terça-feira, março 20, 2012

Prevenção antivazamento de petróleo é frágil no país


Com perspectiva de se tornar um dos maiores produtores mundiais de petróleo nos próximos dez anos, o Brasil não sabe quanto já vazou de líquido em seu território.

Órgãos responsáveis pelo controle ambiental como Ibama, ANP e Marinha, procurados pela Folha, disseram não ter registro histórico dos vazamentos.

Para agravar a situação, o país também investe pouco em pesquisas para encontrar novas tecnologias da prevenção de acidentes. Já para as áreas de exploração, produção e limpeza pós-vazamentos, os recursos são elevados.

O Plano Nacional de Contingência, esperado desde o início da década, está pronto, mas ainda depende da aprovação de inúmeros ministérios e da presidente Dilma antes de ser implantado.

Enquanto isso, vazamentos continuam ocorrendo no país. O mais recente, no bloco explorado pela Chevron na bacia de Campos, deixou claro o quão pouco se conhece a respeito da exploração em águas profundas.

Quatro meses depois de um acidente que jogou ao mar 2.400 barris de petróleo, um novo vazamento surgiu a três quilômetros do local do primeiro acidente.

As causas ainda não são conhecidas e especialistas divergem se o segundo é consequência do primeiro.

Para Adriano Pires, diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, o segundo vazamento mostrou mais uma vez como as autoridades brasileiras estão despreparadas para evitar acidentes.

“A culpa é tanto do governo quanto da Chevron. A indústria do petróleo é uma atividade de risco, tinha de fiscalizar para evitar esse segundo acidente”, afirmou.

A ANP autuou a Chevron pelo segundo acidente, mas, passados quatro meses do primeiro, ainda não concluiu o processo administrativo contra a empresa. Sem concluir o processo, não se pode determinar o valor da multa.

“Faltam algumas vírgulas”, disse a nova diretora-geral da agência, Magda Chambriard. A autarquia afirma que tem papel importante na prevenção de acidentes, fazendo auditorias regulares de segurança operacional nas plataformas e analisando a documentação, entre outras providências.

SEM PESQUISA

Um dado sintomático é revelado pela Finep (Financiadora de Estudos e Projetos), ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

Lá não existem propostas para estudos visando aumentar a prevenção de acidentes na indústria do petróleo.

Os esforços de pesquisa são no sentido de melhorar o desempenho da exploração e produção pelas empresas ou para limpeza pós-vazamento.

“Não houve tempo ainda de construirmos uma demanda específica para prevenção, mas qualquer projeto bem estruturado terá todo apoio para ser desenvolvido. É hora de o país começar a pensar nisso”, disse o chefe do departamento da área de planejamento da Finep, Rogério Medeiros.

A Finep financiou em 2011 R$ 4 bilhões para estudos da cadeia de petróleo e quer aumentar esse valor para R$ 40 bilhões em poucos anos.

Fonte:Folha/DENISE LUNA/DO RIO

SKF abrirá centros de manutenção para área de petróleo e gás


Área de serviços industriais pretende responder por 30% do faturamento da fabricante de peças, hoje em R$ 800 milhões, em até três anos.

A área industrial da SKF do Brasil quer estar mais próxima dos clientes. Para isso, a companhia vai inaugurar quatro escritórios regionais especializados na manutenção de equipamentos pesados.

A primeira cidade escolhida foi Macaé, no interior do Rio de Janeiro, para atender as empresas de óleo e gás. Essa é a primeira iniciativa da companhia no segmento e, de acordo com o diretor de serviços industriais da SKF, Carlos Alberto Fernandes, a ideia é tornar o escritório a base das operações off shore da companhia na América do Sul.

Hoje, a SKF tem unidades desse tipo somente nos Estados Unidos, Oriente Médio, Escócia e Noruega.

“Começamos a atuar na área de serviços industriais em 2000, mas atendíamos apenas a partir de São Paulo. Com o aumento de clientes de manutenção, tivemos que expandir nossos domínios. É muito difícil atender o cliente de longe”, explicou o executivo.

O projeto da SKF é abrir escritórios em Belo Horizonte, para atender os clientes de mineração e siderurgia, em Três Lagoas, (MS) para o setor sucroenergético e em Camaçari (BA), para ficar perto das empresas petroquímicas da região.

Ao se instalar nessas cidades, a SKF pode atuar em duas frentes: suporte a rede de distribuidores autorizados de peças e serviços em manutenção industrial.

Segundo Fernandes, a SKF monitora eletronicamente rolamentos, correias, polias, acoplamentos e correntes instalados nos equipamentos pesados, ajudando a aumentar a eficiência operacional das indústrias e a reduzir os custos das operações com paradas não programadas em máquinas e equipamentos.

Faturamento crescente

“A área de serviços está crescendo dentro da companhia. A meta é dobrar o faturamento da divisão até 2015, o que responderá por 30% das vendas da SKF”, disse Fernandes.

No ano passado, a SKF no Brasil faturou R$ 800 milhões e o segmento de serviços respondeu por R$ 60 milhões.

Para isso, a empresa vai abrir nos próximos três anos mais dois escritórios regionais.

“Ainda não definimos onde eles serão instalados, mas provavelmente deverão ser no Nordeste do país”, disse o executivo, acrescentando que em 2015 a empresa terá seis novas unidades.

Fonte: Brasil Econômico/Ana Paula Machado

Solo próximo ao campo da Chevron no Rio pode afundar


O governo estaria trabalhando com a hipótese de novos vazamentos de petróleo no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no Rio, e de afundamento do solo, com o surgimento de novas fissuras no fundo do mar por onde o óleo pode escapar.
A Agência Nacional de Petróleo (ANP) e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) avaliam a hipótese de que a perfuração realizada pela empresa Chevron na região, que levou ao vazamento de petróleo em novembro do ano passado, pode ter comprometido uma área com raio de 3,5 quilômetros a partir do poço que vazou e foi concretado em 2011.
De acordo com especialistas, a situação é preocupante. Ainda não há tecnologia para enfrentar o problema. Com o segundo vazamento de óleo por uma fissura, comunicado pela Chevron na semana passada, a empresa diz que a suspensão da produção “é uma medida de precaução e visa a realização de um amplo estudo técnico para o melhor entendimento da estrutura geológica do campo”.
No vazamento de novembro escapou o equivalente a 2,4 mil barris de petróleo. No segundo, a empresa estima 5 litros, mas segundo a Polícia Federal, o volume pode ser maior. Os especialistas temem que a pressão do óleo faça surgir novas fissuras e novos pontos de escape de óleo numa área de 7 quilômetros de diâmetro do campo da Chevron. Os dirigentes e principais técnicos da empresa estão impedidos de sair do País, conforme decisão da justiça brasileira.

Fonte: Terra