segunda-feira, julho 11, 2011

Briga por executivos faz disparar salários no setor de petróleo


Para segurar os melhores, Petrobras vai reformular plano de retenção de talentos.

Cláudia Schüffner e Fernando Torres


O atual CEO da HRT Marcio Mello, ex-funcionário da Petrobras, recebeu a maior remuneração paga pela companhia em 2010

Maior fornecedora de mão de obra para as empresas nacionais e estrangeiras que operam no setor de óleo e gás no Brasil, a Petrobras está reformulando seu programa de retenção de funcionários. Com 77 mil colaboradores próprios e um exército de 295 mil empregados de suas prestadoras de serviços, a estatal enfrenta dilemas por ser uma companhia pública de capital misto - e não se sente confortável com o assunto no momento.A primeira diferença entre ela e as organizações privadas é a impossibilidade de escolher seus funcionários, já que eles entram por concurso público. Um dos atuais desafios da maior empresa do Brasil - com valor de mercado de R$ 319 bilhões - é a perda de pessoal com mais tempo de casa, alguns a poucos anos da aposentadoria.

A Petrobras informa que não tem regras específicas para o desligamento de executivos com acesso a informações confidenciais e que os contratos de trabalho não preveem quarentena. Se por um lado os diretores da estatal são os que administram mais recursos e o maior portfólio de ativos, por outro são os menos remunerados na comparação com seus pares no Brasil e no exterior. Um executivo da Petrobras contou que a empresa paga até 17 salários por ano, considerando o 13º e 14º salários, PLR e bônus, mas empresas novatas como a OGX e a HRT são campeãs de remuneração.

No ano passado, a Petrobras pagou R$ 8,175 milhões para sua diretoria executiva. O maior valor em 2010 chegou a R$ 1,2 milhão, equivalentes a US$ 728 mil, pagos ao presidente José Sergio Gabrielli. Cada diretor recebeu R$ 1,149 milhão (US$ 691 mil). É bem menos do que faturaram diretores da OGX, HRT e executivos do board de multinacionais como Repsol, Shell e BG. Foi o que mostrou uma pesquisa do Valor com base nos salários, pagos em seus países de origem, à diretoria das grandes empresas que operam no Brasil.

Na amostra, apenas a ExxonMobil, maior companhia de petróleo do mundo entre as de capital aberto, e a Chevron pagam mais do que a OGX (veja quadro). Em 2010, a organização controlada por Eike Batista remunerou seu principal executivo - Paulo Mendonça, ex-gerente executivo de exploração da Petrobras e hoje presidente da OGX - com R$ 19, 7 milhões, equivalentes a US$ 11,8 milhões. O valor supera os rendimentos dos diretores da espanhola Repsol, das britânicas BG e BP e da norueguesa Statoil.Os salários da HRT não ficam atrás. O valor mais alto pago pela empresa no ano passado foi de R$ 9,1 milhões, provavelmente para seu presidente, o geofísico Marcio Mello, também ex-funcionário da estatal brasileira.

A Petrobras tem a seu favor a estabilidade dos funcionários e vários benefícios para os iniciantes e de cargo médio. A lista de ex-funcionários que hoje ocupam o topo da hierarquia das empresas de Eike Batista - além da OGX ele controla a MPX e OSX nas áreas de energia e construção naval - é grande. A HRT informa para investidores que tem 52 ex-funcionários da estatal em seus quadros. Alguns colaboradores que deixaram a organização nos últimos anos contam que havia um programa de retenção apelidado informalmente de "algema de ouro", mas a companhia não confirma.

"Os empregados da Petrobras têm oportunidade de progressão na carreira nos padrões do mercado de trabalho através de um sistema corporativo de gestão de desempenho, em que os objetivos estratégicos são desdobrados em metas individuais e de equipes. Anualmente, os empregados são avaliados conforme o atendimento de suas metas e competências, resultando em avanço na carreira e ganho salarial", informou a Petrobras, em nota.

"Para as carreiras técnicas, há a função especialista, destinada à retenção de empregados que detenham conhecimentos, habilidades ou domínio de tecnologias e métodos, e que apresentem alto desempenho técnico", continua a nota. "A companhia dispõe de remuneração variável baseada nos resultados de sua operação e o montante distribuído aos empregados, a título de Participação nos Lucros e Resultados (PLR), através de um processo de negociação com as entidades sindicais".

Uma fonte explicou ao Valor que, na reformulação do plano de carreiras que está em curso, a Petrobras estuda um modo de reter funcionários com perfil profissional considerado estratégico. Os critérios serão definidos pela diretoria e haverá um determinado número de vagas.

Na OGX, a política de retenção de talentos prevê pagamento de remuneração variável em complemento ao salário fixo mensal, negociada caso a caso. Segundo a empresa, a parte variável pode incluir bônus anual de acordo com o cargo e opções de ações que podem vir direto do controlador, ou seja, de Eike Batista, ou da própria companhia. O prazo médio para que o executivo tenha o direito de exercer as opções é de sete anos. "Tais valores não são pré-determinados e variam conforme o contrato do colaborador na ocasião de sua admissão", explica a OGX.

A HRT também tem um plano de incentivo e de outorga de opções de ações. "Para retenção dos seus profissionais, a HRT aposta nos desafios oferecidos pela empresa, no ambiente de trabalho e em um pacote de salários e benefícios compatível com o mercado de petróleo e gás", informa a empresa.

Fonte: http://www.administradores.com.br

Veja dicas para o concurso da Petrobras que começa dia 12



Especialista recomenda focar nas áreas de conhecimento específico

Começam na próxima terça-feira (12) as inscrições para o concurso da Petrobras com 587 vagas. São 148 para nível superior, distribuídas em 21 cargos, abrangendo as mais variadas formações - de astronomia a oceanografia, entre outras. É a oportunidade de o candidato exercer a sua profissão com as garantias do emprego público. Há também 439 vagas para nível médio, em diversas regiões do país.

Mande dúvidas sobre concursos no espaço para comentários; perguntas selecionadas serão respondidas em coluna quinzenal

Não é necessário experiência no setor de petróleo e gás, basta o candidato ter o conhecimento exigido no edital. A estatal realiza treinamentos com seus funcionários.

O momento é propício para todas as atividades relacionadas ao setor no Brasil e não haveria de ser diferente com a Petrobras, que vem realizando concursos ao menos uma vez por ano, nos últimos cinco anos, com vagas distribuídas por todo o país. São oferecidas, muitas vezes, mais de mil oportunidades no ano. As provas costumam ser elaboradas pela Cesgranrio, exceto por duas provas em 2008, organizadas pelo Cespe/UnB.

O prazo de validade do concurso atual será de 6 meses, podendo ser prorrogado uma vez por igual período, a critério da empresa. Isso é um indicador de que os aprovados dentro do número de vagas oferecidas no edital estarão empregados em pouco tempo. Mas o edital ressalta que candidatos aprovados no concurso anterior e que estejam no cadastro serão contratados com prioridade, enquanto durar a validade daquele concurso.

Regime de CLT
Como se trata de sociedade de economia mista, ou seja, sociedade anônima de capital aberto cujo acionista majoritário é o governo do Brasil, os empregados da Petrobras são regidos pela CLT, mas o acesso aos cargos se dá por meio de concurso público, conforme o artigo 37 da Constituição.

Um dos grandes atrativos para os aprovados nesses concursos é o pacote de benefícios. Além do salário-base e da participação nos lucros, a Petrobras oferece previdência complementar, benefícios educacionais para filhos (da creche ao ensino médio) e plano de saúde (médico, odontológico, psicoterápico e benefício farmácia).

A remuneração mínima para os cargos de nível médio varia de R$ 1,8 mil para inspetor de segurança interna, R$ 2,1 mil para técnico de administração e controle, e R$ 2,6 mil para todos os outros cargos de nível médio. Para os cargos de nível superior é de R$ 5,7 mil para assistente social, contador, estatístico, dentista e nutricionista, e de R$ 6,2 mil para os demais.

Foco em conhecimentos específicos
Como estratégia de estudo, os candidatos devem utilizar a resolução de provas de concursos anteriores da Petrobras -se possível para o cargo desejado-, dando preferência aos concursos realizados pela Cesgranrio. Com isso, fica mais fácil melhorar o foco, além de se familiarizar com o estilo de cobrança e de questões que encontrará na prova.

As provas objetivas para os cargos de nível médio constarão de 60 questões. Dessas, 20 são referentes aos conhecimentos básicos –português e matemática, sendo 10 de cada- e terão somente caráter eliminatório e uso em caso de desempate. O candidato precisará cuidar para garantir a pontuação mínima -50%- e não pode zerar nenhuma das matérias para não ser eliminado, mas estes pontos não serão contabilizados para a sua classificação.
Os outros 40 pontos serão referentes aos conhecimentos específicos, que variam de acordo com o cargo pretendido. É aí que o candidato deverá concentrar os seus esforços durante a preparação, porque essas matérias definirão a sua ordem de classificação no concurso.

Para os cargos de nível superior, a situação é semelhante. As matérias cobradas na prova de conhecimentos básicos serão português e inglês, com 10 questões de cada. Também neste caso a prova tem somente caráter eliminatório e de desempate, se necessário. A pontuação mínima para não ser excluído do concurso é de 50%, não podendo tirar zero em qualquer das duas disciplinas.

A prova de conhecimentos específicos de nível superior constará de 50 questões, cujo conteúdo varia conforme o cargo. Também nesse caso, os pontos na prova de conhecimentos específicos é que definirão a classificação do candidato.

Cargos diferenciados
Os que disputarem o cargo de inspetor de segurança interna júnior terão ainda prova física: barra fixa, flexão abdominal e corrida. Neste caso, é importante incluir o treino físico na preparação para o concurso. Vale alertar que, para ocupar o cargo de inspetor de segurança, o candidato deverá ter 21 anos completos na data da admissão, enquanto para todos os outros cargos são exigidos apenas 18 anos.

Para o cargo de advogado júnior haverá prova discursiva, realizada na mesma data da objetiva. Serão 2 questões, valendo 10 pontos cada: um relatório de análise de caso e uma redação sobre tema dos conhecimentos específicos. Será exigido o mínimo de 60% para aprovação.

Classificação
Para todos os cargos, serão classificados os aprovados em até 10 vezes o número de vagas publicadas por cargo/pólo de trabalho, incluindo o número previsto. Para os aprovados dentro das vagas oferecidas no edital, a contratação é garantida. Os que ficarem no cadastro de reserva, além das vagas, poderão ser aproveitados no caso do surgimento de novas vagas dentro do prazo de validade do concurso.

* Lia Salgado, colunista do G1, é fiscal de rendas do município do Rio de Janeiro, consultora em concursos públicos e autora do livro “Como vencer a maratona dos concursos públicos”

Fonte: http://eptv.globo.com/

Pré-sal: proposta de divisão dos royalties é apresentada à União



O acordo prevê fontes de recursos que poderão remunerar os não produtores no período de transição até a atividade plena dos campos do pré-sal; redistribuir aos não produtores os royalties da União em campos do pós-sal; repassar pelos critérios do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) e do Fundo de Participação dos Estados (FPE) a renda com a participação especial do pós-sal; transferir royalties e participação especial das áreas já licitadas do pré-sal; elevar a alíquota da participação especial para remunerar os estados; e recursos dos bônus de assinatura dos leilões da ANP (Agência Nacional do Petróleo).

"A União se abriu para o debate. Há um conjunto de ações; o governo federal tem um papel destacado nesse processo e nós, os estados, precisamos ajustar as nossas receitas. Reconhecemos que os estados não produtores precisam ter acesso ao petróleo, tanto do pré-sal quanto do pós-sal licitado. Discutimos sobre a antecipação da produção do campo de Libra, na Bacia de Santos, uma reserva de cinco bilhões de barris de petróleo, os royalties da mineração, o Fundo de Participação dos Estados e o ICMS interestadual. Essas propostas facilitam a União a encontrar um caminho", afirmou o governador Sérgio Cabral.

Secretários de Fazenda e de Desenvolvimento do Rio, São Paulo, Espírito Santo, Pernambuco, Sergipe e Ceará se encontraram para elaborar os percentuais que caberão aos estados produtores e não produtores de petróleo. A reunião foi resultado de uma decisão preliminar estabelecida no dia 30 de junho. Para o governador da Bahia, Jaques Wagner, o encontro desta terça foi ainda mais positivo.

"A marca foi a ponderação. Todo mundo sabe que o melhor caminho é do entendimento político, não só aqui nessa reunião, mas no Senado da República e na Câmara dos Deputados, que é onde se vota a matéria. Essa foi uma primeira reunião entre a União e os estados incumbidos do entendimento muito positiva", disse o governador Jaques Wagner.

Projeto de redistribuição está no Congresso

Enviado ao Congresso no ano passado, o projeto de redistribuição dos royalties do pré-sal está na Câmara dos Deputados. Segundo estimativas dos estados produtores, as receitas com royalties de todos os campos do pré-sal vão atingir R$ 66 bilhões em 2020 para União, estados e municípios. A projeção considera produção diária de seis milhões de barris.

Fonte: http://www.jb.com.br/