sábado, outubro 20, 2012

PRÉ-SAL - Extrair lucro o maior de todos os desafios

Empresas nacionais e estrangeiras investem em inovação para tirar petróleo das profundezas do mar e transformá-lo em combustível.
 
Como prospectar, tirar, transportar e transformar o petróleo do pré-sal em combustível? E como fazer tudo isso gastando menos e eliminando riscos de acidentes ambientais? Vinte e uma empresas grandes, pequenas e médias do setor de petróleo e gás estão pagando meio bilhão de reais para ter respostas a essas questões.

É o quanto estão aplicando no Parque Tecnológico do Rio de Janeiro para Montar seus centros de pesquisa e desenvolvimento (P&D) na maior iniciativa do gênero no País. Instalado desde 2003 dentro do campus da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, o Parque Tecnológico do Rio ocupa uma área de 350 mil metros quadrados e abriga, além das empresas, seis laboratórios e centros de pesquisa privados e públicos.

Celeiro de cientistas, professores, doutores e mestres, acolhe hoje cerca de mil profissionais e estima-se que, até 2014, contará com 5 mil. Eles estão trabalhando em temas como sísmica, captura de gás carbônico, engenharia naval e outros voltados para maximizar a produção e minimizar riscos no negócio da exploração de petróleo e gás.

A licitação dos terrenos foi rápida e estava esgotada em 2006, quando foi anunciada a descoberta do pré-sal. Tanto que a administração do parque, a cargo da Fundação Coppe, ligada à Coppe/ UFRJ - Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós Graduação e Pesquisa de Engenharia, está tirando do papel um plano de expansão.

Em uma área de 240 mil metros quadrados na Ilha do Bom Jesus, ao lado da Ilha do Fundão, em um local chamado Polo Verde, será construída a Torre da Inovação, um edifício no qual poderá ser instalada mais de uma centena de pequenas e médias empresas.

Interesse - A obra se justifica pelo forte interesse das empresas do setor. "Desde o começo da crise, em 2008, temos recebidos duas a três delegações internacionais. Por semana, dispostas a se instalar no parque", relata Alfredo Laufer, gerente de Articulações Corporativas da Fundação Coppe. "O que está sendo desenvolvido no parque é voltado para atender às necessidades do pré- sal", acrescenta ele.

Aumento de produção - Para o consultor Adriano Pires, sócio-fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infra Estrutura (CBIE), o que move os investimentos que as empresas estão fazendo em pesquisa é o aumento da produção, tendo em vista que o petróleo vem se mantendo na faixa de US$ 100 o barril. No entanto, isso tem que ser feito sem elevar os custos, já bastante altos, principalmente na fase de prospecção, e sem provocar acidentes.

Pires lembra que o acidente com a plataforma Deepwater, operada pela British Petroleum no Golfo do México, mostrou que o custo de um acidente como esse para as empresas pode ir muito além dos milhões de dólares gastos em reparos. Sem falar em danos à imagem, o que se reflete na rentabilidade das ações da companhia.

Para o consultor Adriano Pires, que já foi superintendente de Abastecimento da Agência Nacional de Petróleo (ANP), além da necessidade de tornar a exploração viável e sustentável, a pesquisa deve responder a demandas da logística, uma vez que a região do pré-sal está a mais de 300 quilômetros da costa.

Outro forte motivador que atrai novos grupos ao local é a presença da Petrobrás. Espécie de "loja-âncora" do Parque Tecnológico do Rio, a estatal instalou ali seu principal centro de pesquisas, o Centro de Pesquisas e Desenvolvimento Leopoldo Américo Miguez de Mello (Cenpes), o mais moderno do País. A empresa exige que as operadoras destinem1% do valor de suas obrigações de participações especiais em pesquisa e desenvolvimento (P&D)no setor.

Regulamentadas pela ANP, as participações especiais são compensações financeiras devidas pelas concessionárias em caso de a atividade de exploração gerar grande volume de produção ou grande rentabilidade.

Campos maduros - A americana Halliburton está desde agosto de 2011 ocupando mais de 7 mil metros quadrados em três andares no parque, onde está instalando laboratórios especializados, área de testes e salas de treinamento e conferências. "O centro será capaz de prover soluções e serviços para implementar e acelerar a exploração em águas profundas, aumentando a produção dos campos maduros", afirmou Tim Probert, presidente da companhia.

Também instalaram seus centros no Parque Tecnológico do Rio as gigantes Schlumberger, especializada em prospecção geofísica; Baker Hughes, fornecedora de equipamentos, serviços e softwares; a FMC Technologies, especializada em soluções de exploração e produção submarinas; a fabricante de tubos de aço Tenaris Confab; a EMC Computer Systems Brasil, fabricante de equipamentos para armazenamento e análise de informações, e a alemã Siemens, que vai desenvolver pesquisas em várias áreas, como a de tecnologia em alto-mar e submarina.

Inovações nacionais - Entre as pequenas e médias empresas instaladas na Ilha do Fundão, algumas já estão tirando do papel suas inovações. A PAM Membranas é a primeira brasileira a fabricar membranas de microfiltração, tecnologia de ponta para o reuso da água. Já, a Oil Finder, empresa residente na incubadora de empresas da Coppe/UFRJ, lançou em junho o Global Seep Alert, um serviço de alerta eletrônico sobre áreas de exsudação - onde acontecem escapes naturais de óleo no fundo do mar. Seu objetivo é aumentar a eficiência na exploração de petróleo, reduzindo a área de investigação em mais de 50 vezes.

Há ainda iniciativas conjuntas em laboratórios consorciados, como o Lab Oceano, onde são realizados ensaios de modelos de estruturas e equipamentos usados na exploração em alto-mar em tanques gigantes; ou como o LabCog, onde são avaliadas tecnologias de recuperação do meio ambiente e desenvolvidas plataformas a partir de realidade virtual.

No Laboratório de Aplicação e Desenvolvimento em Instrumentação, Automação, Controle, Otimização e Logística (Lead), são reproduzidos ambientes de salas de controle e instrumentos para a avaliação das novas rotas tecnológicas na área de automação e controle de riscos, além de treinamento de profissionais em refinarias de petróleo.

O legado desses investimentos para a pesquisa nacional vai além dos produtos, sistemas e dados produzidos pelos laboratórios ali instalados. As instalações voltarão para a universidade, ao final do prazo do aluguel, cuja concessão estende-se por 20anos, renováveis por mais 20 anos.

Conteúdo nacional - O Parque Tecnológico do Rio está alinhado com a diretriz do governo de elevar o conteúdo nacional na produção de petróleo e gás. Alfredo Laufer, da Fundação Coppe, diz que, embora as empresas estrangeiras estejam a portando em peso com P&D no Brasil, até mesmo trazendo suas bases de pesquisa para o País, a indústria nacional tem que acompanhar o movimento no sentido de criar equipamentos que possam integrar a tecnologia desenvolvida nos centros de pesquisa. "Se anos a indústria não acompanhar esse progresso, vamos acabar tendo que importar equipamentos", afirma Laufer.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) poderá ser um aliado importante do Parque Tecnológico, por meio de incentivos às empresas da cadeia de produção de petróleo e gás, com vistas à eliminação de gargalos tecnológicos, aumentando o conteúdo nacional. O banco lançou um programa específico para o fomento a inovações no setor de petróleo e gás. Segundo Helena Tenório Veiga de Almeida, chefe do Departamento de Avaliação, Inovação e Conhecimento (Deinco), da Área de Planejamento da instituição, os valores destinados ao programa ainda estão em definição. Entre as atividades que poderão ser apoiadas estão os projetos específicos à exploração no pré-sal centrados, por exemplo, na estrutura de tubulação, nas costuras dos tubos e nos sistemas de ancoragem das plataformas.
 

Pré-sal já aquece economia de cidades litorâneas

A extração de petróleo do pré-sal na costa brasileira ainda engatinha, mas, quando a exploração estiver a todo vapor, especialistas apostam que haverá um aquecimento dos postos de trabalho no país. Entretanto, em algumas cidades litorâneas, como Santos (SP), esse cenário já é realidade.

Só a Petrobras deverá contratar 9.000 pessoas em todo o país até 2014, o que ampliaria o quadro de empregados de 55 mil para 64 mil. Mas o número de novos funcionários a serem contratados pela cadeia de fornecedores da estatal será bem maior. Segundo especialistas, para cada emprego direto criado no setor, surgem outros cinco indiretos.

No final do ano passado, a Petrobras decidiu que a base operacional da Bacia de Santos – que vai do litoral do Rio de Janeiro até Santa Catarina – ficaria na cidade de Santos (SP).

Até 2017, a empresa vai concluir a construção de três prédios com capacidade para abrigar 6.500 funcionários em um terreno de 25 mil metros quadrados no Valongo (um bairro em processo de reurbanização), diz o secretário de Desenvolvimento e Assuntos Estratégicos de Santos, Márcio Lara.

– As novas oportunidades de emprego no setor começaram a surgir antes do anúncio do pré-sal, em 2005. O setor de petróleo e gás já emprega cerca de 1.100 funcionários aqui, mas esse número deverá crescer. Como para cada emprego direto criado no setor de petróleo surgem outros cinco indiretos, [só com os 6.500 empregos da Petrobras] deveremos chegar a quase 32,5 mil postos, um aumento de 30% nos postos de trabalho na cidade de Santos e nas vizinhas Cubatão, Guarujá e São Vicente.

De olho nesses empregos e influenciada pela descoberta da camada pré-sal, Karen Peres de Sá, de 24 anos, escolheu a engenharia de petróleo como profissão. Ela não reclama de desembolsar, todos os meses, R$ 850 para pagar a mensalidade da faculdade. Pelo contrário, acha que o dinheiro paga “um investimento”.

– Pelo que eu mesma pesquisei, há engenheiros de petróleo, em Macaé (RJ) e Vitória (ES), formados há pouco tempo, que ganham de R$ 10 mil a R$ 15 mil. Com um salário desses, em um mês de trabalho eu consigo compensar o que paguei por um ano da faculdade.

O coordenador do curso de engenharia de petróleo da Unisanta, Robson Dourado, diz que a profissão está em alta no mercado porque o governo federal decidiu aumentar os investimentos no setor de petróleo e gás, o que afeta toda a cadeia, inclusive a construção civil.

– Os salários variam muito porque o profissional pode trabalhar embarcado [nas plataformas] ou em terra. É comum pessoas com poucos anos de formação com salários de R$ 10 mil ou R$ 20 mil, mas a remuneração média é de R$ 4.000 ou R$ 5.000 para recém-formados.

Dourado compara o crescimento da cidade de Santos com o que ocorreu com Macaé (RJ) na década de 1970.

– É um caminho que não tem volta e a cidade verá um crescimento extraordinário nos próximos anos.

Em junho, a Petrobras anunciou que vai investir R$ 394 bilhões (US$ 224 bilhões) até 2014 em tecnologias e processos relacionados à exploração de petróleo, sobretudo na camada pré-sal. Os fornecedores de peças e serviços do mercado interno deverão abocanhar R$ 50 bilhões (US$ 28,4 bilhões) por ano desse total.

Fonte: R7

Descoberta de petróleo pode mudar destino da Irlanda

A descoberta de uma reserva de petróleo na costa da República da Irlanda pode gerar bilhões de libras para o país.
 
A companhia irlandesa e britânica Providence Resources informou que a reserva foi descoberta a quase 50 quilômetros da costa da região de Cork, em Barryroe, e deve produzir 280 milhões de barris.
 
Tony O'Reilly Jr, diretor-executivo da Providence, descreveu para a BBC a descoberta como um enorme sucesso, depois de décadas de exploração na costa do país.
O'Reilly afirmou que ainda é necessário mais trabalho em questões como tributação dos lucros obtidos com o petróleo, segurança do fornecimento e empregos.
Mas, segundo o diretor da Providence, este é o início da indústria do petróleo irlandesa.
"Esperamos que ocorra um renascimento do interesse de companhias internacionais que precisam vir para a Irlanda e nos ajudar a explorar nossos recursos naturais. Não podemos fazer isto sozinhos", afirmou.
 
O'Reilly rejeitou as sugestões de alguns críticos, de que a Irlanda não teria um papel muito importante caso uma indústria de petróleo se instale no país.
"Queremos usar a estrutura da Irlanda. Nós deixamos isto bem claro. É um bom negócio para nós. É loucura pensar que levaríamos (os benefícios gerados pela exploração de petróleo) para outro lugar", afirmou.

Exxon Mobil

A Providence vai contar com a ajuda da gigante petrolífera Exxon Mobil, para explorar um poço em Drumquin.
Mas, muitos na Irlanda afirmam que as leis do país relativas aos recursos naturais precisam ser revisadas.
A Irlanda fica com apenas 25% de todos os lucros, algo que pode subir para 40%, dependendo do volume extraído.
O ministro da Energia da Irlanda, Pat Rabbitte, admite que a fatia do governo irlandês é muito menor do que a que é dada aos governos da Grã-Bretanha ou Noruega, por exemplo, países com mais recursos de petróleo e gás.
 
Mas o ministro afirma que os números precisam continuar atraentes para companhias de outros países, pois a Irlanda não tem a experiência ou a verba para explorar as reservas sozinha.
Estima-se que a Providence já tenha gasto cerca de 500 milhões de libras (mais de R$ 1,6 bilhão) procurando petróleo em águas irlandesas.
Ativistas como William Hederman, do site Irishoilandgas.com, afirmaram que o petróleo de Barryroe pode nunca ir para a Irlanda e ser levado para o refino na Europa ou ainda mais longe, o que significa menos empregos em solo irlandês.
A Providence afirma que sua intenção é levar o petróleo de Barryroe para Cork, na Irlanda, mas que a decisão final será tomada em um momento mais próximo de a extração começar na região.

Questão ambiental

O Partido Verde Irlandês também mostrou uma postura mais cautelosa em relação à descoberta de petróleo no país.
Em julho, o líder do partido no país, Eamon Ryan, afirmou que desconfia dos números divulgados.
"O petróleo pode estar lá mas há um limite de quanto você consegue extrair e isto ainda é apenas uma pequena fração do que será usado", afirmou.
"Como qualquer perfuração no mar, há riscos, (e) os padrões mais altos precisam ser aplicados."
A Royal Society for the Protection of Birds, uma organização de caridade britânica de proteção de aves, também expressou preocupação sobre qualquer projeto de extração de petróleo em uma outra área, em volta da ilha de Rathlin, que é uma área especial de conservação.
A organização argumenta que esta região é muito importante para a vida selvagem e que o impacto potencial de uma exploração de petróleo na região ainda não foi avaliado.
 

BP não recebe proposta por fatia na TNK-BP

A BP detém 50% da operação, enquanto a holding de empresários russos Alfa Access Renova (AAR) possuiu a outra metade
 
São Paulo (SP) - A petrolífera britânica BP informou hoje que o período de 90 dias estabelecido no acordo de acionistas para o empreendimento conjunto TNK-BP chegou ao fim, sem que a parceira tenha feito uma oferta formal pela fatia da companhia no negócio.
 A BP detém 50% da operação, enquanto a holding de empresários russos Alfa Access Renova (AAR) possuiu a outra metade. Os três meses de “boa fé” acertados entre as partes servia para dar prioridade na venda ao consórcio da Rússia.
Em comunicado, a BP informou também que vai avisar ao mercado, caso haja algum acordo para realizar a alienação do ativo, assim que possível. Entre outros interessados na compra, está a Rosneft, maior produtora russa de petróleo.
As ações da BP não reagiam ao anúncio por volta das 9h30 (horário de Brasília), quando os papéis avançavam 0,3% e chegavam a 453,40 libras na bolsa de Londres.
Fonte: Valor Online

Lucro da Schlumberger cresce 9,5% no trimestre

O lucro da Schulumberger aumentou 9,5% no terceiro trimestre, impulsionado pelo crescimento nas receitas internacionais
Estados Unidos (EUA) - O faturamento da companhia, a maior fornecedora de serviços para poços de petróleo do mundo, teve forte expansão nos últimos trimestres, na esteira do aquecimento da atividade em áreas como as águas profundas do Golfo do México e das vastas formações de óleo de xisto nos Estados Unidos.
Mas a empresa já havia alertado que os preços para seus serviços de pressão e bombeamento na América do Norte continuam a se enfraquecer, à medida que as sondas de perfuração se direcionam dos campos de gás natural para a exploração de petróleo.
A Schlumberger registrou lucro de US$ 1,42 bilhão, ou US$ 1,07 por ação, contra US$ 0,96 um ano antes. Excluindo os encargos e créditos, o lucro ajustado das operações continuadas aumentou de US$ 0,96 para US$ 1,08. A receita líquida subiu 11%, para US$ 10,6 bilhões.
Analistas consultados pela “Reuters” previam ganhos de US$ 1,06 por ação, com receitas de US$ 10,7 bilhões.
O faturamento com serviços para poços de petróleo na América do Norte, a região que representa a maior parte da receita total, caiu 2,3% em relação ao segundo trimestre, para US$ 3,29 bilhões.
Na região que reúne Europa, o Commonwealth e a Africa, as receitas subiram 2,1% na comparação trimestral. O Oriente Médio apresentou crescimento de 6,9%, enquanto a América Latina teve leve aumento de 0,2%.
As ações fecharam a quinta-feira em US$ 74,80 e ficaram estáveis nas negociações pré-mercado. No acumulado do ano, os papéis sobem 9,5%.
Fonte: Valor Online