sábado, agosto 22, 2009

Empresa solitária mantém foco na miniaturização

A Tessera Technologies talvez seja a mais solitária empresa de tecnologia no Vale do Silício. A maior parte dos edifícios de escritório em torno do seu estão abandonados. Os vastos estacionamentos vazios são reflexo da economia em retração, da consolidação setorial e da perda de empregos no projeto e produção de tecnologia para empresas internacionais.
Muitas das organizações que um dia ocuparam os edifícios vizinhos à Tessera, especialista na fabricação de equipamentos de computação muito pequenos, tinham linhas de montagem e operações industriais na área. Mas terminaram por abandonar suas operações de produção, um segmento onde existe intensa concorrência, e deixaram a Tessera sozinha. De fato, um recente estudo do Serviço de Estatísticas do Trabalho dos Estados Unidos demonstra que o Vale do Silício perdeu mais de um quarto de seus postos de produção de chips, computadores, instrumentos e equipamentos de comunicação, entre 2001 e 2008.
"Não sei por quanto tempo os demais edifícios ficarão vazios", disse Henry Nothhaft, presidente-executivo da Tessera, que prefere ser chamado pelo apelido Hank. "Sou muito dedicado a essa área, e a questão me preocupa".
O empresário Nothhaft diz que a Califórnia tornou a vida das empresas de tecnologia difícil demais, com seus altos impostos e pesada regulamentação. Ainda assim, está determinado a provar que até mesmo uma pequena empresa será capaz de sobreviver e prosperar, assumindo os riscos corretos e usando sua competência em produção e engenharia.
O nicho da Tessera é a miniaturização. A empresa quer produzir câmeras digitais do tamanho de insetos e sistemas de refrigeração silenciosos e com apenas meio centímetro de altura, para laptops.
Essa paixão pelo minúsculo deriva de décadas de trabalho em um ramo crucial mas muitas vezes ignorado da produção de chips, conhecido como "empacotamento". A Tessera desenvolveu métodos patenteados para proteger os chips que equipam celulares e computadores contra desgaste e choques - especialmente o desgaste gerado pelo repetido aquecimento e resfriamento pelo qual os processadores passam.
Para executar esses feitos, a Tessera tende a trabalhar na escala nanotecnológica, onde essas coisas são medidas pelos leigos muitas vezes em forma de comparação com a espessura de fios de cabelo. Por exemplo, a Tessera é capaz de agrupar o equivalente a 10 mil cabos elétricos em um chip do tamanho de uma moeda de cinco centavos; cada cabo fica separado do vizinho pelo equivalente a dois fios de cabelo.
Muitas fabricantes de chips, como a Intel e Samsung, utilizam sob licença a tecnologia da Tessera. No ano passado, a empresa registrou receita de US$ 250 milhões, a maior parte da qual pelo licenciamento de tecnologia, e dedicou 25% desse monte a pesquisa e desenvolvimento.
A estratégia da Tessera a envolve em disputas judiciais quase constantes, que a levam a acusar alguns dos maiores fabricantes mundiais de chips de roubar suas técnicas de empacotamento.
A Tessera em geral resolveu a maioria dessas queixas por acordo, e o preço de suas ações reflete essa paz. Nos últimos meses, elas subiram de US$ 9 para US$ 26. Agora a empresa quer se concentrar em crescer e solidificar uma estratégia que está em desenvolvimento há quatro anos.
Ao eliminar os componentes mecânicos, a Tessera está reduzindo cada vez mais o tamanho de suas câmeras, e agora quer reduzir o preço. "Pode-se construir essas coisas usando técnicas tradicionais da produção de chips, conhecidas por seu custo/benefício positivo", disse Kevin Vassily, que acompanha a Tessera como analista da Pacific Crest Securities. "Isso abre o mercado para muitas coisas que por bastante tempo eram impossíveis".
O preço dos aparelhos da Tessera deve cair a ponto de permitir colocar uma câmera até mesmo nos celulares mais baratos. A empresa quer que fabricantes de brinquedos, empresas de vigilância e fabricantes de videogames encontrem novos usos para sua câmera, por exemplo em ursos de pelúcia que responderiam às reações de uma criança. A Tessera fez outra aposta de risco ao desenvolver um novo tipo de sistema de refrigeração.
Os computadores em geral utilizam ruidosos ventiladores para arrefecer o calor gerado por chips e outros componentes. Para substitui-los, a Tessera criou um dispositivo que movimenta partículas de ar dotadas de carga elétrica, e cria uma brisa fria. O aparelho é muito menos ruidoso que os ventiladores que equipam a maioria dos computadores, ocupa menos espaço e requer menos energia para propiciar a mesma refrigeração.
A tecnologia, embora ainda em estágio de protótipo, poderia servir bem a fabricantes de computadores como Apple e Dell, que estão concorrendo para produzir o mais fino, silencioso e leve dos laptops.
E embora outras empresas tenham desistido de fabricar coisas, um trabalho complicado, a Tessera vê os sistemas de refrigeração como forma de deixar de lado o modelo de licenciamento e de colocar produtos físicos no mercado.
"Não estamos decididos ainda, mas gostaríamos de estar em posição de fabricar alguns desses produtos", disse Nothhaft.

Fonte: www.terra.com.br

Britânica vira estrela na internet com vídeos de maquiagem


Com uma blusa laranja brilhante, minissaia jeans e saltos altíssimos, Lucretia Williams estava fazendo o máximo para manter uma férrea elegância urbana. Mas a compostura desabou quando Williams, 21 anos, estudante de antropologia no Hunter College, se encontrou com seu ídolo.

Ela estava subindo a um palanque no centro de Manhattan para ser apresentada a Lauren Luke, que se define como especialista em maquiagem e se tornou sensação da internet e empresária no ramo de cosméticos. Luke iria premiar Williams com um computador, pela vitória da espectadora em um concurso de maquiagem que ela organizou com a Sephora, a rede de varejo de cosméticos.
"Fiquei tão emocionada que quase chorei", disse Williams mais tarde. O encontro com Luke, ela avalia, "foi como encontrar Angelina Jolie".
Williams é uma das milhões de fãs dessa estrela da era digital. Nem todos os espectadores que usam o YouTube para assistir enquanto Williams aplica sombra multicolorida aos olhos ou usa batom para criar a ilusão de lábios mais carnudos a consideram como estrela de magnitude semelhante à de Jolie. Mas ela ainda assim é um ícone para eles - uma celebridade que conquistou sua fama sem ajuda, e que eles adotaram como ídolo sem intermediários.
Luke, 27 anos, vive perto de Newcastle, na Inglaterra, e é mãe solteira. "Acessível" é um termo que a define perfeitamente - o tipo de mulher inglesa de rosto sorridente e fala franca que qualquer um poderia encontrar no açougue ou em um pub. Com suas proporções robustas e traços bonitos mas nada marcantes, ela não parecia candidata a líder de uma revolução no mundo da moda. No entanto, é exatamente isso que vem fazendo.
Antiga operadora telefônica de uma central de táxis, Luke começou a vender cosméticos com lucro modesto no eBay. "Em lugar de mostrar fotos dos produtos que eu vendia, eu os usava", ela diz, em seu forte sotaque de Newcastle. "Depois, tirava uma foto do resultado para que as pessoas soubessem que cara tinha o produto fora da embalagem".
Ela não demorou a começar a postar vídeos no YouTube, gravados em seu quarto - e sem editar a roupa para lavar que deixava em cima da cama ou o barulho dos cachorros ao fundo. Agora, passados 20 meses do início de sua experiência como especialista autônoma em maquiagem, seus vídeos receberam mais de 50 milhões de visitantes e o canal que ela mantém no YouTube conta com 250 mil assinantes em 70 países - o que reafirma seu status, e o do YouTube, como concorrentes dignos de atenção no mercado da beleza.
"O que atrai, nela, é o fato de que seja uma mulher comum", disse Ed Burstell, antigo vice-presidente do grupo de varejo Bergdorf Goodman e hoje diretor de compras da Liberty of London. "Ela conquista uma conexão emocional, e sua divertida honestidade é contagiante".

Fonte: www.terra.com.br

IBM usa DNA para produzir microchips genéticos

A IBM está estudando a peça básica de construção de nossos corpos - o DNA - como possível estrutura para microchips de próxima geração. À medida que os fabricantes de chips concorrem para desenvolver chips cada vez menores e a preços mais baixos, os projetistas enfrentam dificuldades para reduzir custos.
Nanoestruturas artificiais de DNA, ou "origami de DNA", podem oferecer uma base barata sobre a qual produzir microchips minúsculos, de acordo com um estudo publicado no domingo pela revista Nature Nanotechnology.
Microchips são usados em computadores, celulares e outros aparelhos eletrônicos. "Trata-se da primeira demonstração do uso de moléculas biológicas a fim de ajudar com processamento, no setor de semicondutores," disse Spike Narayan, gerente de pesquisa da IBM, em entrevista à Reuters.
"Basicamente, isso nos informa que estruturas biológicas como o DNA, na verdade, oferecem tipos muito repetitivos de padrões, passíveis de reprodução, o que podemos aproveitar de forma prática nos processos de semicondutores," disse.
A pesquisa foi conduzida por cientistas do Almaden Research Center, da IBM, e do California Institute of Technology. No momento, quanto menor o chip, mais caro o equipamento. Narayan disse que se o processo de origami de DNA conseguir atingir nível de produção, os fabricantes poderiam trocar centenas de milhões de dólares em complexas ferramentas por menos de um milhão de dólares em polímeros, soluções de DNA e equipamentos de aquecimento.
"As economias em diversas áreas representariam montante significativo, somadas," ele diz. Mas os novos processos só devem estar em uso daqui a no mínimo 10 anos.
Narayan afirmou que, embora o origami de DNA possa permitir que os fabricantes de chips construam estruturas bem menores do que as possíveis com ferramentas tradicionais, a técnica ainda precisaria de anos de experiência e teste.

Fonte: www.terra.com.br