Potência energética. Rio terá R$ 122 bilhões em investimentos no setor. Especialistas alertam para necessidade de viabilizar sistemas de produção no pré-sal e recuperar produtividade da Bacia de Campos
O Estado do Rio receberá R$ 122,4 bilhões em investimentos em energia entre 2012 e 2014, segundo levantamento da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). O valor representa 58% do total a ser investido no estado no período e está concentrado no setor de óleo e gás (R$ 114,2 bilhões), carro-chefe da economia fluminense. O Rio é uma potência petrolífera. Responsável por cerca de 80% da produção brasileira, ele produziu em média 1,5 milhão de barris de óleo equivalente (inclui óleo e gás) por dia em setembro, bem à frente do segundo colocado, o Espírito Santo (317,8 mil barris por dia). Se fosse um país, ocuparia o 18º lugar no ranking mundial, deixando para trás nações como Indonésia e Índia.
A descoberta do pré-sal pode mudar esse panorama, ao ampliar a produção de petróleo de São Paulo e Espírito Santo. Isso impõe desafios à indústria petrolífera do Rio, especialmente num momento em que se discute a perda dos royalties do petróleo por estados produtores, após a aprovação no Congresso do projeto de lei do Senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), que redistribui esses recursos. Para especialistas, entre os desafios estão viabilizar a produção no pré-sal em litoral fluminense, a até sete mil metros de profundidade, e recuperar a produtividade da Bacia de Campos, principal província petrolífera do país, onde a Petrobras iniciou a exploração em alto-mar nos anos 70.
Criar “parque de fornecedores local” é desafio
Dos R$ 114,2 bilhões que serão investidos em projetos de petróleo e gás no Rio, R$ 107,7 bilhões virão de Petrobras e parceiros. O montante será destinado ao desenvolvimento de campos do pré-sal e pós-sal e a projetos de apoio, como construção de dutos para escoamento, sondas e plataformas. O plano de negócios da estatal prevê que, entre 2012 e 2014, entrarão em operação dez novos grandes sistemas de produção nas bacias de Campos e Santos, a nova fronteira petrolífera nacional. Seis deles estão em águas sob jurisdição do Rio: Cidade de Paraty, Papa Terra (P-61 e P-63), Roncador Módulo III (P-55), Roncador Módulo IV (P-62) e Cidade de Mangaratiba. Será um mar de encomendas para a cadeia produtiva.
Dos R$ 114,2 bilhões que serão investidos em projetos de petróleo e gás no Rio, R$ 107,7 bilhões virão de Petrobras e parceiros. O montante será destinado ao desenvolvimento de campos do pré-sal e pós-sal e a projetos de apoio, como construção de dutos para escoamento, sondas e plataformas. O plano de negócios da estatal prevê que, entre 2012 e 2014, entrarão em operação dez novos grandes sistemas de produção nas bacias de Campos e Santos, a nova fronteira petrolífera nacional. Seis deles estão em águas sob jurisdição do Rio: Cidade de Paraty, Papa Terra (P-61 e P-63), Roncador Módulo III (P-55), Roncador Módulo IV (P-62) e Cidade de Mangaratiba. Será um mar de encomendas para a cadeia produtiva.
- Temos o desafio de trazer mais fornecedores para o Estado do Rio. Fizemos um bom trabalho com os centros de pesquisa e, agora, temos de aproveitar essa onda de investimentos para consolidar um parque de fornecedores local – explica Cristiano Prado, gerente de Competitividade da Firjan.
Os novos sistemas de produção vão se unir a campos no pré-sal que passaram a operar recentemente – o primeiro óleo foi extraído em setembro de 2009. E o Rio aparece com destaque de novo. Hoje, dos seis campos em operação no pré-sal, metade está no litoral fluminense: Marlim (área de Brava), Barracuda e Caratinga (áreas de Carimbé e Nautilus), e Marlim Leste (Tracajá). Juntos, eles produzem em média 43,8 mil barris de petróleo por dia, ou 22% da produção brasileira no pré-sal.
Os novos sistemas de produção vão se unir a campos no pré-sal que passaram a operar recentemente – o primeiro óleo foi extraído em setembro de 2009. E o Rio aparece com destaque de novo. Hoje, dos seis campos em operação no pré-sal, metade está no litoral fluminense: Marlim (área de Brava), Barracuda e Caratinga (áreas de Carimbé e Nautilus), e Marlim Leste (Tracajá). Juntos, eles produzem em média 43,8 mil barris de petróleo por dia, ou 22% da produção brasileira no pré-sal.
Potencial também em águas rasas
Também há promessas em águas rasas. A OGX, empresa do grupo de Eike Batista, pretende iniciar a atividade de dois FPSOs (navios que processam e armazenam petróleo) na Bacia de Campos, para desenvolver os campos de Waimea e Tubarão Martelo em 2013. Em outubro, a produção média mensal da OGX foi de 10,3 mil barris de óleo equivalente. O número é bem mais modesto que o da Petrobras, mas nem por isso menos importante. A empresa planeja investir, só no ano que vem, US$ 1,2 bilhão, ou quase R$ 2,5 bilhões. Mais negócios para os fornecedores.
Também há promessas em águas rasas. A OGX, empresa do grupo de Eike Batista, pretende iniciar a atividade de dois FPSOs (navios que processam e armazenam petróleo) na Bacia de Campos, para desenvolver os campos de Waimea e Tubarão Martelo em 2013. Em outubro, a produção média mensal da OGX foi de 10,3 mil barris de óleo equivalente. O número é bem mais modesto que o da Petrobras, mas nem por isso menos importante. A empresa planeja investir, só no ano que vem, US$ 1,2 bilhão, ou quase R$ 2,5 bilhões. Mais negócios para os fornecedores.
Paralelamente aos investimentos em novos projetos, a Bacia de Campos vai receber uma enxurrada de recursos para elevar sua produtividade. Em atividade há mais de 30 anos, boa parte de seus campos está madura, com produção em declínio. A Petrobras tem duas unidades operacionais (UO) que respondem pelas plataformas daquela bacia: a UO-Bacia de Campos e a UO-Rio. A empresa vai investir US$ 6,3 bilhões até 2016 para recuperar os índices de eficiência operacional dessas unidades. A meta é voltar ao patamar de 90%, contra os 70% deste ano.
Para o secretário estadual de Desenvolvimento do Rio, Júlio Bueno, os pesados investimentos em petróleo e gás seguem a vocação natural do estado. Ele frisa, porém, que o governo estadual está empenhado na diversificação:
- Temos aportes em infraestrutura, com destaque para os portos, e o polo automotivo no Sul Fluminense, que ganhou força com a vinda da Hyundai. O petróleo é nossa alavanca, mas temos projetos em várias áreas – afirma. No levantamento da Firjan, a geração de eletricidade responderá por R$ 8,2 bilhões até 2014, dentro daqueles R$ 122,4 bilhões. A cifra representa basicamente o investimento na usina nuclear de Angra 3 (1.405 megawatts). Ao lado de Angra 1 e 2, ela atenderá, a partir de 2016, a cerca de 60% da demanda por eletricidade do estado.
Fonte: Globo