terça-feira, janeiro 22, 2013

Plataforma Hi Tech expande alcance da Shell

Ferramentas digitas permitem explorar campos antes inacessíveis

O novo tipo de plataforma de perfuração desenvolvido pela Royal Dutch Shell para ajudar a extrair petróleo de profundidades oceânicas antes inacessíveis não se parece em nada com plataformas convencionais. Equipada com uma nova geração de tecnologias digitais, a Noble Bully 1 - um monstro de 30.270 toneladas, no tamanho de dois campos de futebol - pode guiar uma broca de 21,5 polegadas a milhares de metros abaixo da superfície da água para o centro de um alvo de cerca de um metro quadrado.

O desenho da plataforma ajuda a Shell a perfurar poços mais rapidamente, com mais segurança e a um custo mais baixo do que jamais ocorreu anteriormente. Noble Bully 1faz parte de uma revolução tecnológica que está impulsionando o "boom" de petróleo e gás da América do Norte e aumentando a independência energética do continente.

As inovações em informática, inclusive novas e poderosas ferramentas de imagens e de análises preditivas, estão tornando possível para empresas como Shell, BP e Chevron mapear e explorar campos de petróleo e gás antes inacessíveis, em formações rochosas e xisto, ou enterrados muito abaixo do fundo do mar e protegidos por grossas camadas de sal. "Desde que eu comecei, a água tem ficado mais profunda, os poços têm ficado mais fundos e a tecnologia tem ficado muito mais desafiadora", diz David Loeb, gerente de operações de águas profundas da Shell no Golfo do México, que ingressou na companhia em 1975.

Sustentabilidade, precisão e segurança em até 12 km abaixo do fundo do mar

Cerca de dois metros mais estreita e de 60 a 70 metros mais curta que plataformas marítimas convencionais, a Noble Bully 1 pode operar em profundidades de 50 a 2,5 mil metros de água - e até 3,5 quilômetros, com alguns reforços de segurança. A Shell afirma que pode perfurar até 12 quilômetros abaixo do fundo do mar. Uma outra plataforma que usa o mesmo desenho, a Noble Bully 2, opera no litoral do Brasil.

A principal distinção da Noble Bully 1 é sua torre branca totalmente fechada, que substitui a estrutura de grua aberta - muito utilizada em plataformas de petróleo há gerações. A torre fechada envolve dois guindastes - um para perfuração ativa e o outra para unir tubos de 12 metros que vão da plataforma para dentro da terra, quilômetros abaixo. Embora menor, a Bully, segundo a Shell, tem tanta potência de indução e capacidade de armazenagem quanto plataformas de perfuração convencionais. A tecnologia da Bully - que inclui GPS embutido, sensores de vento, sensores de movimento, bússolas, um sistema hidráulico e motores de propulsão controlados por computador no fundo da embarcação - permite à Shell perfurar poços com mais precisão. Loeb ajudou a conceber e agora administra a Bully, que foi desenvolvida pela Shell e pela Frontier Drilling, hoje pertencente à Noble Corp.

A Noble Bully 1 é operada pela Noble, que tem a Shell entre seus acionistas. A embarcação está perfurando poços para uma nova plataforma (a Olympus), que vai prover a infraestrutura de superfície para dois desenvolvimentos de águas profundas, a West Boreas e a Sout Deimos. A Olympus vai ser uma plataforma de pernas tensionadas, um tipo que flutua no mar como uma rolha, amarrada com cabos ao fundo do oceano.

O projeto, conhecido como B Mars, tem contado totalmente com nova tecnologia. A Shell explorou a área em 2007, usando um novo tipo de tecnologia sísmica chamada sensoriamento remoto do fundo do mar, que substituiu cabos fixos equipados com dispositivos de escuta submarina por cabos móveis mais leves, mais próximos do piso do Golfo. Outras empresas também usam a tecnologia, informou a Shell.

Os novos sensores captam mais dados que as explosões sônicas enviadas por uma plataforma de exploração. Ao identificar a área, os cientistas da Shell trabalham em terra para analisar os dados com inteligência artificial (que a própria empresa desenvolveu) e produzem mapas em três e quatro dimensões dos depósitos de petróleo, utilizando chips de computadores semelhantes aos encontrados em videogames avançados - o que facilita a navegação da tripulação.

A plataforma também tem submarinos não tripulados, equipados com braços robóticos e câmeras de vídeo de alta definição que, se necessário, podem ser dirigidos para a operação de perfuração no fundo do oceano.

A Noble opera a plataforma de perfuração altamente automatizada, com 160 trabalhadores - 40% menos do que o exigido por uma plataforma de perfuração tradicional. A economia com pessoal reduz os custos operacionais e melhora a segurança, já que diminui o número de pessoas na zona de perfuração. A plataforma menor também contém menos aço e usa menos combustível do que os modelos mais convencionais, sendo mais sustentável.

A Shell informa que nunca teve um grande vazamento em mais de 30 anos de perfuração em águas profundas, mas a segurança é um tópico quase constante nas conversas a bordo do Bully, onde qualquer pessoa, mesmo visitantes, tem a autoridade para parar as atividades caso ache que algo está errado, diz um dos diretores da plataforma
Fonte: The Wall Street Journal

Estaleiro do Paraguaçu entra em licitação da Petrobras de R$ 2 bilhões

O estaleiro é uma associação entre as construtoras Odebrecht (35%), OAS (17,5%), UTC (17,5%) e a japonesa Kawasaki (30%), fabricante de motos que também atua há 130 anos no setor naval
 
Com a matriz ainda em construção na Bahia e apenas 15 meses após sua idealização, o Estaleiro Enseada do Paraguaçu já soma contratos de US$ 6,5 bilhões por dez megaembarcações destinadas à Petrobras, incluindo seis sondas para o pré-sal.
O Enseada do Paraguaçu entrará nas próximas semanas em mais uma concorrência bilionária da Petrobras para plataformas, apesar de ainda faltar um ano para o estaleiro principal iniciar suas operações.
"Tem muita coisa pela frente. O problema é que também tem muita gente construindo estaleiro. Precisa de competitividade, produtividade e gestão. Quem sair na frente (sem atrasar), terá vantagem", disse o presidente da empresa, Fernando Barbosa, sobre as próximas oportunidades de negócio com a petroleira. "É um desafio enorme".
O EEP é um dos oito "estaleiros virtuais" em construção no País - um assunto que deixa a presidente da Petrobras, Graça Foster, preocupada com a possibilidade de atrasos no programa de produção da estatal.
O estaleiro é uma associação entre as construtoras Odebrecht (35%), OAS (17,5%), UTC (17,5%) e a japonesa Kawasaki (30%), fabricante de motos que também atua há 130 anos no setor naval. O principal contrato (US$ 4,8 bilhões) do EPP, por meio da gestora Sete Brasil, é para a construção de seis das 28 sondas de perfuração de águas ultraprofundas para o pré-sal. A primeira começa a ser montada durante a conclusão do estaleiro principal em Maragojipe (BA).
O restante das encomendas está na transformação de quatro cascos de navios petroleiros em plataformas (P-74, P-75, P-76 e P-77) que serão alocadas na área da cessão onerosa. A conversão é feita pelo EEP no estaleiro Inhaúma, arrendado pela Petrobras e em operação no Rio de Janeiro.
Do Estadão com informações da redação