segunda-feira, outubro 04, 2010

GOVERNO AUMENTA PARTICIPAÇÃO NA PETROBRAS


A última semana do pré-sal foi marcada pelos desdobramentos da capitalização da Petrobras. Logo na segunda-feira, dia 25, aconteceu a estreia das novas ações da estatal na Bolsa de Valores de São Paulo, após o início das negociações dois dias antes, em Nova York. No mesmo dia, a mídia noticiou que a União havia elevado sua fatia na companhia para 48%, considera também as participações do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do fundo Soberano.

Na terça-feira, dia 28, os jornais continuaram publicando informações consolidadas sobre a oferta de ações da Petrobras, desta vez com relação à participação dos trabalhadores com recursos do FGTS na capitalização. De acordo com a Caixa Econômica Federal, 25,5 mil cotistas vão entrar com R$ 423, 7 milhões no aumento de capital da empresa. O banco previa demanda de R$ 1 bilhão, envolvendo os 90 mil trabalhadores com saldo na conta vinculada e que ainda permanecem com os investimentos nos fundos mútuos de privatização da Petrobras. Essa demanda acabou encarada como uma decepção pelo mercado.

No dia seguinte, o foco do setor mudou para a exploração na camada pré-sal, onde a Shell informou ter realizado sua primeira descoberta de petróleo, em concessão que fica entre as descobertas de Parati e Tupi, da Petrobras, que tem entre 5 e 8 bilhões de barris em reservas estimadas. Segundo a petrolífera anglo-holandesa, os resultados do poço ainda precisam ser analisados para que mais detalhes sejam divulgados. A Shell consta na ANP como detentora de 100% da concessão, mas a companhia informou que negociou a venda de 20% do projeto para a francesa Total, transação que depende ainda de aprovação da agência reguladora.

A grande quantidade de valores envolvidos na questão da capitalização da Petrobras ocasionou, na sexta-feira, notícias contradizendo números divulgados anteriormente. Foi o caso da participação do governo no capital social da estatal. Se no início da semana, a parcela era de 48% - valor que constava no comunicado enviado à Securities Exchange Comission (SEC), reguladora do mercado de capitais norte-americano -, no final do período as estimativas aumentaram para 49%. A divisão das ações foi relatada da seguinte forma: União, que passaria a ter 31,6% do capital social; BNDESPar, que teria 11,8%; BNDES, com 1,7%; e Fundo Soberano do Brasil, com 3,9%.

Reforço no caixa

Fechando a semana, as manchetes do setor destacaram o montante da capitalização que irá reforçar o caixa do governo, garantindo o maior superávit da história. O valor chega a R$ 31,88 bilhões e irá permitir que a meta de 3,3% do PIB seja atingida. Ainda na sexta-feira, foi notícia também que a Petrobras havia transferido R$ 6,99 bilhões em dinheiro para a União, para completar o pagamento das reservas de petróleo repassadas à companhia na chamada cessão onerosa.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

BRASIL NO CAMINHO PARA SE TORNAR EXPORTADOR DE PETRÓLEO


Estimativas recentes têm apontado o Brasil como possível exportador de petróleo num futuro próximo, muito em função da promessa de produtividade do pré-sal. De acordo com a Agência Internacional de Energia (AIE, na sigla em inglês), o país atingirá essa condição já em 2011, com o incremento da produção diária de 2,2 milhões de barris para 2,4 milhões. O dado consta de relatório mensal do órgão sobre o setor.

(2011) será o primeiro ano do Brasil como exportador líquido de petróleo, embora volumes mais significativos só devam ficar disponíveis para o mercado mundial nos anos seguintes, diz o documento, em ressalva compartilhada por especialistas, como o diretor e fundador do Clube do Petróleo do Rio de Janeiro, Mauro Kahn. “Naturalmente estão baseados (os números da AIE) na suposição de que a produção supere nossas necessidades, mas o excedente será modesto visto que aumentar significativamente a nossa produção é algo bem mais demorado”, explica ele, em entrevista ao Nicomex Notícias.

No Brasil, quem compartilha da previsão da AIE é o ministro de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, que, no último dia 27, declarou acreditar que o País irá exportar 1,5 milhão de barris por dia de petróleo em 2015, atingindo dois milhões quatro anos depois. Perguntado sobre essa questão, o diretor do Clube do Petróleo é otimista: “Exportar dois milhões (que é o consumo atual do Brasil) será algo maravilhoso e uma receita e tanto, ainda mais se o barril chegar aos 100 doláres. Façam as contas de quanto isto representa por ano”, sugere ele, olhando o lado financeiro dessa possibilidade.

Rumo à Opep

Na condição de exportador, caso ela realmente se concretize, um caminho natural para o Brasil seria pleitear uma vaga na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep). Caso isso acontecesse, o país teria ao seu lado uma política centralizada, com controle dos preços, mas também poderia vender o seu excesso de produção, angariando dólares para investir tanto no social quanto em novas tecnologias de exploração.

“Acho que temos de exportar petróleo com racionalidade e que teremos tempos muito bons, até porque quando tivermos uma produção boa (depois de 2020 ) o mundo estará mais do que sedento de petróleo e a maior parte das reservas mundiais estarão no Oriente Médio. Neste contexto ser um grande exportador será algo fantástico, mas precisaremos saber gerir bem esta fortuna e também administrar as pressões e influências que iremos sofrer”, diz Mauro Kahn.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/

ESPÍRITO SANTO DESENVOLVE SETOR DE GÁS NATURAL


Em meados de julho desse ano, o litoral capixaba ganhou destaque na mídia como a região onde foi iniciada a produção comercial no pré-sal, no campo de Baleia Franca, na Bacia de Campos. Atualmente, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) para o mês de agosto, o Espírito Santo é o segundo maior produtor de petróleo do Brasil, com 279.739 mil barris de óleo equivalente, o que remete ao fato de que a quantidade de gás natural extraída no Estado também é considerada relevante.

Em se tratando especificamente de gás, o Estado surge como quarto maior produtor, com pouco mais de seis milhões de metros cúbicos por dia, de acordo com a ANP. Essa realidade vem atraindo investimentos para o Espirito Santo, como o polo gás-químico, a ser construído pela Petrobras em Linhares. “De 2010 a 2014, serão investidos cerca de R$ 32 bilhões na área de petróleo, incluindo investimentos da Petrobras e fornecedores. Para se ter uma ideia, só a indústria brasileira de petróleo contrata, no ES, cerca de R$ 4 bilhões em bens e serviços por ano”, afirma o secretário de Estado de Desenvolvimento, Márcio Félix Carvalho Bezerra, ao Nicomex Notícias.
O secretário acredita que o Gasoduto Sudeste Nordeste (Gasene) tem papel importante na evolução do setor de gás no Estado e explica que a conquista da maturidade adquirida em relação à estrutura gasífera é crucial na questão do polo. “Diante desse amadurecimento, o Estado atraiu o projeto do Complexo Gás-Químico, que irá produzir ureia, metanol e derivados e atrair empresas de setores de móveis, tintas, vernizes, solventes, couros, entre outras, que irão gerar emprego e renda para o Espírito Santo. Além de agregar valor ao insumo”, diz.
Evolução
Grande produtor de gás natural, o Espírito Santo também conta com uma rede de gasodutos estruturada, a partir da criação da Agência de Serviços Públicos de Energia (Aspe), que regulou a distribuição no Estado. Entre os anos de 2004 e 2009, a rede de gasodutos que abastece a Região Metropolitana de Vitória passou de 64 quilômetros para 128 quilômetros. Já o número de clientes foi multiplicado por cinco.

De 2007 a 2009, cinco municípios do Estado (Linhares, Colatina, João Neiva, Guarapari, Ibiraçu e São Mateus) passaram a contar com postos de Gás Natural Veicular (GNV), que são supridos através de Gás Natural Comprimido (GNC). Transportado em cilindros, por meio de caminhões, o gás natural chega a localidades que ainda não possuem redes de gás canalizado, permitindo que um veículo abastecido com GNV possa hoje percorrer todo o território capixaba usando apenas este combustível.

A organização do setor também rende frutos na geração de energia, com o crescimento da capacidade de processamento e transporte de gás nos últimos anos, o que possibilitou que o Estado ganhasse oito termelétricas em leilões, permitindo uma produção três vezes maior que o consumo. “Com isso, nos tornaremos exportadores de energia para o sistema elétrico nacional”, celebra Márcio Félix.

Fonte: http://www.nicomexnoticias.com.br/