domingo, março 06, 2011

Petrobras quer estimular indústria naval com estaleiro no Ceará em breve


"Primeiro, façam estaleiros; segundo, façam estaleiros; terceiro, façam estaleiros". É dessa forma que o diretor de Abastecimento da Petrobras, Paulo Roberto Costa, tem aconselhado investidores duvidosos no que concerne ao futuro da indústria de petróleo e gás natural.

Por enquanto, o Ceará continua "a ver navios", excluído do boom do setor naval brasileiro dos últimos anos, mas o executivo da estatal disse, durante coletiva sobre o balanço do Programa Empresa Brasileira de Navegação (EBN) ter "crença que em breve o Ceará vai ter seu estaleiro". "Eu acho que com a ida de uma refinaria para o Estado, com o aumento da capacidade industrial, tem todo sentido o Ceará fazer esse pleito por um estaleiro", opina.

Roberto Costa já conversou com o presidente da Transpetro, Sérgio Machado, sobre o estudo que indica quais locais serão os mais indicados para a construção de um empreendimento de médio porte do tipo no litoral cearense. O relatório final foi entregue pela empresa Concremat Engenharia à subsidiária da petrolífera na última segunda-feira, 28. A Transpetro está avaliando, o presidente Sérgio Machado está avaliando o tema, e acredito que talvez em 30 ou 60 dias se tenha uma posição a respeito", comentou o diretor de Abastecimento.

"Faltou articulação"

Paulo Roberto Costa criticou ainda a falta de articulação entre Governo do Estado e Prefeitura de Fortaleza com relação ao impasse para a instalação do Estaleiro Promar Ceará na Capital, polêmica que teve seu ápice durante o primeiro semestre do ano passado, comparando à agilidade que teve Pernambuco em arrebatar o projeto. "É preciso que as autoridades locais, a nível de governo estadual e governo municipal, sejam proativos nessa decisão. Não vou entrar em detalhes, mas o estaleiro saiu lá do Ceará e dois dias depois estava em Pernambuco, já com terreno liberado, com área liberada e tudo. Então, tem que ter uma ação muito proativa de incentivos, de participação, entre Estado e Município", critica.

Conforme disse, a real vinda de uma planta do tipo no Estado depende, além dessa articulação, de iniciativa do empreendedor privado atrelada à quantidade de encomendas por parte da Petrobras, o que não deve ser problemas, já que se especula um EBN 3 e um Promef 3 (Programa de Modernização e Expansão da Frota).

Polêmica

O Ceará teve sua primeira chance de ter um estaleiro de grande porte em 2010, quando o Promar Ceará venceu licitação do Promef para a construção de oito gaseiros. A partir disso, deu-se início a uma queda de braço entre Prefeitura de Fortaleza e Governo do Estado com relação ao projeto. Este queria a instalação da planta na Praia do Titanzinho, no Serviluz. Aquela, questionava os impactos ambientais de uma obra de tal envergadura, além da própria instalação em um centro urbano, na contramão do que é feito no mundo. Com o fim do prazo dado pelo investidor para a resolução do impasse, Pernambuco conseguiu articular a ida do intento para Suape.

Alternativa

Uma alternativa, defende o engenheiro naval Paulo Lemgruber, da Interocean Engenharia & Ship Management, empresa que faz assessoria para construção de embarcações, teria sido o fortalecimento da Inace, estaleiro já em operação no Ceará. "O cearense não está valorizando a importância de um estaleiro como a Inace. Nos anos 70, quando vários outros estaleiros foram a falência, a Inace continuou operando. Não apoiar o empresário local é um grande erro. Lá não tem condição de construir navios do Promef porque não é apoiado. A Inace é exemplo para a indústria naval do Brasil, faz navios militares que nenhum estaleiro do Sudeste conseguiu entregar".

Fonte: Diário doNordeste(CE)

Estaleiro Atlântico Sul (EAS) investirá R$ 690 mi


O Estaleiro Atlântico Sul (EAS) vai investir R$ 690 milhões na ampliação de seu parque naval no Complexo de Suape. O aporte é para reforçar a área de offshore (equipamentos para a exploração de petróleo no mar). Recentemente, a empresa venceu licitação da Petrobras para a construção de sete sondas de perfuração, que serão usadas na exploração de petróleo na camada do pré-sal.

Para garantir os recursos, o EAS entrou com um pedido de financiamento no Fundo de Marinha Mercante (FMM), no valor de R$ 560 milhões. O pleito foi encaminhado em janeiro deste ano. O presidente do estaleiro, Angelo Bellelis, explica que o investimento será aplicado na construção de um segundo cais, na compra de equipamentos de içamento para montar os módulos dos navios-sonda e na construção de oficinas de fabricação de estruturas, vestuários, escritórios de apoio, refeitórios, banheiro e ambulatório.

O investimento de R$ 690 milhões é alto se levado em consideração que a implantação do estaleiro custou R$ 2 bilhões. O novo aporte representa 34,5% do que já foi aplicado. Do total aplicado, R$ 1,3 bilhão foi financiado pelo FMM e repassado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Com o reforço na planta, o Atlântico Sul terá condição de tocar a encomenda de sete sondas da Petrobras. O pacote gigante de US$ 4,63 bilhões das sondas mais do que dobra o tamanho da carteira do EAS, que antes do resultado da licitação estava em US$ 3,5 bilhões. Com maior conteúdo tecnológico, a construção das sondas vai exigir a contratação de profissionais especializados.

Hoje, o EAS conta com 22 navios em carteira, que serão construídos para a Transpetro, além do casco da plataforma P-55. O João Cândido – primeiro petroleiro – só deverá ser entregue no segundo semestre de 2011. Atualmente dentro do dique seco também estão em fase de montagem o navio Zumbi dos Palmares e o casco da P-55. Essa última deverá ser concluída em junho para terminar a montagem no Estaleiro Rio Grande (RS).

MÃO DE OBRA

Até o dia 30 deste mês, o Atlântico Sul deverá concluir a contratação de 1.200 colaboradores para reforçar o quadro de funcionários da empresa. Bellelis adianta que 600 vagas foram preenchidas, todas com pessoal de Pernambuco. O EAS também está com polos de seleção de mão de obra no Rio, na Bahia e em São Paulo. Outra frente de captação é contratar decasséguis que voltaram do Japão e estão em Estados como Paraná e São Paulo.


(Fonte: Jortnal do Commercio PE)/A.G)

Dilma adota estratégia de exportação para o pré-sal


O governo brasileiro quer se tornar grande exportador de gás e petróleo aos Estados Unidos, para evitar que os combustíveis extraídos da camada pré-sal no litoral do Brasil reduzam a proporção de fontes de energia "limpa", renovável, como a hidroeletricidade, na matriz energética brasileira. A intenção de exportar a maior parte do petróleo e gás do pré-sal para não "sujar" a matriz foi comunicada pela presidente Dilma Rousseff a enviados do governo americano que estiveram no país em preparação à visita do presidente Barack Obama.

A estratégia brasileira foi bem recebida em Washington, onde a oferta é vista como uma oportunidade para concentrar no continente americano cada vez mais os fornecedores de combustível fóssil aos EUA, reduzindo a dependência em relação ao Oriente Médio. Ainda não estão concluídas as conversas para o mecanismo que consolidará essa cooperação na área de energia, mas o tema já está escolhido como um dos principais assuntos da visita de Obama ao país e de seu comunicado conjunto com Dilma Rousseff, no sábado, dia 20.

O interesse em ter os EUA como grande consumidor do petróleo do pré-sal foi comunicado por Dilma, em fevereiro, ao secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner e, em janeiro, aos senadores republicanos John McCain e Jonh Barrasso. Os EUA obtêm do Canadá e do México, seus maiores fornecedores, pouco mais de um terço do petróleo que importam; outro terço vem da Arábia Saudita, Nigéria e Venezuela. O Brasil é o décimo maior fornecedor aos EUA.

A perspectiva de obter no Hemisfério Ocidental, em região de influência americana, a maior parte do petróleo consumido nos EUA é recebida com entusiasmo em Washington, segundo uma autoridade que acompanha os preparativos para a vinda de Obama. Mesmo com o aumento da produção local, o Escritório de Energia Americano prevê que o país continuará importando cerca de metade do petróleo que consome e só em 2035 deve reduzir essa parcela a 45%.

O Eximbank americano já ofereceu à Petrobras desde 2010 financiamento de até US$ 2 bilhões para investimentos no pré-sal, com participação de empresas do país. A oferta de linhas do mesmo porte deve ser oficializada durante a visita do presidente americano para financiar joint ventures de companhias brasileiras e americanas no exterior, especialmente na África, em projetos de infraestrutura e exploração mineral.

A tentativa da Exxon de explorar poços em águas ultraprofundas foi malsucedida, como registrou a empresa em seu balanço, no ano passado, ao contabilizar como perdas dois poços na bacia de Santos onde investiu algumas centenas de milhões de dólares antes de considerá-los inviáveis comercialmente. A empresa teria obtido, porém, informações geológicas importantes que poderão ser usadas em novas tentativas, segundo uma fonte que acompanha o assunto.

Fonte: http://www.clickmacae.com.br/