sábado, dezembro 25, 2010

Etapas de uma completação


Condicionamento do poço.
Condicionamento do revestimento de produção (com broca e raspador) e substituição do fluido no interior do poço por um fluido de completação.

– A broca corta os tampões e o restante de cimento.
– O raspador limpa o que sobrou.
– Testa-se o interior com pressão.
– O fluido de completação é uma solução salina compatível com
o reservatório e com os fluidos nele contidos.
– Deve manter o poço amortecido sem causar dano à formação.

Avaliação da qualidade da cimentação.
– As funções da cimentação é isolar o anular, impedindo migração de fluidos por trás do revestimento, bem como propiciar suporte mecânico ao revestimento.

– Perfis sônico CBL / VDL.
l Composto por um emissor e dois receptores.O emissor é acioado por energia elétrica, emitindo pulsos sonoros de curta duração que se propagam através do revestimento, cimento e formação,
antes de atingir os dois receptores (3 e 5 pés do emissor).
l O perfil CBL detecta a qualidade da aderência entre o cimento e o revestimento cimentação (receptor a 3 pés). Uma boa aderência é detectada pela presença de valores baixos deste perfil.
l A atenuação produzida pela aderência do cimento ao revestimento depende da resistência à compressão do cimento, do diâmetro e espessura do revestimento, e da percentagem da circunferência cimentada.

Perfis sônico CBL / VDL (continuação).
l O perfil VDL detecta a qualidade da aderência entre o cimento e a formação. Uma boa aderência é indicada pela ausência de sinal de revestimento e presença de sinal de formação.
l Na próxima figura observa-se que as zonas antes de 2695 m e depois de 2702 m encontram-se bem cimentadas, tanto no revestimento (CBL) quanto na formação (VDL).
l O revestimento livre produz altos valores no perfil CBL e um característico padrão de faixas paralelas, retas, claras e escuras no perfil VDL, como mostrado no trecho entre 2695 e 2702 m.
l O perfil de raios gama (GR) do CBL/VDL é correlacionado com o GR obtido a poço aberto, pois este perfil não sofre alteração devido à presença do revestimento e do cimento.
l O perfil CCL localiza as luvas e controla as profundidades.
l As curvas de tempo de trânsito (TT) permitem verificar a qualidade do CBL/VDL.
Perfil ultrasônico Cement Evaluation Log (CEL).
l Melhor resolução circular que o CBL. Dispõe de 8 transdutores posicionados de forma helicoidal, de forma que cada avalie 45°.

l Na Figura da página seguinte, as zonas escuras indicam melhor cimentação que as zonas em branco. Duas curvas auxiliares representam a resistência compressiva máxima (CSMX) e
mínima (CSMN) do cimento atrás do revestimento.
Perfil ultrasônico Cement Evaluation Log (continuação).
l A Figura da página seguinte mostra de forma esquemática o caminho percorrido pelo pulso acústico de alta freqüência ao incidir no revestimento. Uma parcela da energia é refletida e o
restante entra em ressonância nas paredes do revestimento, gerando reflexões múltiplas. A equação do coeficiente de reflexão é função da impedância dos meios de incidência, que neste caso são o fluido, o revestimento e o material presente no anular.Como as impedâncias do fluido e do revestimento são conhecidas, a única incógnita é a impedância do material presente no anular.

l A presença de cimento em volta do revestimento é detectada através de uma amplitude pequena da onda acústica e um rápido decaimento exponencial da ressonância. A ausência de cimento
corresponde a uma amplitude grande e uma longa queda exponencial do sinal. É necessário um trecho de revestimento livre para calibrar a ferramenta.

Ferramenta de perfilagem ultra-sônica USIT (Ultrasonic Imager Tool).
l Apresenta um único transdutor que gira a 7,5 rps, cobrindo todo o perímetro do revestimento. Princípio de funcionamento similar ao perfil CEL. Alta impedância indica boa cimentação. Na Figura da página seguinte, a cor marrom mais escuro significa alta
impedância, e o vermelho presença de gás.

l As vantagens com relação ao CEL são:
– Transdutor único, rotativo com distância ao revestimento controlada.
– Tecnologia digital para o registro e envio de todas as formas de onda.
– Método de processamento de sinal menos sensível aos efeitos do poço.
– Medição direta da impedância acústica.
– Capacidade de operar em ambientes com fluidos mais pesados.
– Imagens coloridas do mapa da cimentação.
Ferramenta de perfilagem ultra-sônica USIT (continuação).
l A Figura mostra um perfil USIT combinado. A primeira e a última pista se referem ao perfil CBL/VDL/GR/CCL.
l A qualidade da cimentação do USIT é associada à impedância acústica do material.

Fonte: CTEAD Curso Téc. em Petróleo e Gás.

Formação, acumulação e prospecção do petróleo e do gás natural




O termo petróleo, a rigor, envolve todas as misturas naturais de compostos de carbono e hidrogênio, os denominados hidrocarbonetos, incluindo o óleo e o gás natural, embora seja também empregado para designar apenas os compostos líquidos. O petróleo é formado em depressões da crosta terrestre após o acúmulo de sedimentos trazidos pelos rios das partes mais elevadas, ao seu redor, em ambiente aquoso. A imagem mais facilmente compreensível depressões, ou bacias sedimentares, dessas uma bacia sedimentar é a de uma ampla depressão coberta de água, seja um lago ou um mar que sofre rebaixamento contínuo no tempo geológico. Dentre diversas teorias existentes para explicar a origem do petróleo, a mais aceita, atualmente, é a de sua origem orgânica, ou seja, tanto o petróleo como o gás natural, são combustíveis fósseis, da mesma forma que o carvão. Sua origem se dá a partir de matéria orgânica, animal e vegetal (principalmente algas), soterrada pouco a pouco por sedimentos caídos no fundo de antigos mares ou lagos, em condições de ausência de oxigênio, que, se ali existisse, poderia destruí-los por oxidação. Entretanto, mesmo assim a matéria orgânica desses tecidos passou por drásticas modificações, graças à temperatura e à pressão causada pelo soterramento prolongado, de modo que praticamente só restaram o carbono e o hidrogênio, que, sob condições adequadas, combinaram-se para formar o petróleo ou gás.
A grande diferença entre a formação do carvão mineral e dos hidrocarbonetos e a matériaprima, ou seja, principalmente material lenhoso para o carvão e algas para os hidrocarbonetos, o que é definido justamente pelo ambiente de sedimentação. Normalmente, o petróleo e o gás coexistem, porém, dependendo das condições de pressão e temperatura, haverá maior quantidade de um ou de outro. Para que grandes quantidades de petróleo se formem, é necessária a presença de três fatores: vida exuberante, contínua deposição de sedimentos, principalmente argilas, concomitante com a queda de seres mortos ao fundo da bacia e, finalmente, o rebaixamento progressivo desse fundo, para que possam ser acumulados mais sedimentos e mais matéria orgânica sobre o material já depositado.
Em Geologia, o tempo desempenha um papel importantíssimo. As condições acima descritas têm que perdurar por milhões de anos, e a própria transformação da matéria orgânica original em petróleo demanda outros milhões de anos, para que a temperatura e a pressão atuantes na crosta, além do tempo, possam interagir na formação do petróleo.
O petróleo e o gás, entretanto, não é encontrado nas rochas em que se formou. Durante o longo processo de sua formação, ocorre sua expulsão da chamada rocha geradora, formada por sedimentos finos que consistem de folhelhos, argilitos, sal, etc, que é praticamente impermeável, para rochas porosas e permeáveis adjacentes (acima, abaixo ou ao lado), formadas normalmente por arenitos. Dessa maneira, o petróleo permanece sob altíssima pressão nas rochas porosas, denominadas rochas reservatório, até que seja eventualmente alcançado pela perfuração de um poço.

Fonte: http://www.igc.usp.br/geologia/petroleo.php