quarta-feira, maio 25, 2011

Petrobras investirá US$ 350 milhões na construção de terminal marítimo


A Petrobras vai construir um terminal marítimo para escoar a futura produção de petróleo nos campos do pré-sal da Bancia de Santos. A informação foi divulgada nesta segunda-feira pelo diretor de abastecimento da companhia, Paulo Roberto Costa, ao explicar que o terminal flutuante ficará a cerca de 90 km da costa entre Rio de Janeiro e São Paulo. Segundo o executivo, a decisão pela construção do terminal flutuante foi tomada porque não existe mais área disponível para ampliar os terminais terrestres de São Sebastião (SP) e Angra dos Reis (RJ).

- O projeto prevê a instalação de um navio tanque de posicionamento dinâmico (sem âncoras) para receber o grande volume do pré-sal - disse Costa.

O diretor da Petrobras participou de seminário sobre logística e infraestrutura na Abimec-Rio, quando explicou que o projeto prevê investimentos de US$ 350 milhões. A Petrobras já lançou licitação para a construção do navio-tanque que funcionará como base marítima e terá capacidade para receber de dois a três milhões de barris de petróleo por dia.

Costa afirmou que, no futuro, deverão ser construídos mais dois ou três terminais flutuantes, dependendo do aumento da produção no pré-sal.

Fonte: http://www.euleionn.com.br/

Royalties do petróleo somam R$ 6,6 bi


Esse foi o valor repassado de janeiro a abril pela Petrobras e por pequenas concessionárias; em 2010, foram R$ 7 bi

União, Estados e municípios são os beneficiários; desse total, R$ 1,7 bilhão foi a parte destinada ao Rio

DO RIO - De janeiro a abril, a Petrobras e outras pequenas concessionárias desembolsaram R$ 6,6 bilhões em royalties e participações especiais (categoria que incide sobre campos de grande produtividade, como os de Marlin e Albacora, na bacia de Campos).
Em igual período de 2010, o desembolso com royalties foi de R$ 7 bilhões.
União, Estados e municípios são os beneficiários. No caso da União, as maiores fatias tiveram como destino Marinha (R$ 607 milhões de janeiro a abril), Ministério de Ciência e Tecnologia (R$ 472 milhões), Ministério de Minas e Energia (R$ 1 bilhão) e Ministério do Meio Ambiente (R$ 260 milhões).
Entre os Estados, o principal beneficiado foi o Rio de Janeiro -R$ 1,7 bilhão. Os principais campos produtores do país estão localizados no litoral fluminense.
A repartição de royalties foi definida pela Lei do Petróleo, de 1997.
Nos cálculos, três fatores são levados em conta: o câmbio, o preço internacional do petróleo e o volume de produção. Dos três, as maiores oscilações neste ano ficaram com as cotações do barril.
No entanto, o volume total de royalties, em reais, não aumentou por conta do câmbio, que atenuou a tendência de aumento das cotações internacionais.
A fraca expansão da produção de óleo e gás -de apenas 3%- também não ajudou a ampliar os pagamentos de royalties.
A Petrobras, porém, teve seu custo de extração, em dólares, ampliado em 33%.
Para a estatal, isso é significativo, já que boa parte de seus custos é em dólar e 80% de suas dívidas estão atreladas à moeda estrangeira -embora a maioria de sua receita provenha do mercado brasileiro, em reais.
Rafael Schechtman, diretor da consultoria CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura) e um dos poucos que fala abertamente sobre o tema, afirma que a Petrobras vive atualmente um período mais "grave" do que em outras ocasiões de contenção de preços. Isso porque, segundo ele, arca com pagamentos mais elevados de tributos sem poder compensar o impacto com receita maior.
Para o analista, a estatal quer reajuste do diesel e da gasolina. O governo, em tempos de ajuste fiscal, impede o aumento.

(Fonte: Folha de São Paulo/PEDRO SOARES)

Exploração privada lidera nova corrida ao petróleo na Amazônia


Recomeçou a temporada de caça ao petróleo na Amazônia. Vinte e cinco anos depois de a Petrobras ter iniciado sua operação na bacia do rio Solimões, no Estado do Amazonas, é a vez de uma empresa privada, a HRT Oil & Gas, procurar petróleo sob a floresta. Trata-se de uma operação ambiciosa, iniciada há um mês com a perfuração do primeiro poço perto de Tefé. A HRT é operadora de 21 blocos no Amazonas - ou 48.485 km2, concessão duas vezes maior que a da Petrobras em fase de exploração, já que a estatal já produz no complexo de Araras, onde está o campo de Urucu. A da HRT é uma área equivalente a duas Dinamarcas.

Para se ter ideia do tamanho da empreitada, a pioneira Petrobras tem direito de explorar oito concessões ali, sendo três blocos na bacia do Amazonas em sociedade com a Petrogal Brasil (subsidiária da portuguesa Galp), e cinco na bacia do Solimões, onde há duas áreas em fase de pré-produção, Japiim e Azulão. Entre 2001 e 2009 a estatal perfurou 10 poços na área e agora tem cinco sondas de perfuração. Até o início de 2015 a HRT planeja perfurar 130 poços no Estado. "Vou ser do tamanho de uma Petrobras na Amazônia, prefiro não dizer que serei maior", pontua Marcio Mello, presidente da HRT e que saiu da estatal nos anos 90. A região tem "o melhor petróleo do Brasil", diz ele, que estima estar produzindo 2,5 mil barris/dia na área em 2011. "Quero vender para a Petrobras", diz o geólogo, muito confiante para quem iniciou em 21 de abril as atividades de pesquisa de petróleo e gás na Amazônia.

A HRT tem 51% das concessões na região e sua sócia, a Petra Energia, os outros 45%. Os investimentos da companhia presidida por Mello estão orçados em US$ 1,952 bilhão até o final de 2014. A parte da Petra será de outro US$ 1,59 bilhão. Se a HRT tiver sucesso na campanha exploratória, o número de poços pode chegar a 400, estima o presidente. A petroleira HRT Oil & Gas fez sua estreia na Bolsa de Valores em outubro.

A saga amazônica levou a companhia a criar uma empresa de aviação. A Air Amazonia já tem dois aviões Bandeirante e nove helicópteros. O plano é comprar mais um Bandeirante, outros seis helicópteros e um jato Embraer 170. A frota transportará empregados e prestadores de serviços que irão trabalhar nas bases da Amazônia. Não serão construídas estradas durante a fase de pesquisa.

"O petróleo tem nos dado muito retorno", diz a bióloga Nádia Ferreira, secretaria do Meio Ambiente do Amazonas. "Em nenhum momento o Estado vai deixar de lançar mão das potencialidades que tem, quer sejam minerais ou através da floresta", continua. "Esta é uma decisão estratégica do Estado, um investimento que consideramos importante", diz, falando com tranquilidade sobre a perspectiva da exploração no meio da floresta. "Temos uma política ambiental consolidada e teremos rigor para garantir que a atividade se dê de forma a compensar e mitigar o impacto ambiental que produzir."

O Amazonas é o Estado mais preservado da região, com só 2% do território desmatado. O fato de ser isolado e não cortado por estradas (um dos principais vetores do desmate da Amazônia), explica boa parte do êxito. O desmatamento ocorre no Sul, nas divisas de Rondônia e Mato Grosso.

Antecipando-se às questões ambientais por pretender explorar petróleo e gás na Amazônia, Mello contratou como gerente geral do escritório em Manaus o advogado Graco Fregapani, ex-presidente do Instituto de Proteção Ambiental da Amazônia (Ipaam), o órgão ambiental do Estado. "Qual a companhia que vai explorar petróleo na Amazônia e bota como chefe máximo da exploração o cara que era responsável por toda a política ambiental do Estado?", diz Mello. "Ou sou louco ou sou um cara que quer fazer a coisa diferente."

A estratégia de Mello tem um ponto questionável. O Ipaam é o órgão licenciador do Amazonas e Fregapani ocupava a presidência quando a HRT obteve as licenças-prévias. "Acho isso normal", defende Nádia Ferreira. "Existe um processo robusto de informações e tudo é analisado. Tem laudo, equipe técnica, o presidente não assina sozinho." A secretaria reforça: "A HRT tem autorização apenas para pesquisa. Se encontrar algo, levará seus estudos para a ANP (a Agência Nacional do Petróleo) e aí, sim, entrará em nova fase". Para explorar petróleo é preciso aprovar o estudos de impacto ambiental (EIA-Rima) e fazer audiências públicas nos municípios afetados.

Fonte: Valor Econômico/Claudia Schüffner e Daniela Chiaretti Do Rio e de São Paulo