quinta-feira, setembro 30, 2010

QUEIMA DE GÁS VEM DIMINUINDO NO BRASIL


O gás natural foi um dos temas mais discutidos na 15ª edição da Rio Oil & Gas, realizada entre os dias 13 e 16, no Rio de Janeiro. Entre os debates, a questão da queima de gás foi ressaltada, principalmente por ocasião da apresentação dos dados de produção de petróleo de agosto, divulgados pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), também na feira. Segundo a agência, no mês passado, o país queimou 10% de sua produção total – de 62,5 milhões de metros cúbicos.

De acordo com a avaliação da própria ANP, essa é um valor alto, uma vez que o órgão autoriza, em via de regra, 3% de queima, com mais 2% de margem, estudada caso a caso, salvo exceções em qua a agência valida pedidos de quema mais elevados. Como meta, a ANP trabalha para chegar a 95% de aproveitamento do gás no Brasil e avalia os números coletados como uma evolução. Dessa maneira também pensa Sylvie D’Apote, Sócia-diretora da Gas Energy, empresa de consultoria e assessoria nas áreas de petróleo, gás, energia, química e petroquímica.

“A queima no Brasil vem diminuindo ano após ano. Em relação ao que foi queimado até julho de 2010, comparado ao mesmo periodo de 2009, a queima reduziu 34%. No ano passado havia uma queima muito alta”, analisa Sylvie, contrapondo o valor de 10% de queima apresentado pela ANP, em agosto desse ano. Entrando no mérito da Petrobras, maior produtora de gás associado, que representa 80% do que o Brasil produz, a executiva ressalta que em 2009 houve uma queda drástica na demanda, que explicava a queima da estatal, definida como técnica.

A justificativa da Petrobras era de que muitos campos estavam queimando gás devido à realização de testes, o que eleva o percentual de descarte do recursco. “Há analistas, inclusive nós (da Gas Energy), que defendíamos que essa queima técnica estava muito além do que se pode fazer. Mas como a ANP não divulga os dados de queima por campo, mas por estado, a Petrobras pode contar qualquer historinha, porque, na verdade, não se sabe quanto foi queima técnica e quanto foi a quantidade que ela não conseguiu escoar por falta de mercado”, afirma Sylvie, antes de observar, porém, que a estatal vem diminuindo a queima, mas que os objetivos são diferentes por bacia.

Queimar o gás não é o objetivo

Na Bacia de Campos, por exemplo, onde há a maioria dos campos mais antigos e uma produção muito alta de gás associado, é permitida uma queima um pouco mais elevada. Mas há campos pequenos, não conectados, sem infraestrutura de escoamento. Nesse caso, há três caminhos: usar o gás nas plataformas para gerar energia, reinjetar no poço para ajudar na produção ou queimar. “Nenhum produtor, seja empresa pública ou privada, inclusive a Petrobras, não gosta de queimar, prefere vender o gás. Mas o Brasil produz 80% do gás associado ao óleo, ou seja, quem decide é a produção de petróleo. O gás acaba sendo um subproduto, valioso, mas também fonte de problemas, porque como a produção é offshore nem sempre há dutos disponíveis”, explica a executiva da Gas Energy.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

Pré-sal já tem 29 bilhões de barris comprovados


As reservas do pré-sal da Bacia de Santos podem conter 15 a 20 bilhões de barris, além dos 14 bilhões confirmados pela Petrobrás até agora. A projeção é da certificadora Gaffney, Cline & Associates, em relatório elaborado por encomenda da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Segundo o trabalho, o potencial do pré-sal é equivalente ao de grandes bacias produtoras mundiais, como as areias betuminosas canadenses e a faixa do Orinoco, na Venezuela.
O relatório foi feito para auxiliar a ANP nas negociações com a Petrobrás para venda de barris do pré-sal no processo chamado de cessão onerosa, que garantiu ao governo recursos para participar da capitalização da estatal. A ANP costuma trabalhar com um potencial de 50 bilhões de barris para o pré-sal, mas é a primeira vez que reservatórios fora das concessões da Petrobrás são certificados oficialmente.
O trabalho da GCA apontou reservas de 7,8 bilhões de barris para a área de Libra, informação divulgada essa semana pelo governo, e de 5,45 bilhões de barris para Franco, que foi incluído no contrato de cessão onerosa. O resto das reservas projetadas vêm de áreas no entorno de Tupi, Iara e Júpiter - descobertas da Petrobrás - além dos reservatórios de Florim, Tupi Nordeste, Pau-Brasil, Peroba e Guará Sul.
Segundo o documento, a probabilidade de acerto é de 70% para as áreas à exceção de Florim, de mais difícil análise. De todo modo, diz a GCA, o volume certificado é equivalente à soma de uma série de descobertas gigantes feitas nos últimos anos, como o campo de Kashagan, no Casaquistão, a área no Golfo do México que permitiu a instalação da Thunder Horse, a maior plataforma de petróleo do mundo, além de áreas na Bacia de Campos como Marlim e Roncador.
Além da capacidade de exploração na região, a GCA destacou as condições de exploração no local, caracterizado por uma "vedação quase perfeita" e sustentado em uma rocha matriz "madura". "A natureza relativamente singular do play (sistema petrolífero) pré-sal (...) faz com que ele possa ser comparado de perto a plays com recursos expandidos, como as Areias Betuminosas canadenses de Athabasca, o Cinturão Venezuelano de Óleo Pesado do Orinoco e os folhelhos norte-americanos de gás."
Ano-chave. O início da produção comercial em Tupi e a previsão de licitação de Libra farão de 2011 um ano-chave para testar a atratividade do pré-sal. A expectativa é de executivos do setor, que estiveram reunidos esta semana na feira Rio Oil & Gas. Quatro anos após sua confirmação, o pré-sal vem mudando a estratégia de governo e das petroleiras com atuação no Brasil.

Fonte: http://www.santosoffshore.com.br/

Docas do Rio quer transferir área para a Petrobrás sem licitação

A Companhia Docas do Rio quer aproveitar a nova legislação do petróleo, que concede à Petrobrás a operação única dos blocos do pré-sal, para transferir uma área sob sua concessão sem licitação para a estatal. Segundo o presidente da Companhia Docas do Rio, Jorge Luiz de Mello, a perspectiva de operação única está sendo avaliada pelo corpo jurídico da estatal e de Docas para formalizar o contrato que vai arrendar uma área equivalente a mil metros lineares.

"A área poderá ser utilizada pela companhia como base para transportar equipamentos, combustíveis e qualquer tipo de volumes que serão utilizados nas plataformas", disse, exemplificando que no processo de retirada de óleo é injetada uma composição de salmoura. "Essa salmoura precisa sair de algum lugar", comentou.
Ele destacou que a realização de uma licitação implicaria o fato de outras empresas de áreas distintas ao setor de petróleo poderem disputar a área que "tem uma tendência natural a servir a esta finalidade". "Com a entrada das operações do pré-sal, não estamos falando apenas de grandes volumes, mas também de distâncias maiores e isso implica embarcações também maiores e em maior quantidade, características que o porto do Rio poderá suportar", disse.
Mello ainda comentou que não acredita que os projetos da Petrobrás para instalação de bases de apoio em Itajaí (SC) e Santos (SP) sejam adequadas. No porto catarinense, Mello acredita que haverá dificuldade de entrada e saída das embarcações, já que elas teriam de concorrer no corredor de acesso com graneleiros, já que não são permitidos cruzamentos de navios num canal de 30 quilômetros. "Para que o projeto fosse viável, a Petrobrás teria que construir um novo canal e isso eleva muito os custos deste porto", argumentou.
Segundo o presidente de Docas, a Petrobrás já está operando hoje no porto do Rio por meio de um arrendamento feito pela Brasco, responsável pelo transporte de combustível e equipamentos para as sondas da estatal. Mas o volume seria multiplicado de maneira exponencial se as plataformas também passassem a ser atendidas.
A intenção é concluir o estudo de viabilidade jurídica do projeto de arrendamento ainda neste ano para, já a partir de 2011, iniciar operações que demandam menos infraestrutura. Em uma segunda fase, seriam iniciadas operações que demandam tancagem.

Fonte: http://www.santosoffshore.com.br/