A Composites Atlantic mantém os planos de construir uma fábrica no Brasil, mas agora também de olho no pré-sal brasileiro. A companhia canadense, controlada pela EADS Sogerma e o governo da Província de Nova Scotia, já teve um escritório de representação no Brasil, fechado em 2007. A companhia chegou a desenvolver pesquisas para a Embraer, na área de materiais compostos, mas as negociações não avançaram e a companhia deixou o país para se concentrar nos projetos desenvolvidos para Airbus, Boeing e Bombardier. A expetativa era retomar o projeto em dois ou três anos.
Com a crise financeira iniciada em 2008, os planos foram novamente engavetados. A companhia preferiu se manter nos projetos em andamento. Mas o bom desempenho da economia brasileira, um cliente do tamanho da Embraer e, mais recentemente, o potencial do pré-sal colocaram novamente o projeto no foco da companhia. Ainda não foram fixados prazos, mas o assunto é tratado com atenção pela matriz, em Halifax.
“Precisamos definir como vamos atuar no Brasil. Se voltarmos como uma empresa do setor aéreo, vamos atender a Embraer. Se nos apresentarmos como uma empresa de pesquisa e desenvolvimento de produtos em material composto, temos um leque muito maior. Já temos contatos com a Petrobras. Temos interesse nesse setor”, conta Mario Stevoux, diretor industrial da unidade da Composites Atlantic em Halifax. Ele era o chefe do escritório da companhia no Brasil.
A empresa tem hoje cinco fábricas, quatro no Canadá e uma nos Estados Unidos, com 300 funcionários. O faturamento em 2011 somou 46 milhões de dólares canadenses, sendo que as exportações responderam por 80%. A empresa ainda não se recuperou da crise de 2008, quando sua receita foi de 48,7 milhões de dólares canadenses. E entrar no pré-sal seria uma alternativa de diversificação. Praticamente toda receita tem origem no setor aéreo: aviação (82%), defesa (9%) e espacial (8%). As outras aplicações de seus produtos não passam de 1% da receita.
Já a fábrica de helicópteros da Eurocopter, também controlada pela EADS, não empolga a direção da companhia. O presidente da Composites Atlantic, Claude Baril, diz que apesar da afinidade pela presença da EADS nas duas companhias, não tem nada acertado em participar do projeto. “Não temos uma ligação direta com a Helibrás e até o momento não temos nada em vista”, afirmou.
Fonte: Valor Econômico