faço hoje. Aliás, nessa área os anos de trabalho são essenciais para o crescimento. Os profissionais seniores são especialistas e têm salários altíssimos. Quero chegar lá”, ressalta Álvaro.

Produção acelerada
A meta de produção de barris de petróleo do Brasil, até 2014, apenas para a exploração da camada do pré-sal, é de 241 mil por dia. Em 2020, esse número sobe para 1,078 milhão barris/dia. Só para a empresa, até 2013, está previsto um aumento de quantitativo de pessoal por meio de concurso público de 6 mil pessoas, além de 800 mil empregos indiretos, segundo a Petrobras. A mais recente seleção aberta direcionada ao setor é a da Transpetro, com 386 vagas para auxiliar de saúde, eletricista, mecânico, moço de convés, moço de máquinas, cozinheiro e taifeiro. As inscrições vão até 6 de junho no site www.transpetro.com.br

Em Brasília, as capacitações estão nas formações de nível superior. Há três anos, por exemplo, além dos cursos de engenharia comuns, a Universidade de Brasília (UnB) criou a formação em engenharia de energia. Com uma visão ampla para atender os mercados das mais diversas formas de geração de energia, como as renováveis e não renováveis, a formação tem matérias específicas e abrangentes para uma forte formação química. “Os alunos aprendem muito sobre essa área de petróleo, refinaria, como transformar petróleo em gasolina, diesel. É um mercado de trabalho muito amplo e eles terão uma noção de todas as áreas, inclusive sobre a preservação do meio ambiente, essencial nos dias atuais”, ressalta o coordenador do curso de engenharia de energia na UnB/Gama, Manuel Barcelos.

Fonte: http://www.qgdopetroleo.com

Royalties do petróleo dobram orçamento de Arraial do Cabo, no RJ



A cidade de Arraial do Cabo, na Região dos Lagos, foi incluída, pela Agência Nacional de Petróleo, na zona de produção principal do estado do Rio de Janeiro. Com isso, o município vai passar a arrecadar cerca de R$ 3,5 milhões em royalties e dobrar o orçamento do município. Antes, os royalties rendiam R$ 400 mil.


A novidade deixou os moradores entusiasmados. “Acredito que agora Arraial entre no eixo e, se era chamada de a pérola do oceano, como dizem, acredito que agora ele vai ser o diamante desse oceano”, disse o produtor de moda Marcos Barros.


Necessidades básicas, como saúde, educação e saneamento são prioridades, segundo o prefeito da cidade, Wanderson de Brito. “Primeiro nós vamos ter que esperar o primeiro crédito, previsto para o dia 20 de abril, para, em cima disso, planejar as ações e alterar o orçamento do município, uma vez que não havia previsão para a entrada desses recursos", explica.