quarta-feira, outubro 28, 2009

Os gadgets vão entender emoções


Em breve, seu computador, seu televisor e até seu carro vão saber se você anda feliz ou com raiva.


É domingo, primeiro de fevereiro de 2009. Cem milhões de torcedores só pensam no Super Bowl, a partida decisiva do campeonato de futebol americano. O Pittsburg Steelers vai enfrentar o Arizona Cardinals no mais popular evento esportivo televisionado dos Estados Unidos. Num hotel em Nova York, 46 torcedores estão reunidos para assistir à partida, devorando hambúrgueres e esvaziando latas de cerveja. Essa seria uma cena normal se não fossem as máquinas que monitoram cada suspiro desses telespectadores. Os fãs vestem camisetas com sensores que captam batimentos cardíacos, movimentos, respiração e suor.
Uma empresa de pesquisa de mercado equipou a pequena torcida com esses sensores para medir seu envolvimento emocional com anúncios exibidos nos intervalos do jogo. Anunciantes pagam 3 milhões de dólares por um comercial de 30 segundos no horário do Super Bowl. Por isso, querem se certificar de que estão atraindo a atenção do público. E não falta disposição para pagar por esse conhecimento. “É um mercado em rápido crescimento. Nossa receita deste ano será quatro vezes maior que a do ano passado”, afirma Carl Marci, CEO e cientista-chefe da companhia responsável pelo experimento, a Innerscope, com sede em Boston, Massachusetts.
O serviço da Innerscope é o mais recente entre as tecnologias de detecção de emoções que estão surgindo. Computadores de call centers já monitoram a voz dos clientes para identificar quando se irritam. Novas tecnologias poderão, em breve, estar em aparelhos eletrônicos para facilitar nossa interação com eles. Alarmes para carro vão manter o motorista desperto. Computadores de bordo vão perceber nossa irritação num congestionamento e sugerir uma rota alternativa. Também estão chegando monitores que identificam um estado depressivo analisando a linguagem corporal do usuário. É o início da era dos gadgets emocionalmente conscientes.
Fora da ficção científica, a ideia de uma tecnologia que interpreta emoções é recente. Uma das pioneiras nessa área é a cientista Rosalind Picard, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Ela publicou, em 1997, o livro Affective Computing (Computação Afetiva), no qual argumenta que muitas tecnologias funcionariam melhor se conhecessem os sentimentos do usuário. Um tutor computadorizado, por exemplo, seria capaz de ensinar de forma mais lenta ou dar dicas adicionais se percebesse que o estudante está frustrado, como faria um professor humano. Sensores colocados junto ao corpo poderiam reconhecer emoções medindo os batimentos cardíacos, o ritmo respiratório e a resistência elétrica da pele, que se reduz com a intensificação das emoções.



Os olhos de um camarão gigante que vive na Grande Barreira de Corais da Austrália são a chave para o desenvolvimento de um tipo de DVD-player de alta qualidade.


Os camarões louva-a-deus tem os mais complexos olhos do mundo animal.
Eles são capazes de enxergar em 12 cores primárias, quatro vezes a capacidade humana, e também podem detectar diferentes tipos de polarização da luz - a direção da oscilação em ondas de luz.
Uma equipe da Universidade de Bristol demonstrou como os camarões fazem isso, usando células sensíveis à luz que giram o plano da polarização na luz conforme ela passa através dos olhos.

Dispositivos feitos pelo homem utilizam uma técnica parecida em players de DVD e CD, mas eles só funcionam bem com uma única cor, enquanto os olhos do camarão é eficaz com praticamente todo o spectro visível, de ultra-violeta a infra-vermelho.
Transferir a capacidade multicor para um DVD-player resultaria em uma máquina capaz de lidar com muito mais dados do que suporta um dispositivo convencional.
"O mecanismo que descobrimos nesses olhos são desconhecidos para os dispositivos sintéticos. Ele funciona muito melhor do que qualquer tentativa já feita para desenvolver uma máquina dessas", disse o pesquisador Nicholas Roberts.
Ele acredita que o "belo e simples" sistema do olho do caranguejo, incluindo membranas celulares colocadas dentro de tubos, podem ser imitadas em laboratório usando cristal líquido.
Ainda não se sabe porquê esses camarões precisam de olhos tão sofisticados, mas há suspeitas de que essa característica está relacionada com comida e sexo.



Motorola DEXT, o Android da geração Y


Smartphone integra todas as redes sociais numa tela e tem teclado físico grandão


Se o lema desta geração é “tudo ao mesmo tempo, agora, demorou”, a Motorola acertou em cheio na interface do DEXT. O primeiro aparelho da fabricante com Android dá aquele tapa no sistema operacional do Google, integrando os contatos de todas as redes sociais das quais você faz parte. Algo um tanto caótico para quem não quer entrar 10 vezes por dia no Facebook, mas uma verdadeira mão na roda para quem precisa ser multitarefa no celular e está disposto a gastar 1.599 reais.O trunfo do smartphone está em combinar a nova interface MOTOBLUR com um hardware forte e bonito, que inclui um teclado físico dos bons para quem não se dá tão bem com o touch screen na hora de escrever e-mails, mensagens instantâneas e os tuítes da vida. Se tudo isso é geração Y demais para o seu gosto, basta jogar os widgets na lixeira ou nem digitar usuário e senha para fazer o login nessas redes. Aí é como se o modelo rodasse um Android comum, porém com visual personalizado.O DEXT não tem nada de inovador em seu formato, mas cumpre com elegância o papel de celular sensível ao toque com teclado físico – aliás, é o primeiro disponível no Brasil com Android e QWERTY. E certamente é melhor do que o HTC G1, por causa das teclas confortáveis, mas também por ter mecanismo slider forte, assim como toda a construção. Nossa maior reclamação vai para o desempenho fraco, causado pela restrição de instalar programas somente na memória interna de 512 MB.



Sony Vaio NW250AF abraça o Windows 7


Notebook de 15,5 polegadas com o novo sistema da Microsoft capricha no design


Um dos primeiros notebooks com Windows 7 aterrissou no INFOLAB para uma bateria de testes e impressionou pelo visual sofisticado. A textura em alto relevo e o touchpad de acrílico do Sony Vaio NW250AF são realmente de babar. Mas o micro não fica nisso: substitui bem o desktop, por causa do teclado confortável e da tela de 15,5 polegadas. Só não dá para perdoar o desempenho fraco de vídeo e a ausência do leitor de Blu-ray num laptop de 3.699 reais.Esse acabamento estiloso é uma evolução do tradicional prateado Vaio, mas a carcaça ganhou uma textura na tampa e na parte de dentro. Além de bonita, a máquina tem construção rígida e não é muito pesada – embora levar 2,5 quilos na mochila não seja uma boa ideia. Para se ter noção de como o modelo agrada a galera exigente em relação ao design, o pessoal da arte da INFO, todo mundo louco por Macintosh, decretou que, se fosse comprar um PC, certamente seria esse.O detalhe mais impactante desse notebook é o touchpad de acrílico, também texturizado e com ótima sensibilidade. Na área destinada ao apoio dos pulsos, a base é pouco mais alta do que o teclado, uma beleza para digitar quando o micro está sobre a mesa (e com espaço suficiente até para colocar os cotovelos em posição de descanso). O formato cai como uma luva nesse tipo de computador, considerado um substituto de desktop.



iPod comemora 8 anos de existência; veja seleção exclusiva


Na última sexta-feira, o iPod da Apple comemorou oito anos de existência. Lançado em 23 de outubro de 2001, o aparelho revolucionou a forma de ouvir música e ultrapassou a marca de 220 milhões de unidades vendidas.
O primeiro iPod custava US$ 399, tinha 10 horas de duração da bateria, uma porta FireWire e 5 GB de armazenamento. O player também só era compatível com Macs.
Em setembro deste ano, Steve Jobs, o executivo-chefe da Apple, anunciou a chegada de uma nova linha de iPods, incluindo iPod Touch com maior capacidade de armazenamento, novas cores para o iPod shuffle e a inclusão de uma câmera de vídeo no iPod nano, carro-chefe de vendas da companhia.
O iPod nano foi apresentado com capacidades de 8 GB até 160 GB e com uma câmera de vídeo integrada. A câmera faz vídeos com qualidade de DVD (640 x 480) com direito a efeitos especiais e o iPod traz rádio FM, gravador de voz e contador de passos como novidades. O acabamento do iPod nano agora é metalizado e brilhante, e tem um preço médio, nos Estados Unidos, de US$ 149 (US$ 179 no modelo mais avançado).


Com implante de tecido humano, robô pode se locomover sozinho


Um projeto realizado no Reino Unido defende a ideia de que parte da estrutura molecular humana pode dar a robôs a capacidade de tomar decisões.

Nos testes realizados em laboratório, neurônios de rato foram inseridos em um autômato que passou a se movimentar de forma a desviar de obstáculos - habilidade que não foi programada mas aprendida pelo mini-cérebro. A próxima etapa envolve o uso tecido humano.
De acordo com um artigo publicado pela h+ Magazine, o professor Kevin Warwick e sua equipe no Departamento de Cibernética da University of Reading estão tentando desenvolver uma maneira de fundir estruturas moleculares humanas com computadores ou robôs.
Warwick disse que seu projeto é uma sequência de antigos estudos de inteligência artificial, onde, em teoria, poderia se criar uma estrutura de rede neural com tecido humano.
Um projeto como esse pode gerar um certo temor de uma "rebelião das máquinas" no público em geral, nos moldes dos filmes Matrix e Exterminador do Futuro. Questionado sobre essa possibilidade, o professor mostrou-se cauteloso: "precisamos aprender sobre todas as possibilidades para nos certificarmos de que nada de errado aconteça", afirmou.
"Se esta pesquisa é feita abertamente e é relatada de forma sensata na mídia de um modo geral, como esta está sendo, então nada de errado deve acontecer. Me preocupo diariamente em garantir que não haja nenhum tipo de estudo em curso que o mundo não conheça".
Warwick (que tem um dispositivo implantado no braço esquerdo que permite que seu sistema nervoso seja conectado a um computador) e seu colega, o professor Ben Whalley, criaram recentemente um robô que recebeu cerca de 300 mil neurônios de rato, cultivados em laboratório.
Os picos de atividade elétrica dos neurônios foram então conectados à saídas de sensores de distância do robô, que se mostrou capaz de se locomover sem encostar nas paredes, demonstrando que o organismo deu ao robô uma significante capacidade de tomada de decisões. O "senso direcional" do robô foi aprendido pelo pequeno cérebro e não previamente programado por software.
"Esta nova pesquisa é tremendamente excitante primeiramente pelo fato de o cérebro biológico controlar seu próprio corpo robótico móvel. Além disso, ela irá nos permitir investigar como o cérebro aprende e memoriza suas experiências. Esta pesquisa representa um avanço de nossa compreensão sobre como os cérebros funcionam, e poderia ter um efeito profundo em muitas áreas da ciência e da medicina.", disse Warwick.
Segundo um comunicado de imprensa divulgado no site da universidade, o cérebro biológico do robô é composto por neurônios que são colocados em uma matriz com 60 eletrodos encerrados em uma cápsula. Os eletrodos recebem os sinais elétricos gerados pelas células, que são então utilizados para direcionar o movimento do robô.
Cada vez que o robô se aproxima de um objeto, sensores enviam sinais para estimular o cérebro. Em resposta, a saída do cérebro é usada para acionar as rodas do robô, esquerda e direita, de modo que ele se mova evitando atingir objetos.
O robô não tem nenhum controle adicional de um humano ou um computador, o seu único meio de decisão é a partir do seu próprio cérebro.
Esse resultado é um passo importante para descobrir como as memórias criam estruturas neurais no cérebro, e como determinadas informações são armazenadas, além de um melhor entendimento quanto à doenças e distúrbios como Alzheimer, Parkinson, derrame e lesão cerebral.
O estudo dessas doenças, e não a criação de um robô humanizado, é a principal motivação de Warwik e equipe.
"Para qualquer ser humano, uma ação pode ser repetida até sentir-se que tal atitude está se tornando automática - bem, de fato, as conexões em seu cérebro estão reforçando de forma eficaz o processo de repetição em busca do movimento automático - com o cérebro de rato do robô realmente podemos olhar para estas ligações de reforço dia a dia sob o microscópio. É fascinante", completou Warwick.
Um vídeo com uma demonstração do ciborgue pode ser visto em bit.ly/BrainBot.